A Herdeira Desconhecida: A Saga de Viviane Vieira romance Capítulo 238

A jovem tinha os cabelos negros e sedosos espalhados desordenadamente, suas bochechas estavam tingidas de vermelho pelo álcool, parecendo sangue, e seus olhos brilhantes e turvos estavam preguiçosamente semicerrados como os de um gato. Provavelmente frustrada por ter sido impedida novamente, ela franzia levemente a testa, mordendo seus lábios cor de cereja, e um leve descontentamento podia ser visto em seu delicado rosto de porcelana.

Essa expressão ingênua e encantadora aprofundou o olhar do homem.

Guilherme Galvão sentiu uma onda de emoção tomar conta dele, seus lábios se apertaram e seu coração pareceu pular algumas batidas.

Respirou fundo mais uma vez, aproveitou-se do fato de que ainda estava lúcido e que tudo ainda estava sob seu controle, fechou os olhos para reprimir a onda de sentimentos que se agitava dentro dele e, quando os reabriu, seus olhos recuperaram um pouco da clareza. Ele estendeu a mão para afastar a jovem, virou-se e saiu rapidamente da cama.

"Descanse bem, vou preparar um caldo para curar sua ressaca."

Depois de deixar essas palavras para trás, ele se virou e saiu correndo.

As pernas longas e retas do homem se moviam rapidamente, e havia uma certa pressa em seus passos, como se estivesse fugindo de algo.

*

Saindo do quarto, Guilherme Galvão fechou a porta.

Seu coração ainda não havia se acalmado, seu peito ainda tremia violentamente e a onda de calor em seu corpo ainda não havia sido completamente suprimida. Seu belo rosto estava tingido com uma fina camada de vermelho e seus olhos frios se esforçavam para conter algo, perdendo a calma habitual.

Aquela garota...

Guilherme Galvão baixou o olhar, observando sua camisa amassada e os botões que haviam sido arrancados, incapazes de serem abotoados novamente. As imagens e os doces apelos do "irmão mais velho" - da jovem passaram por sua mente, escurecendo ainda mais seus olhos.

Ele planejava trocar de roupa no quarto de hóspedes.

Ele havia se aproveitado de uma estudante do ensino médio.

E agora não pretendia assumir a responsabilidade.

Viviane Vieira era sua colega de classe, sua companheira de carteira e até havia ajudado a curar seu avô.

Mesmo que Guilherme Galvão fosse seu irmão de sangue, ele lutaria por justiça para Viviane Vieira.

Ele se sentia envergonhado pelo fato de seu irmão ter feito algo tão desonroso!

Guilherme Galvão ouviu seu irmão falar absurdos, e sua expressão ficou cada vez mais sombria, com a voz fria: "O que você tem na cabeça, só pensando bobagens. Viviane Vieira estava cansada, ela só estava descansando no meu quarto, onde você pensa que está indo?"