A Herdeira Desconhecida: A Saga de Viviane Vieira romance Capítulo 71

Talvez fosse uma espécie de pressentimento.

No elevador, a jovem levantou a cabeça de repente e seu olhar frio encontrou o de Guilherme Galvão. Seus olhos, negros como a noite, tinham um tom malicioso de vermelho no canto, e o olhar que ela lançou na direção de Guilherme estava repleto de uma aura assassina.

Foram apenas alguns segundos de troca de olhares.

Ela rapidamente baixou os olhos novamente.

Era raro que a jovem não estivesse com as mãos nos bolsos, mas ela parecia estar segurando alguma coisa.

Com uma certa distância entre eles, Guilherme Galvão não conseguia enxergar com clareza.

As portas do elevador se fecharam lentamente.

"Sr. Guilherme, o que o senhor está olhando? Não me diga que voltou a ver aquela criança conhecida?" - Roberto Rocha, com um cigarro na boca, tinha a camisa amassada no peito e alguns botões desfeitos, saiu desalinhado da sala VIP.

Enquanto falava, lançou um olhar rápido na direção do elevador, mas não viu nada.

Roberto retraía seu olhar curioso, batendo a cinza do cigarro e prosseguiu: "E sobre aquele projeto que mencionei antes, o que o senhor acha? Está interessado em uma parceria?"

A armadilha desta noite havia sido preparada por Roberto.

Ele tinha um excelente projeto em mãos e estava buscando investimento, então quis trazer Guilherme Galvão para o negócio.

Guilherme era uma lenda no mundo dos negócios.

Se conseguisse trazê-lo como sócio, o sucesso financeiro seria garantido.

Mas Guilherme não estava ouvindo.

A imagem dos olhos frios e assassinos da jovem passou por sua mente, e uma onda de agitação surgiu nos olhos normalmente calmos e frios do homem. Ele se endireitou e caminhou rapidamente em direção ao elevador.

Roberto estava confuso e perguntou apressadamente: "Sr. Guilherme, aonde o senhor está indo? E a nossa parceria...?"

"Tenho alguns assuntos pendentes, conversaremos mais tarde" - Guilherme não parou, entrou em um elevador que acabara de chegar e apertou o botão para o primeiro andar.

*

Viviane Vieira ouviu os passos que a seguiam e, com um sorriso nos lábios, rapidamente entrou em um beco escuro.

O beco era estreito, sem iluminação, e parecia ainda mais sombrio visto de fora. Ao entrar, a escuridão era tão densa que quase não se podia ver a própria mão.

Guilherme Galvão seguiu o cheiro de sangue até um beco escuro.

Uma brisa passou.

O cheiro de sangue que vinha do beco ficou ainda mais forte.

A garganta do homem se apertou e, ao pensar em uma possibilidade, sua pressão arterial caiu drasticamente e uma expressão sombria tomou conta de seu rosto.

Com uma expressão séria, ele caminhou pesadamente em direção ao beco.

Ele havia dado apenas alguns passos quando uma figura branca começou a aparecer lentamente na escuridão.

A máscara da jovem havia desaparecido e seu rosto branco e marcante exibia a indiferença e a preguiça habituais. Seus olhos, frios e negros, mostravam um ar de indiferença e desafio.

Com as mãos nos bolsos, ela saiu casualmente do beco com cheiro de sangue.

Como se estivesse apenas dando um passeio.

A camisa xadrez que usava estava manchada de sangue e, quando se aproximou de Guilherme Galvão, o cheiro de sangue ficou ainda mais intenso.