A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 170

Marcelo Lopes, segurando uma lanterna, olhou para dentro da casa e imediatamente viu Flávia Almeida ajoelhada no chão, desgrenhada e com os olhos vermelhos chamando por ele.

Ele sentiu um calafrio no coração, fechou a porta da cabine rapidamente e foi até Flávia Almeida, pegando sua mão, tentando levar ela até o assento de segurança.

Mas Flávia Almeida permaneceu sentada no chão, imóvel.

Ele disse, um tanto irritado, "Que hora mais imprópria para guardar rancor, hein?"

Flávia Almeida respondeu com um ar de mágoa, "Quem está guardando rancor? Minha perna dói, não consigo me mover."

Quando Marcelo Lopes iluminou com a lanterna, viu que as pernas de Flávia Almeida estavam cheias de manchas roxas e azuis, todas marcas de contusões.

Não foi a toa que ela conseguiu segurar a cadeira mas nãp conseguiu sentar porque ela estava com tanta dor que mal conseguia ficar de pé.

"Pegue isso."

Marcelo Lopes passou a lanterna para ela, e Flávia Almeida, que não tinha mais a energia que demonstrava quando discutiam, obedeceu e segurou a lanterna.

Marcelo Lopes pensou em repreender ela, mas ao ver sua expressão lamentável, engoliu as palavras.

Ele abaixou, passou um braço por baixo dos joelhos dela e o outro por baixo das axilas, e levantou ela nos braços.

Quando Flávia Almeida abraçou ele pelo pescoço, ela hesitou por um segundo.

As costas de Marcelo Lopes estavam completamente encharcadas.

Enquanto ela estava distraída, Marcelo Lopes colocou ela no assento de segurança e puxou o cinto para prender ela.

Assim que terminou, o barco deu um tranco violento, lançando Marcelo Lopes para fora, e Flávia Almeida ouviu apenas um som, acompanhado por um barulho que Marcelo Lopes fez.

Ela se desesperou e chamou, "Marcelo Lopes!"

"Não se mexa!" Marcelo Lopes respirou fundo e falou baixo, "Estou bem, fique aí quietinha, não me cause mais problemas."

Com a lanterna, Flávia Almeida finalmente viu Marcelo Lopes jogado ao pé da cama.

Ele estava numa posição embaraçosa, mas parecia estar bem.

"Senta-se na cadeira."

Ela disse, ansiosa.

Marcelo Lopes estava se apoiando no chão para se levantar quando o barco balançou novamente, e ele rapidamente se abaixou para segurar opé da cama, evitando ser jogado para fora outra vez.

O barco mexia sem parar, como se quisesse homogeneizar o cérebro de alguém. Flávia Almeida, sentada no assento de segurança, já se sentia tonta, que dirá Marcelo Lopes.

A poucos metros de distância, ele não conseguia se levantar e caminhar até ela. Por fim, pegou um lençol e amarrou-se junto ao pé da cama, garantindo que pelo menos não seria jogado de um lado para o outro com o balanço do barco.

Do lado de fora, a chuva aumentou e o vento também, as gotas batiam na janela inclinadas pelo vento, fazendo um som de ping ping, como batidas de tambor.

Mas Flávia Almeida não estava tão assustada porque havia alguém no quarto com ela.

Pensando no que havia acontecido, Marcelo Lopes voltando para ajudá-la, ela sentiu um afeto indescritível.

Ela perguntou baixinho, "Por que você veio aqui agora?"

"Este é o quarto que reservei, preciso pedir sua permissão para voltar?" Marcelo Lopes olhou para ela com impaciência, "Não aponte a lanterna para o meu rosto."

Flávia Almeida: ...

Que afeto que nada! Não havia uma única palavra dele que fosse agradável de ouvir.

Ela virou a lanterna para outra direção e fechou a boca, sem dizer mais nada.

O silêncio dela era quase exagerado, e Marcelo Lopes não conseguiu resistir a dizer, "Por que você não está falando?"

E além disso, a pessoa mimada não deveria ser a mais caprichosa? Por que sempre que Antônia Carvalho via Marcelo Lopes, ela parecia ter medo dele?

Ela ainda se atrevia a apontar para o nariz de Marcelo Lopes e xingar ele.

O celular de Marcelo Lopes tocou.

Ele tirou uma mão, pegou o celular e atendeu. Do outro lado da linha estava Marcos Rocha, com o som da tempestade ao fundo, "Marcelo, você e a Flávia estão bem?"

"Estamos bem, e você?"

"Eu estou bem, estou com o Lucas aqui. Ele trouxe um colete salva-vidas pra mim. Vocês dois têm coletes suficientes? Lucas disse que quando foi levar remédio para vocês, não viu coletes no quarto. Se não tiverem, eu tenho uns coletes extras aqui e posso levar para vocês."

Marcelo Lopes franziu a testa, "Não precisa, nós temos."

"Então tá bom, qualquer coisa nos falamos depois."

Depois de desligar, Flávia Almeida perguntou, "Como estão o Dr. Ramos e o Presidente Rocha?"

Marcelo Lopes hesitou por um momento, "Você não acha que deveria se preocupar primeiro com seu próprio marido? Você acha que os meus bilhões são tão fáceis assim de pegar?"

Flávia Almeida olhou pra ele e murmurou, "Você está bem vivo e saltitante."

Marcelo Lopes deu ela um olhar cortante e Flávia Almeida fechou a boca. Depois de um tempo, disse, "Marido, posso conversar algo com você?"

Assim que ela chamou ele de marido, ele sabia que não era nada bom, mas ainda estava curioso para saber o que Flávia Almeida queria dizer, então respondeu friamente, "O que é?"

"É que, depois que nos divorciarmos, eu poderia ficar com o apartamento em que estamos morando agora?"

O rosto de Marcelo Lopes escureceu de repente, mas a luz da lanterna estava muito fraca, e Flávia Almeida não percebeu.

Então, ela falou consigo mesma, "Para ser honesta, já me acostumei bastante com esta casa, e além disso, cultivei tantas flores e plantas no jardim e no andar de cima, que seria difícil me mudar. Pensei bem e decidi que talvez eu não devia me mudar. Quando nos divorciarmos, que que você se mude. Quanto ao valor da casa, pode descontar do meu bilhão de reais, tá bom? Afinal, você viaja a trabalho com frequência e raramente fica em casa, e uma mansão tão grande para uma pessoa só é tão solitária, não é mesmo? A avó também está sempre pedindo para você voltar para casa. Depois que nos divorciarmos, você pode se mudar para a fazenda e assim passar mais tempo com a avó. Que ideia maravilhosa."