MARINA: Quando entrei dentro de casa, ouvi os gritos da Melissa, saio correndo atordoada, em direção ao quarto dela.
Encontro desacordada, parece que meu coração vai parar de bater a qualquer momento.....preciso reagir não posso deixar o pânico me dorminar, tento me controlar, finamente consigo ligar para Cadu.
Graças ao bom Deus, o Cadu chegou ligeiro, antes de colocar os meus pensamentos em ordem, já estávamos no hospital.
Eu tava me sentindo péssima.....por ter deixando a Melissa, sozinha, antes de sair, eu percebi que ela estava cansada e abatida, mas ela me garantiu que estava bem.
Lágrimas vieram....minha cabeça tava uma desordem total.
CADU: A Marina me ligar desesperada, dizendo que encontrou a Melissa desacordada, parecia que ela estava dormindo, mais não acordava.
Ela se mexia, mas não abria os olhos, meu corpo gelou, não suportaria perde outro filho.
Eu liguei para a médica dela, que mandou leva-la ,imediatamente, para o hospital.
Eu entrei em desespero, fiquei aflito.
Diferentemente da maioria dos homens creio eu, sempre sonhei em ser pai e ter um filho.
Uma sequência de notícias inesperadas mudou completamente a minha vida.
Quando cheguei em casa , a Melissa se encontrava desacordada, ela tava estava muito verde,cheguei no hospital em questão de segundos.....já tinha uma equipe médica nos aguardando, em seguida eles a entubaram .
A médica afirma,que ia fazer uma cesariana de emergência, ela disse que o bebê tinha que nascer naquela hora e por cesárea, e porque a bolsa tinha estourado, eles não sabia o certo o que Melissa tinha....estou muito preocupado, a ocasião é considerada de risco.
Foi feita uma cesariana às pressas e os médicos pensaram que o bebê poderia ter problemas de saúde seríssimos.....é praticamente impossível descrever o que aconteceu nas últimas horas.
No entanto, todos os meus planos naufragaram, estava saindo tudo ao contrário do que eu queria, virou um pesadelo.
Eu estava desesperado !!!
Quando soube que seria pai, senti como se eu tivesse montado um grande quebra-cabeças,emoldurei esse quebra-cabeças.
Mas quando o médica falou que meu filho é uma menina, que ela tem Síndrome de Down, ao receber essa notícia, foi como se o quebra-cabeças tivesse quebrado nas minhas mãos.
Confesso que fiquei arrasado quando soube, porque tinha muito medo do que isso poderia significar em nossas vidas.
Quando recebi a notícia, foi um impacto muito forte,tive muito medo, pois pensei em como seria o futuro dela.
Fiquei muito assustado com a notícia, meu mundo desmoronou e o que eu mais senti naquele momento foi revolta.
A nova situação causava insegurança em mim, eu não sabia ao certo o que aquilo representava, quais as consequências que a Síndrome traria para a vida da minha filha, se ela poderia sofrer ou vir a ter algum outro problema de saúde.
Tudo o que eu estava vivendo era totalmente novo e desconhecido, por isso, fui invadido pelo medo e fúria.
Me afastei e fui até o banheiro, chorei muito..... depois me direcionei até a UTI, olhei para ela e pensei que não queria mais ser pai.
Foi nesse momento que toda essa sensação ruim, durou uma hora, mais ou menos.
Logo que ela chorou, eu corri para cuidar dela,o amor foi muito maior que qualquer susto.
O que me preocupava, era com os problemas que a minha filha, poderia enfrentar no futuro.
Infelizmente, ainda não são todas as pessoas que têm a capacidade de lidar com a diversidade, e de ter um pouco mais de tolerância.
Passados mais de cinco dias desde que a Nina nasceu, considerei ela o meu maior presente!!!
O medo que tiver foi apenas no começo.....eu tentaria ser um bom pai.
Logo passou esse temor, porque sabía que minha filha precisariam muito de mim, chorei muito quando tive que ir pra casa sem ela, parecia que tinha deixado a alma no hospital.
MELISSA: Eu estava desesperada, os médicos explicaram que a sensação que eu estava sentindo, era a mesma de uma pessoa morrendo afogada....
Os médicos falaram para o Cadu, que o meu caso era grave e que eles precisariam me induzir ao coma para me entubar.
Lembro da médica me falando que me colocaria para dormir, para eu poder descansar, que minha filha era linda, que ela tinha nascido graúda, que ela ficaria na UTI, só para ser observada.
Ela me deu uma outra máscara, pediu para eu respirar e contar de 10 a 1.
Contei até 8 e apaguei!!!
Ninguém sabia quanto tempo eu ficaria........
Segundo a minha obstetra, e equipe foi para a sala de cirurgia disposta a fazer de tudo para assegurar a minha vida e a da minha filha, mas eu já era dada como morta.
Tive falência pulmonar total, durante o parto, minha filha sofreu três paradas cardiorrespiratórias.....
Foi um milagre nós duas termos sobrevivido....
Tinha visões no coma: Deus conversava comigo num deserto.
Ele dizia que eu estava passando por tudo aquilo, mas que ia ficar tudo bem, que era para eu continuar andando que eu encontraria uma fonte de água.
Após caminhar muito, cheguei a uma praia!!!!
Tenho algumas lembranças do período em que fiquei em coma......também lembro da fisionomia dos enfermeiros e deles conversando, além do som dos aparelhos no quarto.
Eu ouvia essas coisas e tentava responder e me mexer, mas era como se eu estivesse muito cansada e não conseguisse acordar nem sair do lugar.
Havia uma Enfermeira da UTI que era alegre e efusiva.
Um dia, eu ouvi nitidamente essa moça falando, Melissa, vamos levantar, vamos acordar, sua família está esperando.
Eu abri os olhos!!!
Ela ficou assustada e saiu correndo.... depois,o Cadu chegou, ao princípio fiquei hesitante.
Ele estava agitado, falou que eu estava no hospital e me mostrou a foto da Nina no celular e disse que estava tudo bem com ela....
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