A Pequena Esposa romance Capítulo 260

O túmulo de Caroline ficava bem longe. Mesmo Dominik sendo tão familiarizado com a capital, levou um esforço para encontrar este cemitério.

O velho Mestre Lowell raramente levava Samantha com ele para visitar Caroline porque sempre sentia dor ao encarar o túmulo de sua única filha. A saúde do velho senhor era precária e ele sofria com uma doença grave sempre que voltava para casa.

O cemitério era muito abandonado. O guardião era um senhor já de idade avançada que estava sentado em sua pequena sala ouvindo rádio, balançando a cabeça. No rádio estava tocando uma música antiga que era muito popular 30 anos atrás. Samantha nunca tinha ouvido, mas a melodia era bastante bonita.

O cemitério público não tinha uma segurança muito rigorosa. Quando o velho viu que tinha pessoas entrando, ele apenas deu uma olhada e continuou a ouvir sua música.

Samantha e Henderson entraram no cemitério. A maioria das pessoas enterradas ali não recebia visitas a muito tempo. Estava tudo bem desorganizado. Samantha achou o túmulo de Caroline e depositou um buquê de lírios em frente ao seu túmulo.

Já haviam se passado oito anos desde que ela se foi, as fotos nas lápides estavam um pouco desbotadas, mas o tempo não conseguiu apagar a beleza daquela mulher. A mulher nas fotos usava um leve cheongsam rosa bordado com vales vazios e orquídeas, era algo que casava com seu temperamento.

Havia um leve sorriso em seus lábios, ela parecia glamorosa. Era Caroline aos 19 anos. Seus olhos e sobrancelhas eram impecáveis, ela parecia tão orgulhosa quanto uma flor. Mas havia algo suave que suprimia o orgulho em seus ossos, e essa combinação dava a ela um sentimento muito especial.

Samantha ajoelhou na frente do túmulo de sua mãe e estendeu a mão para tocar a borda da foto. Ela disse, "Essa foto foi tirada quando minha mãe tinha dezenove anos. Na verdade, a maioria das fotos em lápides são tiradas quando as pessoas estão morrendo. Mas meu avô insistiu em usar essa foto porque era a preferida da minha mãe."

Henderson olhou para baixo para a mulher que era extremamente bonita na foto. Samantha se parecia com ela, mas os traços de Samantha eram mais suaves do que os dela. Provavelmente porque Caroline de 19 anos ainda não havia sofrido aquela calamidade. O sorriso confiante em seu rosto não podia ser ofuscado pela glória, era como belas flores florescendo sob o sol.

Samantha continuou, "Naquela época, a mamãe já era a estrela nascente mais brilhante no campo médico, e era o pesadelo de inúmeros gênios. Eu me lembro que ela olhava pouco para os álbuns de fotos, e toda vez que olhava era com expressões muito tristes."

Henderson olhou nos olhos da mulher e disse, "Jackie."

"O que foi?"

Henderson se abaixou, colocou a mão sobre o ombro dela e disse, "Você sabe por que sua mãe gostava tanto dessa foto?"

Samantha balançou a cabeça. "Eu não sei..."

Henderson disse, "Porque essa foto é a foto do homem mais amado por ela."

"O quê?" Samantha se surpreendeu. "Como você sabe?"

Henderson bateu com o dedo na lápide e disse em voz baixa, "Isso é claramente um reflexo da vida. Os olhos dela olhavam para a esquerda, e o queixo estava subconscientemente um pouco levantado. Uma figura estava refletida em suas pupilas, indicando que ela estava olhando para uma pessoa, e que ela precisava olhar para cima, o que significa que essa pessoa era mais alta que ela."

Samantha: "... Talvez seja um amigo dela."

Henderson escarneceu e disse com um leve deboche no rosto bonito, "Existe um tipo de amor sólido nos olhos dela. O sorriso dela é muito doce. Acredito que ninguém olharia para um amigo com esse tipo de olhar. Do outro lado é um homem. Mais precisamente, ele é o amante dela.

"Eu fiz com que perdessem a coisa mais importante. Meu pai deve estar me amaldiçoando por não ter tido uma morte digna agora, mas eu não tenho medo, mãe..."

Havia um lampejo de determinação nos olhos vermelhos de Samantha. "Eu não posso ignorar o comportamento repugnante deles. Se existem coisas que Deus não se importa, deve haver alguém para gerenciá-las. Eu os mando para a prisão para... confortar seu espírito no céu."

Henderson ouvia em silêncio.

Claro, ele entendia que o pequeno monstro no coração de Samantha havia sido criado apenas por ele. Ele havia ensinado Samantha a odiar e resistir, mas mesmo que ela estivesse muito triste e não pudesse aceitá-lo desta forma, ele não se arrependia.

Quando jovem, ele havia entendido a lei do mais forte neste mundo. A fraqueza era o pecado original.

Sua pequena Samantha precisava crescer. Mesmo que fosse como o renascimento de uma fênix, que precisava queimar seu corpo em cinzas com fogo furioso e aguentar a dor de rasgar a pele e os tendões, ela seria forte o suficiente se pudesse renascer do fogo.

Ela vinha se saindo muito bem.

Henderson limpou as lágrimas dos olhos de Samantha com o polegar e depositou um beijo em sua testa. "Samantha, você não precisa se arrepender."

"Você não cometeu nenhum crime desde o início até o final."