A Princesa Abandonada e Seu família Dourado romance Capítulo 199

Luciana ouvia as furiosas reprimendas do Velho Sr. Pinto no escritório, com um sorriso de escárnio no rosto.

Ela cuspiu o chiclete que estava em sua boca e o enfiou na fechadura do escritório, seu olhar atravessou o corredor e pousou em Sílvia que estava do outro lado.

“Segunda... Srta. Luciana, o que está fazendo aqui? Estaria por acaso escutando às escondidas o que seu avô diz?”

Luciana sorriu, raramente de bom humor.

“Idiota, você está assustada ao me ver viva e bem aqui, não está? Com essa sua cabeça, ainda pensa em contratar alguém para me matar. Você acha mesmo que tem capacidade, ou será que essa sua pílula curativa é realmente tão poderosa?”

Ela já havia sido informada de que o carinho do Velho Sr. Pinto por Fábio Pinto e Sílvia se devia a essa tal pílula curativa.

Luciana, que não gostava de estudar e era considerada uma aluna medíocre, passou três horas pesquisando no dicionário e estudando todos os artigos e materiais sobre a pílula curativa.

Ao saber que a tal substância era tóxica, Luciana se tranquilizou.

“Você... o que está falando? Eu não entendo!”

“É normal você não entender com o seu nível de inteligência, não se preocupe.”

De qualquer forma, ela já havia enviado os dados relevantes para o e-mail do Velho Sr. Pinto. Quando ele descobrisse que o que vinha ingerindo era veneno, tanto Fábio Pinto quanto Sílvia teriam muito o que enfrentar.

Sílvia recuou um passo, olhando assustada para a calma Luciana.

Como ela poderia saber da pílula curativa?

“Ah, antes que eu me esqueça de lhe contar, Ricardo, seu tolo pai, vai passar o resto da vida na prisão. Não é uma surpresa maravilhosa?”

Luciana também não esperava que, quando Gabriel disse que resolveria o problema com Ricardo, ele iria levar o homem a um local onde a polícia estivesse de tocaia. Ricardo tinha um histórico sujo e não resistiria a uma investigação.

Sílvia, em pânico, caiu sentada no chão.

Se Ricardo fosse preso, o que seria dela daqui para frente?

Ela havia se tornado uma senhorita da Família Pinto há apenas alguns dias. Não, ela não podia aceitar isso!

Diante do rosto aterrorizado de Sílvia, Luciana soltou uma risada fria e se afastou, caminhando de volta ao seu quarto.

Luciana olhou para a fotografia sobre o criado-mudo. A mulher na foto tinha um sorriso radiante e uma tatuagem de dragão negro no braço; parecia arrogante e invencível.

Enquanto olhava, as lágrimas começaram a cair. Ela abraçou o álbum de fotos com força, incapaz de conter o choro.

A dor dilacerante tomava seu coração, e a raiva avassaladora a envolvia. Luciana apertou os dentes para não chorar alto demais.

“Mãe, eu vou encontrá-la... Farei com que todos os que a mataram desçam ao inferno. Quando Velho Pinto souber que está prestes a morrer, ele deve se desesperar! Ele pensou em como eu me desesperei quando você morreu...”

“Eu preparei tanta coisa, mas não quero mais esperar.”

“Quando nos encontrarmos, você dirá que fiz bem?”

“Mãe, eu sinto tanto a sua falta...”

Meia hora depois, a mansão da Família Pinto estava em chamas, as labaredas devoravam e se espalhavam por cada canto da propriedade.

Velho Sr. Pinto assistia ao grande incêndio lá fora, sentindo o medo da morte se aproximar!

Como ele poderia ter cochilado no escritório enquanto falava de assuntos sérios com José?

Quando José acordou, sua primeira ação foi tentar abrir a porta, mas descobriu que ela estava trancada por fora!

“Vovô... cof, cof, como nossa casa pegou fogo? Cof, cof...”

Velho Sr. Pinto rapidamente procurou as chaves, tentando abrir a porta de dentro, mas não conseguiu.

“Alguém obstruiu a fechadura!”

Velho Sr. Pinto empurrou José ao chão e tentou desesperadamente abrir a porta do escritório com as chaves!

Passando por vários caminhões de bombeiros, Jessica desviou seu olhar.

Quanto às pessoas da Família Pinto, sobreviver era uma questão de sorte, não ter sobrevivido não fazia diferença para eles.

Na emergência do hospital, Gabriel, que acabara de se liberar para comer alguma coisa e forrar o estômago, quase cuspiu a água quando viu Luciana sendo trazida em uma maca.

"O que aconteceu? Jessi, o que você está fazendo aqui?"

"Irmão Gabriel, salve-a primeiro!"

No caminho, Jessica já havia realizado procedimentos de primeiros socorros básicos e a condição de Luciana não era tão séria.

Gabriel não disse mais nada, correu empurrando a maca em direção ao pronto-socorro enquanto enfiava o pão que segurava no colo de Jessica.

Um paciente ao lado, segurando a barriga, ficou descontente ao ver a maca que surgiu do nada tomar seu lugar.

"Minha barriga ainda dói! Por que o médico não olha para mim primeiro? Por que o hospital permite furar a fila?"

Os recursos do departamento de emergência são limitados e casos urgentes têm prioridade.

"Estou na fila há duas horas! Vocês não podem estar falando sério em deixar pessoas furarem a fila, vou reclamar!"

O olhar da enfermeira caiu sobre eles. "Você só tem uma gastroenterite, dá para aguentar a dor! Mas ela está à beira da morte! A emergência é para salvar vidas, vocês não entendem isso?"

Alguns pacientes ainda queriam falar algo quando viram outra maca sendo trazida às pressas, rodeada por uma multidão de médicos e enfermeiros. Henrique Carvalho corria segurando um soro, gritando exausto.

"Afastem-se! Não bloqueiem o caminho! Abram o corredor verde! Avisem a sala de cirurgia!"

O olhar de Henrique Carvalho encontrou Jessica e, por um momento, pareceu que ele tinha visto um anjo salvador!

"Jessica, entre comigo, o estado deste paciente é muito grave!"