Susan ficou imóvel.
“Então, o que estou dizendo é que a senhora não tem mais direito de perguntar onde ela está.”
A explicação simples da recepcionista quase fez Susan desmaiar de raiva.
“Você... você...”
Por mais furiosa que estivesse, não podia negar a verdade daquelas palavras.
Na era da informação, tudo se espalhava rápido demais. Uma vez dito, não havia como voltar atrás.
A respiração de Susan ficou curta e pesada.
Antes que pudesse retrucar, seu telefone tocou. Era Lillian.
“Mamãe, quando você vai voltar?”
A voz do outro lado soava doce e lamentosa.
“Eu pedi para a empregada levar comida para você, e a enfermeira também está aí.”
“Mas eu sinto sua falta... eu...”, Lillian disse, num tom choroso.
“Eu sei, querida. Vou voltar assim que terminar aqui. Seja boazinha por enquanto.”
A voz de Susan transbordava conforto e doçura.
Mas, no fundo, o ódio por Stella só aumentava.
Aquela garota tinha causado todos os problemas no Grupo Reed e arrastado todos para o caos.
Queria cortar laços? Ótimo. Conseguiu o que queria. Mas o que mais ela ainda queria?
Quanto mais Susan pensava, mais raiva sentia. Depois de mais algumas palavras para Lillian, desligou.
Logo em seguida, outra ligação entrou. Era Patrick.
“Você viu a Stella?”, ele perguntou.
“Ela se recusa a me ver”, respondeu Susan, irritada.
Aquela ingrata, eu a coloquei no mundo e agora é mais difícil vê-la do que encontrar um presidente.
“Por que não tenta encontrá-la?”, ela gritou. “Eu já tentei de tudo esta tarde.”
Patrick já estava à beira de um colapso.
Ouvir aquilo fez com que ele também perdesse a paciência. “Foi você quem deixou as coisas chegarem a esse ponto. Agora quer que eu resolva?”
O quê? Ele acha que isso é só problema meu? Que ela é só minha filha?
Susan ia retrucar, mas Patrick já tinha desligado.
Ela encarou o telefone, indignada, sentindo a raiva subir ainda mais.
Sem conseguir falar com Stella, decidiu ligar para Ethan. Ao saber que ele ainda estava em Pluehville Hill, correu até lá.
Quando chegou e disse que queria ver Stella, a testa dele se franziu.
Jason percebeu o clima e se adiantou para explicar: “O Sr. Keene também não consegue falar com ela.”
Nem duas palavras?
Esse tempo todo, eu achei que Stella ainda estava atrás de Ethan, que esse papo de ‘romper o noivado’ era só drama.
Achei que ela só queria me forçar a mandar Lillian embora.
Eles não voltavam para casa havia dias.
Patrick acendeu um cigarro. Jonathan também segurava um.
“Vou para Pluehville Hill”, disse Patrick, de repente, levantando-se e pegando o paletó.
“Eu vou junto”, acrescentou Jonathan.
Preciso perguntar para Stella qual é o objetivo dela. Será que está mesmo do lado de estranhos para destruir a própria família?
A expressão de Patrick mudou. “Pra quê? Pra discutir com ela?”
“Eu…”
“Você, desde que ela voltou, já agiu como irmão alguma vez? E agora quer ir interrogá-la?”, Patrick retrucou.
Jonathan ficou em silêncio, o rosto ainda mais fechado.
Não é que eu não quisesse ser um bom irmão, mas Stella nunca me deu chance. Ela voltou e virou a casa de cabeça para baixo.
Como alguém poderia ter paciência com ela?
Patrick saiu.
O instinto de Jonathan foi seguir, mas, nesse momento, o celular vibrou.
Ele olhou para a tela e viu o nome Rebecca Zahn.
Uma dor latejante tomou suas têmporas.

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