A entregadora se encontra com CEO romance Capítulo 8

- Sim, quero, quero muito - sentindo o ar sombrio exalando do corpo desse homem, ela achava pela primeira vez a morte tão de perto. Por reflexo de amor pela vida própria, ela assentia sem parar. - Claro que quero, mas... Como provo?

- Muito bem - a frieza em seu rosto desapareceu, e seus lábios finos se curvaram levemente.

Inclinando seu corpo, ele a faz se arrepiar ainda mais com sua respiração próxima ao pescoço, e a torturou por alguns segundos antes de sussurrar no ouvido dela:

- Eu tenho um jeito de você provar isso de uma vez por todas.

- Qu... Que jeito?

- Que seria... - ele falou pela metade, como se estivesse provocando-a. Quando viu que ela já não aguentava mais de nervosismo, ele continuou -, arranca o seu útero!

- Ú... Útero? - ela se assustou tanto que deu passos apressados para trás, tropeçando no sofá e caindo sentada nela, sem tirar o olhar pasmo de Aurélio. - Não, não quero... Eu não quero.

Se cortar o útero fora, ela nunca mais poderia ter filhos.

Ela não aceitaria de jeito nenhum.

- Aurélio, você é um demônio?

Estefânia sempre foi uma mulher forte, mas até mesmo ela estava assustada numa situação dessas.

Antes, ela não sabia a identidade desse homem. Agora que sabia, estava cada vez com mais medo.

Porque esse homem podia esmagar tudo com seu poder.

Se ele quiser dar um fim nela, seria fácil como pisar em uma formiga.

Aurélio bufou em zombaria e fez uma ligação.

- Renato, contate com o hospital, prepare uma mesa de cirurgia para a remoção de útero...

- Não, não pode, não quero!

Sem deixar Aurélio terminar de falar ao telefone, Estefânia se levantou num pulo e pegou o celular de sua mão, desligando a ligação. Ela gritou num tom triste e brava:

- Com que direitos? Só porque você tem grana, já acha que pode fazer o que quiser?

Não faz sentido se fingir impotente na frente desse homem.

Porque esse homem simplesmente era uma pessoa de sangue frio.

- Posso ou não, saberá se tentar. - Aurélio arrancou o celular dela e se desviou, indo embora.

- Não vá!

Estefânia agarrou a mão dele e se ajoelhou pesadamente no chão, chorando ao dizer:

- Sr. Aurélio, você não pode fazer isso. Ainda nem saber se estou grávida ou não, mas eu vou abortar a criança se eu estiver.

Para proteger seu útero, ela resolveu deixar o orgulho de lado, já que não era nada diante de sua vida.

- Agora a pouco ainda esteve toda estressada de injustiça, agora já está me implorando de joelhos? - Aurélio disse apertando seu queixo -, diga-me, em que eu devo acreditar?

- Sr. Aurélio, temos que ter bondade na alma. O remédio foi culpa de sua vovó, e você abusou de mim. Eu sou a vítima da história, por que eu tenho que arcar com todas as consequências?

Ela ficou zangada.

Um segundo atrás, ela ainda tinha estado toda coitada, e agora estava ajoelhada no chão, mas bem bravinha e injustiçada. A mudança na postura e no humor de Estefânia despertou interesse em Aurélio.

- Porque, ter grana, pode fazer o que quiser. - Ele devolveu a frase para ela -, fica quieta aqui esperando, vão te levar para a cirurgia daqui a pouco.

Aurélio tirou um lenço de papel e limpou a mão que tinha tocado no queixo de Estefânia, como se achasse ela suja.

Jogando o papel no lixo, ele se virou e foi embora.

- Sr. Aurélio? Aurélio, podemos conversar numa boa? Ei, Aurélio, não vá embora! Aurélio, seu filho da puta, cachorro! - xingou ela vendo que ele foi embora sem olhar para trás.

Ela se levantou do chão e bateu o pó invisível dos joelhos, murmurando:

- Cachorro cara de pau.

Lá fora, a porta do elevador se fechou, e o homem se foi.

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