A filha do meu padrasto romance Capítulo 36

Acordei e não quis descer pra tomar café, eu estava evitando olhar pra minha mãe depois da crise de choro que tive, fiquei na cama sem um pingo de vontade de levantar, mas precisava sair pra comprar um celular e um notebook, porém eu tinha que esperar a minha mãe sair com o Pyter pra eu descer.

Depois de um tempo, olhei no relógio e vi que já era seguro eu sair do quarto sem correr o risco de ver minha mãe, eu não queria ter que responder nada sobre a noite anterior.

Assim que cheguei no pé da porta, ouvi a voz da Yanka.

Ela estava pedindo pra um motorista vim buscar ela, e isso já me deixou tenso.

Eu não sabia em que momento eu passei a agir assim, de maneira tão possessiva, mas era algo que eu não tinha controle nenhum.

Eu não tinha controle nem da minha própria vida, como eu teria controle sobre os meus instintos?

Esperei ela encerrar a ligação, e quando não a ouvi mais, eu saí do meu quarto, e quando olhei pro andar de baixo, vi ela atender novamente uma ligação.

Fui caminhando em direção as escadas, tentando não parecer um desesperado.

Desde quando ela conheceu esse cara, ela não parava mais em casa, e isso estava me incomodando mais do que deveria.

Quando eu a questionei sobre isso, ela perguntou se eu não cansava de se meter na vida dela.

Eu queria ter a certeza de quem era o motorista que estava vindo buscar ela, eu tinha dúvidas se ela ainda estava saindo com o mesmo cara, ou já era outro.

Mas tudo o que ouvi foi julgamentos por eu ter ouvido a conversa dela.

Eu já estava no meu limite, tentando não perder a cabeça com ela, mais não consegui.

Quando ela se levantou pra me confrontar, eu não consegui segurar a minha fúria.

Como ela foi capaz de dizer na minha cara que ela não era propriedade minha? que não me devia satisfação? eu não suportava a ideia de ter que dividi-la com qualquer um.

Meu mundo parou quando ela falou que tinha um namorado.

Ela deu as costas pra mim, e a segurei pela braço e eu tenho certeza que a machuquei, eu estava com tanta raiva, que eu só precisava sentir ela perto de mim, sentir que ainda ocupava um lugar importante na vida dela, eu não deixaria que ela fosse a lugar nenhum, mas ela mandou eu soltar o braço dela com tanta mágoa no olhar, que eu não tive outra escolha do que deixar nossos corpos juntos um do outro.

A gente já não sabia mais conversar, e eu não conseguia parar de gritar com ela.

A única maneira de eu conseguir me acalmar era mantendo ela nos meus braços.

Por um momento eu a senti, vi que ali ainda existia sentimento, mas ela tentava a todo custo não demonstrar.

Ela estava magoada, eu sei.

E eu me sentia um merda por fazê-la se sentir assim, mas o meu ciúme estava acabando com a gente.

Eu então abri o meu coração pra ela, tentei explicar o meu comportamento, e até tentei beijá-la, mas se esquivou de mim.

Eu ignorei todos os pedidos dela pra soltá-la, não seria qualquer um que iria colocar as mãos nela, mas ela se soltou novamente e eu mais uma vez fiquei furioso ao vê-la caminhar até a porta logo depois de dizer que aquele filho filho da puta não era qualquer um, e sim o namorado dela.

Saí gritando atrás dela, fazendo ela lembrar que era minha e não dele, mas daí ela abriu a porta, e quando eu me dei conta que a Melissa estava bem na nossa frente, fiquei paralisado.

- Merda, merda, merda, eu estou ferrado.

Repeti isso diversas vezes mentalmente.

Ali seria o fim de tudo o que construí com a Mel, e o pior, eu tinha destruído tudo o que tinha feito na noite anterior.

Mas quando ela nos questionou o motivo da briga, percebi que ela não tinha conseguido ouvir o conteúdo, e estava alheia a tudo o que estava acontecendo.

A Yanka olhou pro anel no dedo da Melissa, e eu vi tristeza nos olhos dela, ela tinha todos os motivos pra contar a verdade pra Melissa e acabar com tudo de uma vez por todas, mas ela não fez isso, apenas deu parabéns pelo noivado.

Aquilo foi como uma faca no meu peito.

Era nesses momentos que eu me dava conta das merdas que eu andava fazendo.

A Melissa não se deu por satisfeita e continuou a exigir uma satisfação, mas a Yanka se retirou, deu as costas e saiu e provável estava indo fuder com aquele filho da puta.

Eu queria correr atrás dela, segurá-la, impedi-la, mas eu não podia, a Melissa estava ali, bem na minha frente esperando eu abrir a boca e me explicar.

Mas eu me lembrei que a Yanka havia comentado sobre o vestibular que ela faria, mas eu estava tão consumido pelo ciúmes que não liguei os pontos.

Ela não estava indo trepar com ninguém, ela estava indo fazer a prova.

Percebi que mais uma vez dei um show em vão.

Interrompi os meus pensamentos quando a Melissa ameaçou de ir embora, então falei a primeira mentira que surgiu na minha mente.

Joguei toda a culpa na Yanka e disse que ela queria que eu fosse babá e motorista dela, que ela iria fazer o vestibular.

Mas a Mel me repreendeu, até ela não achou certo a forma como eu estava falando com a Yanka, ela disse que eu não deveria gritar.

Ela tinha todo a razão.

Eu precisava ir pra minha casa logo.

Fiquei pensando na merda que daria se a Melissa tivesse entrado na casa e visto eu e a Yanka juntos, ou se ela tivesse ouvido tudo o que falei.

Eu não tinha muito o que fazer, apenas me desculpei por tudo.

Eu a beijei, e depois fomos pro sofá.

Ela só queria me fazer uma surpresa, e quase que ela foi surpreendida da pior maneira possível.

Quando chamei ela pro jardim, ela quis ir pro meu quarto.

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