A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 251

Marcos Rocha correu para deter os coveiros: "Esperem, a família chegou, vamos prestar nossas últimas homenagens antes de fechar o caixão!"

Os homens pararam imediatamente.

Flávia Almeida levantou a cabeça.

Marcelo Lopes, com o rosto tenso, vestindo um terno elegante, entrou rapidamente na capela mortuária.

Quando seus olhares se encontraram, Flávia Almeida olhou para ele com olhos indiferentes, como se estivesse olhando para um estranho.

Marcelo Lopes sentiu um pânico irracional brotar em seu coração.

Marcos Rocha correu até ele e colocou uma faixa preta no braço direito de Marcelo Lopes.

Vendo-o ainda atordoado, Vovó Lopes o lembrou: "Marcelo, acompanhe sua sogra em sua última viagem".

Patrícia Batista se aproximou e entregou a Marcelo Lopes um cravo branco, sussurrando: "Faça uma reverência adequada".

Marcelo Lopes se recompôs, segurou a flor e caminhou até o caixão. Ele se curvou profundamente três vezes e depois colocou a flor dentro do caixão.

A vovó Lopes observou a cena e, franzindo a testa, não disse nada.

Depois de prestar suas homenagens, Marcelo Lopes levantou a cabeça, querendo dizer algo a Flávia Almeida, mas ela desviou o rosto e disse aos funcionários: "Podem fechar o caixão agora".

Marcelo Lopes apertou os lábios.

No vasto salão da funerária, só se ouvia o som dos pregos sendo martelados na madeira. Com o último golpe do martelo, Fernanda Nunes despediu-se completamente deste mundo.

A cremação demoraria um pouco, e Marcos Rocha havia reservado um restaurante próximo com antecedência para que todos pudessem almoçar.

Teria sido possível escolher um restaurante melhor, mas a organização do funeral foi tão repentina que muitas coisas não puderam ser preparadas com antecedência, e só foi possível tentar fazer o melhor em um curto espaço de tempo.

A maioria das pessoas que vieram prestar suas homenagens já havia partido. Vovó Lopes, que mal conseguia ficar de pé, trocou algumas palavras com Flávia Almeida e voltou para o carro, fazendo sinal para o neto antes de partir.

Marcelo Lopes se aproximou de Flávia Almeida, com seu pomo de Adão subindo e descendo, demorando um pouco para finalmente dizer: "O voo atrasou".

Flávia Almeida não respondeu e virou-se para Francisca Ferreira: "Francisca, você quer ir ao banheiro?”

Francisca Ferreira estava prestes a dizer que não, mas ao olhar para a expressão dos dois, rapidamente mudou de ideia: "Claro.”

Marcos Rocha franziu a testa e disse: "O que há de tão bom nisso? Você não acabou de sair? Problemas na bexiga?"

Essa mulher é uma bandida! Ela não consegue ver que o casal está discutindo e quer causar mais problemas?

Francisca Ferreira torceu os lábios e olhou para ele: "É você que sempre quer ir embora!"

Dizendo isso, ela saiu, puxando Flávia Almeida junto.

Marcos Rocha...

Ele olhou para Marcelo Lopes com uma expressão de perplexidade e se aproximou, querendo oferecer alguma consolação, mas não pôde evitar de criticar.

“Você não é sempre tão eloquente? O que foi essa conversa sem sentido agora? ‘O voo atrasou’? No funeral da sua sogra, mesmo que o céu esteja caindo facas, você tem que estar aqui! Você deveria dizer à sua esposa que também está preocupado e com pressa, em vez de usar essas palavras vazias para afastá-la!"

“A mãe dela acaba de falecer, ela está vulnerável agora. Você não pensa em abraçá-la para consolá-la, pelo menos deveria deixar claro para ela sua posição, não é? É a mãe dela, você é seu marido, nessa situação você deveria estar de luto e ajoelhado, e você só fez uma reverência três vezes, isso é aceitável?”

Marcelo Lopes ficou atônito: "Devo me ajoelhar?"

Marcos Rocha estava quase perdendo a paciência: "Você é o genro, respeito é fundamental! A Flávia Almeida passou a noite de joelhos aqui ontem! Ninguém da sua família lhe contou?".

Marcelo Lopes ficou em silêncio.

A família Lopes não organizava um funeral há mais de vinte anos, e ele não tinha conhecimento de todos os procedimentos fúnebres, nem sabia o que deveria fazer como genro em uma ocasião como essa.

Patrícia Batista disse que uma reverência seria suficiente, e ele achou que um simples aceno de cabeça seria suficiente.

Como uma pessoa de idade, como poderia não saber que tipo de protocolo deveria seguir numa situação assim?

Marcelo Lopes franzia a testa e, após um momento, perguntou: "Aconteceu alguma coisa nesses últimos dias?"