A Pequena Esposa romance Capítulo 112

O funcionário disse com ansiedade: "Jovem Mestre!"

O adolescente finalmente levantou a cabeça, revelando um rosto rígido e bonito. As suas características mostravam que ele possuía mais de uma ascendência étnica. Ele era muito másculo e atraente, mas a expressão no seu rosto não era das melhores. "Eu não sou surdo."

Ele jogou o telefone de lado, olhou para Spencer e perguntou com um sorriso forçado: "Mestre Falcon, por que você está com tempo para vir à nossa casa hoje?"

Spencer questionou, com o semblante neutro: "Por que você faz essa pergunta se já sabe a resposta?"

Yuri zombou e desviou o olhar para Samantha. "É ela?"

Samantha se encolheu um pouco, ficou meio com medo daquele jovem aparentemente tão mal-educado.

"Você já se formou do colégio? Parece ser muito nova." Yuri acendeu um cigarro de forma casual e semicerrou os olhos para Samantha. "Tem treze ou quatorze anos?"

Samantha hesitou antes de explodir com raiva. "Eu já tenho 18 anos!"

Yuri disse: "Sinto muito. Realmente não parece."

Samantha ficou sem palavras.

"Pois é, Sr. Falcon, não julgue a família Jules." Uma voz clara e feminina soou.

Samantha se virou e avistou uma garota de saia vermelha entrando. Ela era bonita, estava com uma maquiagem delicada, mas possuía um olhar condescendente nos seus olhos.

Os funcionários disseram apressadamente: "Senhorita Rebecca."

Rebecca olhou para Samantha de cima a baixo, como se estivesse avaliando uma mercadoria. Com um olhar exigente, Rebecca afirmou: "Mestre Falcon, sei que você está preocupado com a saúde de Juliette, mas não pode passar no hospital com tanta pressa. Como pôde trazer uma garotinha amadora assim?"

No passado, somente como filha de um ramo afastado da família Jules, ela não ousaria falar daquela forma com Spencer. Ela se esconderia o máximo que pudesse quando o visse, mas...

Rebecca estava sorrindo.

Spencer tinha vergonha de Yuri, então ele nunca faria nada contra a família Jules. Contanto que o jovem fosse destemido, ele naturalmente poderia fazer qualquer coisa que quisesse.

Spencer disse sem se abalar: "As habilidades médicas de Samantha são ótimas."

Rebecca zombou e respondeu: "Eu não acho que ela saiba nada de medicina. Além disso, mesmo que ela tenha boas habilidades médicas... Mestre Falcon, não se engane."

Spencer franziu a testa ligeiramente, era óbvio que estava um pouco impaciente. "Desde quando você faz parte da família Jules?"

"..." O rosto de Rebecca empalideceu. Ela olhou para Yuri e percebeu que o rapaz não tinha ideia de nada daquilo. Ela sorriu para Yuri, então disse: "Por que você está olhando para mim? Vá embora."

Rebecca se virou para Samantha e declarou: "Não me sinto à vontade para deixá-la tratar Juliette! E se o tratamento só piorar a situação? Quem vai assumir a responsabilidade por isso?"

Samantha queria dizer que só poderia conferir se o remédio era mesmo necessário, mas Spencer já havia dito: "Eu me responsabilizo."

Rebecca ficou atordoada, então o provocou: "Sr. Falcon, eu não posso acreditar no que você disse!"

Spencer afirmou: "Ela curou o derrame da minha avó e salvou a vida do Comandante Quartley. Ela é realmente muito capaz. Srta. Rebecca, não quero ouvir você a insultando de novo."

Rebecca ainda queria acrescentar algo, porém Yuri a interrompeu: "Já chega."

Rebecca ainda não tinha tanta autoridade com a primo, então se calou imediatamente.

Yuri olhou para Samantha e perguntou: "Eu ouvi sobre o que aconteceu com o Comandante Quartley. Foi você quem o salvou?"

Samantha assentiu.

Rebecca não pôde deixar de dizer: "Talvez tenha sido só sorte dela!"

Ela parecia estar muito preocupada com Juliette, mas, na verdade, desejava no fundo que ela ficasse na cama pelo resto da vida e nunca mais se levantasse. Porque, enquanto Juliette estivesse mal, ela teria uma chance de se destacar. Rebecca faria tudo o que pudesse para que ela jamais se recuperasse da sua doença.

Samantha ficou um pouco confusa: "Senhorita, não vou discutir com você sobre eu ter sorte. Mas como pode negar o bem que isso fez ao Comandante Quartley?"

Rebecca ficou atordoada e respondeu com raiva: "É só um modo de falar! De que bobagem você está falando? Jamais desejaria mal ao Comandante Quartley! Não esperava que você fosse tão tagarela!"

Samantha comentou com inocência: "Mas foi o que pareceu."

Rebecca não sabia o que falar diante disso.

Ela estava morrendo de raiva. Rebecca não esperava que a Samantha pudesse ser tão cruel quando a observou quieta ali... Se aquelas palavras fossem espalhadas por aí, a família Quartley saberia que ela poderia ter desejado a morte do comandante... A família Quartley não era Spencer, então eles poderiam fazer algo contra ela!

Yuri encarou Samantha com muito interesse, isso fez a garota ficar toda arrepiada. Ele disse rapidamente: "Vamos ver a Srta. Jules."

Spencer assentiu com a cabeça e falou: "Tudo bem, leve-a até lá."

Uma criada logo disse: "Por favor, siga-me."

Samantha olhou para Spencer, percebendo que ele ainda estava parado no mesmo lugar e que não tinha a intenção de segui-los. Parecia que ele não pretendia ver Juliette.

Samantha suspirou, então seguiu essa criada.

O pátio onde Juliette estava era muito quieto. Além do som do vento, havia também o chamado da fauna primaveril. Era muito adequado para doentes. Assim, era fácil entender como a Juliette era muito bem valorizada pela família Jules.

A criada empurrou a porta de um quarto e entrou com a maleta de remédios. A decoração do lugar era muito singela. Tão simples que não combinava em nada com a posição daquela senhorita na família Jules.

Nascida em tal família, Juliette era uma verdadeira escolhida de Deus, mas estava morando em um lugar humilde demais.

O aposento tedioso só tinha a cama dobrável e uma cortina pendurada ao redor dela.

A criada sussurrou: "Senhorita, uma médica veio visitá-la."

A pessoa deitada na cama se sentou ligeiramente e a sua voz soou fraca, mas muito gentil. "Por favor entre..."

Foi só então que a criada se adiantou e abriu a cortina da cama.

Assim Samantha finalmente viu Juliette.

Ela era muito magra e pálida, mas era uma mulher linda. A sua beleza era inquestionável, principalmente os seus olhos. Eles estavam ligeiramente voltados para cima, mas eram bem redondos. Pareciam um pouco bons e charmosos, muito bonitos.

Juliette ficou um pouco surpresa. "Você é tão jovem..."

A sua voz era mesmo muito suave, como o vento e a chuva da primavera. Era muito confortável ouvir. Ela não parecia arrogante como a outra que tinha a recebido. No momento, Rebecca parecia mais a primeira falha da família Jules do que a primeira dama.

A criada comentou: "Ouvi dizer que ela é uma médica muito capaz."

Juliette não julgava as pessoas pela aparência. Ela sorriu para Samantha e disse: "Desculpe incomodá-la." Depois de uma pausa, ele acrescentou: "Na verdade, não faz diferença se minha doença pode ser curada ou não."

Samantha teve uma boa impressão dela e respondeu gentilmente: "Srta. Jules, não seja tão pessimista. Os seus pensamentos têm um grande impacto nos seus sentimentos."

Mesmo ao ouvir isso, Juliette apenas sorriu e não disse nada.

Samantha se sentou em frente à janela e disse: "Por favor, me dê uma de suas mãos."

Juliette ficou surpresa. "Você pratica Medicina Chinesa?"

Não era de admirar que ela estivesse surpresa. A medicina ocidental era mais comum atualmente, com tantas dores e tratamentos, logo acabou empurrando a medicina tradicional chinesa para o escanteio. Contudo, a geração de Juliette sabia que a medicina tradicional chinesa era uma fonte de muito conhecimento.

Samantha assentiu. "Sim."

Juliette sorriu suavemente e disse: "Você é realmente muito jovem. Quando eu tinha a sua idade... só queria me divertir o tempo todo."

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