Sara apesar de muito esforço conseguia distrair-se um pouco no seu trabalho, mas a ansiedade de ver Rafael estava latente e só passaria depois de o ver cara a cara e perceber que aquela noite , não seria a única entre eles. “Será que tinha sido só uma noite de paixão para ele, ou a beijaria com igual luxúria quando a voltasse a ver?” A dúvida persistia no seu íntimo e isso fazia o seu estômago doer. No fundo porque sabia que desta vez ela queria muito mais dele do que uma única noite de paixão.
Suspirando pela milésima vez , tenta olhar para aqueles papeis procurando algo que demorasse tempo a fazer, mas nada, parecia até que o dia era maior que todos os outros,logo aquele em que desejava realmente que a noite chegasse o mais rápido possível. Sara de imediato deu “Graças a Deus “ quando Berta lhe pediu para a acompanhar até à cidade , ela precisava de ir a mercearia e como ela não conduzia, agora essa era uma das funções dela também.
Aproveitando a viagem á outra ponta da cidade, de imediato visita Marta. Depois de meia hora a colocar as novidades em dia, Sara vinha sorridente, tinha servido para tirar a sua mente das duvidas intensas que a assolavam. Dirigindo-se á mercearia onde Berta a esperava, sentiu que alguém a observava. Ao virar-se para o outro lado da rua, o seu sincero sorriso morreu de seus lábios.
Ali estava Gaspar com um amplo sorriso, com uma satisfação estranha de triunfo, algo que não acompanhava o olhar sombrio com que ele a encarava. Ele acenou-lhe mas não se moveu ,nem se aproximou, Sara acenou de volta, correndo de imediato para a camioneta onde Berta já a esperava.
Quando Sara e Berta chegaram a pousada ainda estava vazia, faltavam 3 horas para escurecer e nem sinal dos homens da casa. Foi até ao escritório e observou a coleção musical de Rafael tentando se abstrair da sensação perturbadora que Gaspar lhe tinha transmitido. Colocando um dos CDS na aparelhagem ela fecha os olhos apreciando a melodia que tranquilizava seu espirito.
__ Gostas da minha coleção musical?- Havia uma sensualidade latente na voz de Rafael.
__ Sim… - Sara treme quando Rafael surge sem aviso, sussurrando em seu ouvido. Sara não tinha percebido a sua aproximação, sentindo somente a respiração morna atingindo a região do pescoço. O arrepio se fez de imediato, , lembrando-a de como seu corpo tinha reagido na noite anterior quando as mãos dele a acariciaram. Fez um esforço para se concentrar para poder falar, mesmo se mantendo de costas, ela declara inocentemente. __ Não tinha nenhuma ideia que terias tanta variedade de estilos.
__ Eu gosto de ouvir a música certa, no momento certo.- Rafael ri ,enrolando seus braços ao redor da cintura dela. __E isso faz com que tenha que ter uma variedade enorme. -Sufocando um rosnado baixo quando seus lábios tocam a pele suave do pescoço dela, acrescenta com luxuria. __E esta escolha tua … -De imediato a roda em seus braços , fitando sedento seus lábios cheios e suaves. __ Convida a muita coisa ...
__ Como o quê...- Sara morde o lábio se perdendo no brilho malicioso de Rafael
__ Dançar .… por exemplo - Rafael sorri malicioso, ele pensava em outras coisas mais para fazer ao som daquela melodia, apreciando seu rosto lentamente, a cola mais ainda em seu corpo e rodopia duas vezes, a beijando intensamente. Sara lutava para respirar mas devolvia a mesma paixão, a mesma fome , que ele lhe presenteava .
Sara não fala nada se deliciando com cada sensação de seus corpos unidos. Não queria pensar no ridículo que seria se fossem apanhados por Berta, pois sentia-se maravilhosa. Pensando sobre a maneira em que fizeram amor na noite anterior, não podia evitar de se aconchegar nos braços dele. Chegou-se mais perto quando ele começou a acariciar as suas costas . Sentia saudades de do toque dele, de seu calor . Sua língua húmida formava uma combinação de sensações que a fazia tremer de desejo, da cabeça aos pés. Por uns momentos, fechou os olhos e simplesmente se deixou levar. As pequenas mordidas no pescoço debilitaram os joelhos dela, o que a faz se apoiar mais ainda em seus braços fortes.
__ Estava ansioso para chegar a casa. - Rafael sussurra ao mordiscar sensualmente a orelha de Sara .
__ E eu estava ansiosa para que chegasses...- Sara declara completamente rendida à paixão que os unia . O corpo dela ardia de desejo, Sara podia sentir que ele estava excitado também. Ele moveu-se contra os seus quadris, acariciando-a e mordendo ligeiramente o seu lábio. Ela gemeu e agarrou-o mais forte, necessitada.
__ Meninos! - O tom divertido da voz de Marco de imediato invade o ambiente romântico. __ O jantar está pronto.
__ Que diabo estás a fazer? – Rafael rosna ao irmão quando Sara salta envergonhada, se soltando de imediato dos braços dele.
__ Desculpa Sara. - Marco se arrepende um pouco , apesar de divertido. __ Não tinha intenção de te envergonhar.
__ Ah… não faz mal... - Sara ruboriza, se afastando mais ainda de Rafael. __ Eu vou indo para a cozinha.
__Podemos ir todos juntos. – Rafael rapidamente agarra seu pulso, firme, dominante a puxando de novo para seu corpo ao murmurar as palavras com sensualidade muito perto de seu ouvido.
__Sim, claro ...- Ainda um pouco excitada, Sara abraça-se a si mesma, forçando um sorriso a Marco à medida que se dirigia para a cozinha. Sabia que não deveria estar assim, tão tímida, envergonhada , afinal eram todos adultos e com toda a certeza ele nem tinha dormido muito a noite anterior devido a algo não tão inocente como aquela dança improvisada. Essa lembrança fez Sara voltar a corar, ela não sabia o que lhe esperava essa noite , mas que fantasiava bastante isso, não podia negar. Clareando a garganta , tenta disfarçar tudo o que seu corpo sentia.__ Realmente ...estou esfomeada. - Quando começaram a comer ela morde o lábio evitando soltar um gemido pelo delicioso sabor de cada legume, de cada pedaço de carne. Afinal a gula era pecado, mas realmente Berta era uma cozinheira formidável e comer ali, era um prazer . Ouvindo um rosnado baixo de imediato encara os presentes na mesa. Rafael a olhava intensamente, seus olhos mudando de cor de vez em quando. Aquilo a faz recordar que ele sempre emitia rosnados quando estava excitado, o que era estranho apesar de que isso até a estimulava um pouco, gostava de o ouvir descontrolado. Mas naquele momento a fazia questionar algo que já não pensava há muito tempo.__ Rafael, por acaso há lobos nestas florestas? - Ela pergunta inocentemente se servindo de um sumo de laranja.
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