Ao ouvir sobre o bloqueio dos cartões da Stella, um brilho de satisfação passou pelos olhos da Lillian.
Stella, nada na família Reed te pertence. Só pode haver uma filha aqui, e essa sou eu.
Apesar da alegria, ela manteve a pose de preocupada.
“Mas se vocês bloquearem os cartões dela, como ela vai sobreviver? Ela viveu às custas da família Reed nos últimos dois anos, nem emprego ela tem.”
Jonathan foi categórico.
“Lillian, para de defender ela. Dessa vez, ela precisa aprender uma lição.”
Ela hesitou, como se quisesse argumentar, mas acabou se virando para Susan.
A mulher assentiu em concordância.
“Seu irmão tem razão. Já passou da hora dela aprender a se comportar como uma verdadeira dama.”
Só de pensar no temperamento da Stella, Susan já sentia dor de cabeça. Ela se recusava a acreditar que a filha realmente tinha superado o Ethan. Na cabeça dela, toda a confusão de dois anos atrás tinha sido por causa dele. Aquela história absurda de que a Lillian tinha armado um acidente de carro? Pura desculpa, a verdadeira razão era a obsessão da Stella por Ethan, e esse era o verdadeiro problema.
Lillian olhou para Ethan.
Ele franziu a testa, mas não disse nada, claramente concordando com a decisão de Susan e Jonathan.
Susan voltou sua atenção para o tornozelo da Lillian.
“Como está a lesão? É grave?”
Lillian balançou a cabeça.
“Não é tão ruim. O Ethan insistiu em me levar ao hospital.”
Susan aprovou.
“É melhor prevenir. Seu pai arranjou o melhor especialista para você. Vamos fazer um novo exame.”
“Obrigada, mãe.”
“Sua bobinha, não precisa me agradecer.”
Ouvir Lillian chamá-la de “mãe” tão docemente fez o coração de Susan se encher de afeto.
Enquanto cuidavam da lesão da Lillian, também decidiram a punição para Stella.
A decisão? Cortar a mesada mensal de dois mil e setecentos para forçá-la a se submeter. Eles acreditavam que, sem apoio financeiro, Stella acabaria desistindo de toda essa história do acidente.
No fundo, todos tinham certeza de uma coisa: Stella amava Ethan demais para realmente desistir.
Dessa vez, nem dariam a chance dela fazer birra.
...
Stella passou a tarde toda em reuniões no estúdio.
Um projeto enorme, um acordo recorde na indústria de design. Claro que ela precisava se dedicar ao máximo.
Um cliente desse porte? Não tinha como deixar escapar.
Quando saiu do estúdio, já eram seis da tarde.
“Stella?”
Ao ouvir o nome, ela se virou e viu Tessa alguns passos atrás, com uma expressão chocada.
Era horário de pico, e uma multidão saía dos prédios de escritórios ao redor.
Tessa se apressou, olhos arregalados.
“O que você está fazendo aqui? Está procurando emprego?”
Os três prédios tinham vários escritórios, em sua maioria pequenas empresas.
Antes que Stella respondesse, Tessa já tinha tirado suas próprias conclusões.
“Eu te disse para aceitar meu dinheiro, mas você recusou. Agora está aí, correndo atrás de emprego?”
Stella suspirou.
“Vamos jantar primeiro. Eu te explico enquanto a gente come.”
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