A Promessa da Alfa Feminina romance Capítulo 53

Ponto de vista de Hayley:

Não tive escolha senão virar e cumprimentá-lo:

— Que coincidência. Você também está por aqui.

Benjamin, sem perder tempo, ordenou:

— Entre.

Fiquei confusa por um instante, mas logo imaginei que ele estivesse apenas me oferecendo uma carona. Dei de ombros e respondi:

— Você vai me levar para casa? Ótimo, assim não preciso chamar um táxi.

Sem esperar por uma resposta, abri a porta do carro e entrei. Benjamin não deu nenhuma explicação, e logo o motorista ligou o carro e partiu.

A viagem seguiu silenciosa por alguns minutos, até que ele me entregou um monte de documentos.

— Estes são os detalhes para a reunião com Dorian Neel mais tarde. Leia-os.

Olhei para ele, intrigada.

— Por que está me dando isso?

— Meu assistente não pôde vir, então preciso da sua ajuda.

Fiquei surpresa.

— Você quer que eu atue como sua assistente?

Benjamin assentiu.

— Eu apreciaria.

Embora estivesse hesitante, não vi motivo para recusar. Lembrei-me de como ele me ajudou com o torneio de tênis, então suspirei e aceitei o pedido. Abri os arquivos e comecei a analisá-los.

Pouco tempo depois, o carro parou em frente a um restaurante sofisticado, premiado com estrelas Michelin. Segui Benjamin para dentro.

Enquanto esperávamos o elevador, vi meu reflexo no espelho e instintivamente ajustei meus óculos. Benjamin percebeu e comentou:

— Você deveria cuidar melhor da sua aparência. Estar bem-apresentado é uma vantagem.

Eu ia retrucar, mas as portas do elevador se abriram, e ele saiu sem me dar tempo para responder. Lancei-lhe um olhar irritado e murmurei:

— Se acha que pareço tão ruim, por que pedir minha ajuda?

Se não fosse para manter um perfil discreto diante dos irmãos Southwell, não precisaria esconder minha verdadeira aparência enquanto estivesse na Matilha da Meia-Noite.

— O que está esperando? Venha.

A voz autoritária de Benjamin me arrancou dos pensamentos.

— Rápido! Aproxime-se do nosso companheiro destinado! — Hera insistiu, ignorando completamente o tom mandão dele.

Contendo minha frustração, segui relutantemente.

Ao entrarmos na sala reservada, um homem se levantou para cumprimentar Benjamin com respeito.

— Alfa, bom vê-lo.

Benjamin apertou sua mão brevemente.

— Desculpe pela demora, Sr. Neel.

Dorian sorriu.

— Sem problemas, acabei de chegar.

Ele lançou um olhar para mim, mas logo desviou, sem esconder sua indiferença.

Não me importei e me sentei ao lado de Benjamin.

Outro homem na mesa, Jed Field, olhou para mim com curiosidade e perguntou:

Os copos tilintaram, selando o acordo. Enquanto eles brindavam, continuei minha refeição em silêncio, aliviada por o negócio ter sido resolvido.

Depois de algumas rodadas de bebidas, Benjamin se levantou para ir ao banheiro.

No instante em que ele saiu, Jed, já alterado pelo álcool, se aproximou de mim com uma garrafa na mão.

— Vamos, Hayley, beba comigo.

O cheiro forte de álcool me fez franzir a testa. Hera, inquieta com a ausência de Benjamin, ficou ainda mais irritada com a presença desagradável de Jed.

Mesmo assim, mantive a calma e respondi educadamente:

— Desculpe, Sr. Field, mas eu não bebo.

Jed riu com desdém.

— Você é só uma Ômega. Não pode recusar! Se eu digo para beber, você bebe. Ou posso fazer com que Benjamin te expulse da matilha!

Ele despejou um copo cheio de vinho na minha frente e me encarou como se estivesse me testando.

Dorian, sentado perto, fingiu não notar nada. Para eles, eu era apenas uma Ômega qualquer, que deveria se sentir grata por sua atenção.

— Não posso beber, Sr. Field — repeti, mantendo a compostura.

Jed, no entanto, não aceitou minha recusa. Ele estendeu a mão e agarrou meu ombro.

— Não me irrite, Hayley.

Seu toque e o cheiro de álcool me enojaram.

Hera rugiu dentro de mim.

Minha paciência havia se esgotado.

Fiquei sombria.