"Não era um emprego assim tão mau!" Era o que eu pensava na altura em que começava arrumar os cinco livros na prateleira da biblioteca municipal. Acabava até por ser estimulante ter tantos livros para ler, sobre variados assuntos , cultura geral teria bastante. Quando era uma jovem estudante desejava ter um emprego onde pudesse viajar, correr o mundo. Foi isso que pensei quando tirei o curso de línguas e me propus como tradutora em vários locais de trabalho. Mas nada apareceu naquela altura a não ser a vaga de bibliotecária, o que já era muito bom, visto a crise de empregos.
Podia ficar feliz por ter um ordenado fixo e garantido , que me dava para pagar o aluguer do apartamento T1 onde habitava e as despesas totais ao mês. Um suspiro baixo sai da minha garganta , não devia me queixar , devia era agradecer ao Universo por me ter dado uma vida sem muito stress e preocupações . Afinal eu tinha um teto, alugado,mas que mantinha sem muita dificuldade, alem disso um Mini Cooper, um carro que eu amava de coração, totalmente pago com meu salario. Sorrindo , olho o livro de capa dura "Poemas românticos de Bocage" isso me trazia lembranças da minha infância, muitas vezes meu pai lia para mim e para minha mãe.
Há 6 anos que tinha mudado para a cidade grande , deixando meus pais na pequena aldeia onde viviam cuidando da quinta. Agora reformados , se dedicavam a cuidar da horta e de alguns animais que lhes davam uma sensação de utilidade nessa fase de vida . Eles não eram novos , pelos vistos , e usando as palavras de minha mãe, acidentes tambem acontecem aos 50 anos , pois eu acabei nascendo. Havia algum segredo em suas vidas visto que nunca me conseguiram dar uma boa razao para não terem filhos mais cedo , mas acabei deixando passar , afinal eles me amaram plenamente , ainda hoje se preocupavam como se eu ainda fosse uma criança .
O que não podiam estar mais errados , agora perto de fazer trinta anos, era uma mulher adulta que já não queria aventuras nenhumas, somente a paz que tinha alcançado . Apesar da minha vida social ser quase nula, andava equilibrada, tanto fisicamente como emocional. Por vezes batia uma solidão, mas logo passava quando recordava a minha relação com os homens. Minha vida amorosa tinha sido bastante atribulada e nada feliz.
Quando me apaixonei por Francisco pensei realmente que ele era o tal, o homem que me amaria até á velhice, que me daria filhos , que me ia aquecer nas noites frias de Inverno. Mas como já tinha acontecido em outros namoros , faltava sempre algo na relação, eu sentia um vazio a curto prazo, não podia enumerar nada especifico, mas nenhum homem que tentara conhecer mais romanticamente, me completava.
Mesmo quando passei ao nível seguinte com Francisco eu não atingia o culminar do prazer tantas vezes como seria suposto , e ele era atencioso, nada egoísta . Por uns tempos pensei que ficaríamos bem, mas meu desinteresse foi se manifestando e depois de dois anos a viver comigo ,Francisco acabou a relação por sentir que eu não o amava e ele realmente tinha direito a alguém que o fizesse, plenamente. Foi um grande desgosto saber que tinha feito alguém infeliz por talvez não ser capaz de amar, por ser frígida ou incapaz de conseguir atingir o orgasmo facilmente como as outras mulheres. Não haver química entre um casal é pronuncio de morte numa relação e eram nesses momentos que pensava que algo não estava certo comigo, fisicamente , sexualmente . Ou isso, ou escolhia sempre os homens errados .
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: 6 - Destinada A Dois
Esse livro é maravilhoso....
Não sei se o autor desse livro, lerá essa comentário, se ler quero te agradecer. Obrigada! Por colocar uma Ursula com adulta uma mulher e não uma menina de 18, obrigada a maturidade da personagem esta dando um charme nesse livro, mostrando uma mulher forte de carater que não é contolada e tem capacidade de acompanhar os homens que são seus destinados. Obrigada por acreditar e apostar na mulher de 30 odeio histórias que a mocinha tem 18 anos e não tem personalidade ou o autor não sabe compor a garota....