Perspectiva de Lincoln~
Pela primeira vez na minha vida, fiquei paralisado, minha mente a mil.
Senti um gosto metálico e então o engoli. Meu olhar perigoso passou de Freya para Thiago, que tinha acabado de me socar.
Eu nem acreditava no que tinha acabado de ouvir, minha boca estava entreaberta, incrédulo. Meus olhos voltaram para Freya. Meu maxilar se contraiu e meus olhos se estreitaram.
Tentei formar palavras, mas nada saiu. Meus pensamentos estavam embaralhados, meu cérebro tentando processar o que tinha acabado de acontecer. Me senti como se estivesse em um sonho, incapaz de falar ou me mover. Tudo que eu poderia fazer era encarar Freya. A coragem dela de me rejeitar.
Eu queria gritar com ela. Eu queria perguntar quem diabos ela pensou que era para me rejeitar.
Pela primeira vez na vida, me senti inútil, alguém tinha me rejeitado. Não apenas alguém, mas uma frágil mulher, que me tinha enganado.
Eu tinha rejeitado tantas mulheres no passado, brincado com muitas, elas acabaram beijando o chão que eu pisava, rejeitado tantos pedidos de casamento e ainda assim essa frágil senhora me rejeitou.
Eu queria rir sarcasticamente, mas estava muito abalado para fazer qualquer coisa.
O silêncio caiu pesadamente na sala. Todos se viraram para me encarar, esperando pelo que eu diria em seguida, mas meu olhar estava preso em Freya, cujos olhos estavam avermelhados e embaçados, seu maxilar contraindo de raiva.
Quem ela pensava que era para se irritar com as coisas que eu fiz? Ela era apenas uma maldita Luna em nome! Ela nem sabe o quão perigosa é a força que eu sou.
A raiva começou a acumular, meu peito se apertou de fúria. Meus dentes se descobriram e minhas garras estavam prontas para sair, mas meu lobo não compartilhava nenhuma de minhas emoções, ao contrário, ele estava estranhamente silencioso.
Não senti ele se mexer, reagir ou dizer uma palavra. Era como se ele não estivesse aqui. Dentro de mim.
Uma estranha sensação de queimação começou a se espalhar pelo meu corpo. A princípio, era um calor lento e rastejante, mas então intensificou, tornando-se uma dor aguda e perfurante.
Era como se meu sangue estivesse pegando fogo, meu corpo consumido por um inferno. Senti o calor se espalhando para partes do meu corpo, meus membros latejando de dor. Não conseguia respirar, o ar estava muito quente, muito denso. Eu gemi, uma voz baixa e gutural de agonia.
Meu lobo rosnou também. Minha garganta apertou.
Que merda estava acontecendo?
Puta que pariu! Era a rejeição afetando nossa ligação de companheiro!
Por que eu não odiaria ter um companheiro?
Senti como se estivesse sendo consumido pelas chamas, queimando de dentro para fora. Mas ainda assim, eu não conseguia me mexer, só conseguia me contorcer de agonia.
Rangei meus dentes em fúria e angústia. Dando um passo dolorido em direção a Freya, apenas para Thiago protegê-la.
Meu lobo rosnou, e eu não queria nada além de arrancar a cabeça do meu Beta do seu corpo. Eu rosnei.
"Eu, Lincoln, rejeito sua rejeição!"
Eu deveria ter concordado, certo? E me livrar dela para sempre, mas aqui estou eu dizendo o oposto do que eu queria.
Por quêeeee?
Minha mãe ficou preocupada, mas eu não precisava da pena de ninguém. Antes que ela pudesse dizer uma palavra, saí do quarto furioso e bati a porta com um estrondo.
"Encontrem essa vadia! Encontrem essa Blakely! Arrastem-na aqui inteira ou em pedaços. Eu não dou a mínima!" Eu gritei a ordem para os meus homens que estavam espalhados fora do quarto.
Um deles tirou o telefone e começou a fazer uma ligação.
Eu fervia em raiva.
Maldita vadia!
Eu ia matá-la com as minhas próprias mãos.
"Sim senhor." Eles ecoaram.
Caminhei pelo corredor do hospital, meus homens logo atrás de mim. Minha expressão era tempestuosa, os meus olhos pareciam faíscas.
Minha raiva era evidente, irradiando de mim em ondas. À medida que eu passava, as pessoas se afastavam do meu caminho, seus rostos marcados pelo medo. Eu podia sentir o aroma do terror deles, como um cheiro espesso e enjoativo no ar.
Eles sabiam que eu, seu Alfa, não era para ser provocado. E eles estavam certos. Eu era como uma tempestade, deixando um rastro de destruição por onde passava.
Saltando para um dos carros à espera, meus homens me levaram de volta à casa da alcateia.
Blakely já estava no chão, amarrada e se contorcendo, rosnando e gritando para que os homens a libertassem. Meus olhos escureceram imediatamente ao encontrar o olhar dela.
Ela congelou.
"G-Lincoln... você está aqui? Eu não sei o que fiz, seus homens vieram me agarrar." Seus falsos choros começaram a fluir. Eu teria ignorado anteriormente, mas agora, as palavras de Freya eram como uma provocação aos meus sentidos.
E como uma coleira apertada no meu pescoço. Eu não parecia conseguir respirar direito.
"Está feliz agora?" Eu pergunto, me aproximando dela.
Blakely recuou, uma expressão de temor e confusão cruzou suas feições. "Lincoln eu –"
"É Alfa para você!!! Nunca mais me chame pelo meu nome. Nunca mais!"
Seus olhos se arregalaram em choque, e sua boca se fechou rapidamente.
"A partir de hoje! Eu não quero nunca mais te ver. Suma e nunca mais pise na minha mansão ou será um cadáver. Tenho certeza que você não quer me testar." Meus caninos se revelaram e ela engoliu em seco.



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