A Herdeira Desconhecida: A Saga de Viviane Vieira romance Capítulo 132

Beatriz Vieira apertou os lábios, sem dizer uma palavra, e com o rosto pálido, caminhou em direção ao grupo.

Normalmente, onde quer que ela aparecesse, atraía imediatamente os olhares de interesse.

Porém, naquele dia, os rapazes pareciam não notá-la. Beatriz passou por eles e não houve sequer um olhar em sua direção.

Todos estavam olhando para o fundo da sala de aula, onde uma garota estava sentada quieta, com os olhos baixos para o livro em suas mãos, tão bonita quanto uma pintura.

Alguns meninos empurravam outro colega em direção à sala.

"Vai lá, qual é o medo?"

"Cara, tenha mais coragem, talvez a musa da escola não seja tão inatingível."

Ao ouvir as palavras "musa da escola" - Beatriz instintivamente levantou a cabeça.

Mas ela viu que os meninos não estavam olhando para ela, mas empurrando um deles para a sala de aula F.

O garoto que estava sendo empurrado segurava uma carta de amor, com o rosto corado, olhando na direção de Viviane Vieira.

Beatriz cerrou os punhos, mordendo o lábio com tanta força que seus dentes ficaram à mostra.

"Essa caipira realmente sabe como se fazer parecer importante, sabendo que tem tanta gente olhando para ela, e ainda se faz de desentendida."

"Sim, ela realmente parece pensar que é. Você viu o livro que ela está segurando? Está em outro idioma? Será que ela entende alguma coisa de línguas estrangeiras?"

Beatriz levantou a cabeça e realmente viu que o livro que Viviane Vieira estava lendo era um romance em uma língua estrangeira.

Era o mesmo livro que Beatriz tinha visto no criado-mudo do quarto de Viviane na noite em que ela se mudou para a casa da família Vieira.

Naquela época, ela já achava que Viviane estava se fazendo de importante.

E agora, para sua surpresa, Viviane até trouxe o livro para a escola para continuar com sua encenação.

Beatriz sentiu um nó de frustração em seu peito. Desde que soube que Viviane tinha voltado para a escola, essa sensação de sufoco a acompanhava constantemente. Ela observava o olhar de admiração dos rapazes em direção a Viviane e sentia um frio na alma, uma sensação de rejeição que nunca havia experimentado antes.

Comparado com o tratamento que costumava receber, ela não conseguia aceitar uma diferença tão grande.

E a pessoa responsável por tudo isso, a pessoa que roubou todo o seu brilho, foi Viviane Vieira.

Um lampejo de inveja passou rapidamente pelos olhos de Beatriz.

Viviane continuou com a cabeça baixa, lendo seu livro, sem reagir.

O rosto de Beatriz endureceu, os punhos se apertaram ainda mais, e ela chamou novamente, mais suavemente: "Viviane Vieira, irmã."

Ainda assim, Viviane não respondeu.

O sorriso já difícil de manter nos lábios de Beatriz começou a desaparecer.

Um colega da mesa ao lado deu um toque: "Viviane Vieira está com fones de ouvido, talvez ela não tenha ouvido."

Foi então que Beatriz notou que Viviane estava usando fones de ouvido brancos.

Ela olhou para baixo e percebeu que pareciam ser fones de ouvido com cancelamento de ruído da Apple.

Os fones de ouvido não eram caros, nem se comparavam ao preço de uma peça de roupa dela, mas como Viviane Vieira, essa caipira, poderia comprar fones de ouvido da Apple?

Beatriz Vieira logo começou a se perguntar se não era um presente de Geraldo Galvão.

A expressão de Beatriz Vieira começou a ficar feia, sem controle.