À mercê da realeza romance Capítulo 87

"Narrado por Lyam"

Saí do quarto de Kalenna com o coração na mão. Parece que um imenso buraco se abria em meu peito, mas eu precisava voltar. Já era hora.

Entrei na carruagem com Ana do meu lado, mas não dirigi uma palavra a ela. Confesso que meus olhos pairavam na sua barriga, mas eu tentava evitar. Eu não sou de ferro, oras! Se ali dentro estiver um outro serzinho que se denominará meu filho, meus instintos paternos falará mais alto. E eu não posso favorecer o Matthew porque é filho de um amor e desfavorecer essa criança que é filho de um casamento infeliz.

_O filho da Kalenna é menino ou menina?_Ana pergunta olhando pela janela.

_O nosso filho é um menino._Digo encarando seu rosto.

_Hum. Espero que esse feijãozinho aqui seja uma menina._Ela toca na sua barriga então._Vai ser a princesinha do papai e da mamãe.

_Ana, você não é louca de brincar com esse assunto de gravidez, não é?_Pergunto olhando firme e sério pra ela.

_Claro que não, Lyam!_Ela diz daquele jeito óbvio._Estou grávida de você. É seu, é nosso!

Olho para seu rosto e depois meus olhos descem até sua barriga. Ana está provavelmente com um mês e devido a sua herança sanguínea, eu não terei elo com a criança. Só quando ficar maiorzinho que eu poderei senti-lo mexer e etc.

_Você quer tocar?_Ela pergunta alisando a sua barriga ainda chapada.

_Ana, eu... É melhor não...

_Toca, Lyam! Essa criança também é sua._Ela puxa a minha mão e encosta na sua barriga.

Ana começava a movimentar minha mão e depois eu mesmo já movimentava sozinho. Mesmo a Ana sendo essa louca que parece sem escrúpulos, se essa criança for nossa eu não poderei ser indiferente em nada. Uma criança deve ser criada em um ambiente de amor, cuidado, carinho, afeto...

Afasto minha mão da barriga dela e me concentro na viagem. Em pensar que se realmente eu for o pai dessa criança, eu terei que abandonar a outra. Isso me destruirá...

E não destruirá só a mim como a Kalenna também. Depois de horas de viagem, chegamos em Córya. Meu pai, Ralf e minha mãe estão na frente me esperando. Desço da carruagem depois de Ana, minha mãe corre pra me abraçar.

_Você é um irresponsável!_Ela diz me abraçando._Como deixa sua mãe aqui morrendo de aflição?

_Eu sei que o Ralf cuidou bem da senhora._Dei um beijo na sua testa._Não é, Ralf?

Olho para ele que afirma meio desconcertado. Algo está errado,  com certeza.

_Ralf?_Chamo-o novamente._Você está bem, irmão? Cadê a Thianna e a Ceci?_Falo chamando-o para um abraço.

_Elas estão com suas famílias agora._Ele me abraça meio contido._Deixei-as livre.

_Não vai falar com seu pai?_John abre os braços em minha direção.

_Estou cansado._Passo por todos sendo seguido por Ana.

Subo a escada e vou direto para meu quarto. Logo a porta abre-se atrás de mim.

_Você não acha que dormirá aqui no meu quarto, não é?_Pergunto olhando para ela.

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