Confuso com a saída intempestiva da jovem, Maximiliano deu-se conta que havia beijado a mulher errada. Ficou evidente, pelo tremor do corpo e dos lábios contra os seus, que a jovem em seus braços não tinha a experiência sedutora de sua atual amante.
E havia o sabor daquele beijo... Doce, delicado e envergonhado. Nunca a provara antes. Algo incomum para ele que todos apontavam como Don Juan da cidade.
Analisou a casa dos Orleans sem vontade de retornar ao salão. As luzes nas janelas, a música chegando fraca no jardim, a recordação das pessoas rindo, bebendo e dançando o entediava e despertava lembranças desagradáveis de seu passado.
Nem mesmo sua vontade de encontrar sua atual amante, Dalila Savoia, foi o suficiente para voltar aquela casa. Moveu-se sorrateiro até o muro que rodeava a propriedade, o pulou e partiu da mesma forma sorrateira que chegou.
~*~
Envergonhada pela cena decadente ao fugir do noivo, tendo abandonado a festa sem falar com ninguém, Joana decidiu ir para sua casa. Ao chegar, tocou desesperada a campainha até a empregada abrir a porta e deixa-la entrar.
— Chegou sozinha? — A empregada perguntou curiosa, olhando para fora em busca das demais pessoas da família.
No entanto, em vez de responder, Joana seguiu em frente, subindo as escadas rumo ao seu quarto.
Ainda mareada, assim que entrou do dormitório se jogou na cama, o rosto se afundado no travesseiro para ocultar um grito de frustração.
Girou na cama, os olhos se fixando no teto, os dedos se movendo de leve nos lábios ainda cativados pelo beijo que recebeu. Talvez pelo tempo em que não beijava o noivo, a saudade tornou aquele mais cálido, mais envolvente que os que tinham trocado antes.
Queria ser mais confiante, mais desinibida e não ter bebido tanto, de forma a não ter fugido e aproveitado melhor o reencontro.
— Dá próxima vez não aceitarei tantas taças — definiu ao sentar na cama, as bochechas quentes de vergonha. — Ele deve achar que sou uma boba por ter fugido depois de tanto tempo separados — deduziu levando uma mão ao camafeu em volta do pescoço. O abriu e observou a foto do noivo em seu interior, ao lado da inscrição apaixonada que pediu para fazerem. — Amanhã explicarei o que houve, meu amor — prometeu beijando o interior e levantando-se para escovar os dentes, de forma a retirar o gosto azedo da língua, e tomar um banho, para acabar de vez com a embriaguez.
Podia mandar uma mensagem, mas como ele tinha a festa a cuidar, não acreditava que adiantaria. E também não tinha certeza do que escrever ou dizer.
As consequências de sua fuga e da bebedeira, junto do maravilhoso e breve beijo, dominaram a mente de Joana durante horas. Algumas vezes lamentava ter bebido e fugido, em outras ria por ter sentido os lábios de seu noivo sobre os seus e, na maioria, sonhava quando o veria novamente e sentiria seus beijos de novo.
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