À mercê da realeza romance Capítulo 64

"Narrado por Kalenna"

Depois que saí do banheiro, Dean me acompanhou até a carruagem que nos aguardava do lado de fora. Minha cabeça parecia que iria explodir. Ele me ajuda a entrar e senta do meu lado enquanto aguardávamos meu pai e Néstor. Os guardas estavam do lado de fora da carruagem fazendo nossa proteção.

_Sente-se bem?_Dean segura minha mão._Suponho que não foi nada fácil dizer todas aquelas palavras para o homem que ama.

_Eu não o amo!_Falei ríspida, mas sem olhá-lo.

_Sou de uma linhagem de Bruxos Sensitivos. Com apenas um toque em suas mãos, sei o que sente. Então não tente me enganar, não vai funcionar._Ele ri suavemente.

_Não deixarei você me tocar._Falo afastando-me dele.

_Tudo bem. Só estou querendo fazer amizade._Ele levanta as mãos em rendição e se cala.

Meu pai e Néstor entram na carruagem e assim seguimos em direção a algum lugar que eu ainda não sei.

_Os papéis já foram todos assinados. Córya está praticamente em nossas mãos. Não era isso que queria, minha filha?_Malcon pergunta atraindo minha atenção.

_Sim...

_Está triste?_Ele se aproxima um pouco de mim.

_Não, só cansada. Para onde vamos?_Tento desviar do assunto.

_Para uma pousada no centro de Córya. Uma das boas que ainda se manteve.

O silêncio permaneceu até chegarmos na tal pousada. Era simples, mas de boa qualidade. A dona ficou lisonjeada em nos receber. Logo que fui apresentada ao meu quarto, tratei de tomar um banho. A mulher do meu pai mandou uns vestidos para mim, lembrarei de agradecê-la. Após tomar banho, sentei na cama e senti o vômito subir à garganta.

_Droga._Falei correndo para o banheiro novamente.

Depois de dar descarga, escovei os dentes e sentei na cama. De repente as lágrimas descem instantaneamente dos meus olhos. Me vejo soluçando por um único motivo: arrependimento. Mas eu sabia que tinha chegado muito longe, isso que mais doía. Eu não podia voltar atrás, eu não tinha um motivo pra parar.

Arrependimento não seria uma desculpa suficiente. Ouço alguém bater na porta, me dirijo até lá e abro.

_Pai._Eu queria sussurrar, mas acabei falando alto demais.

_O porquê dessas lágrimas?_Ele me olha compadecido.

Abro mais a porta para que ele entrasse e me sento na cama novamente.

_Eu não sei...

Ele se abaixa na minha frente e alisa minha cabeça.

_Kalenna, eu passei anos da minha vida longe de você. Anos da minha vida querendo ter com você uma afinidade de pai e filha. E eu sempre prometi a mim mesmo que quando eu te encontrasse eu lhe daria o céu se você me pedisse._Ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha._Quando eu ouvi esse seu plano, confesso que hesitei um pouco. Você tem a aparência suave e meiga da sua mãe. Pra mim foi difícil acreditar que tudo aquilo estava saindo da sua cabecinha.

_Sou uma decepção, não sou?_Falo abaixando a cabeça.

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