A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 298

Lucas Ramos trocou um olhar direto com ele, sem desviar ou se esquivar.

Nos olhos dele, o que parecia ser uma calmaria escondia, na verdade, tempestades turbulentas.

Marcelo Lopes sorveu um gole do seu chá, colocando a xícara de volta na mesa. "O receio dele é, de fato, excessivo. Com tantos carros em casa, não nos falta um para levá-la de volta."

Lucas Ramos também esboçou um sorriso. "É que temo que a Flávia se recuse a aceitar a carona. Ela não gosta de se aproveitar dos outros."

Marcelo Lopes agiu como se não tivesse percebido a quem aquela referência a "outros" se dirigia e disse calmamente, "Desde que você esteja ciente disso, está tudo bem. Já comemos e conversamos muito, e agora que tomou seu chá, é melhor você ir para casa."

Lucas Ramos...

Um espasmo passou pelos lábios de Lucas Ramos, que estava prestes a responder quando Marcelo Lopes acrescentou, "Ah, lembrei-me que sua mãe disse que chá te causa insônia." Dizendo isso, ele pegou a xícara de chá que estava ao lado de Lucas Ramos e tomou um gole. "Melhor não tomar mais chá. Vá em frente."

Lucas Ramos...

Depois de tantos anos, Marcelo Lopes parecia estar cada vez mais astuto.

Naquele momento, Flávia Almeida trouxe uma bandeja de frutas cortadas e ofereceu, "Dr. Ramos, que tal umas frutas?"

O semblante de Lucas Ramos relaxou um pouco e ele agradeceu com uma voz suave.

Marcelo Lopes estendeu a mão para pegar uma fruta, mas notou que Flávia Almeida havia cortado mangas.

Ele olhou para Flávia Almeida. "Não temos morangos?"

Flávia Almeida lançou-lhe um olhar lateral. "Dr. Ramos não gosta de morangos."

O canto do olho de Marcelo Lopes tremeu.

Ela conhecia Lucas há quanto tempo para saber do que ele gostava ou não?

Naturalmente, Flávia Almeida estava blefando. Ela não tinha como saber quais frutas Lucas Ramos preferia; ela simplesmente não queria que Marcelo Lopes comesse as frutas que ela havia cortado, e propositalmente preparou uma bandeja de mangas, pois Marcelo Lopes era alérgico a elas.

Morangos eram as frutas que Marcelo Lopes gostava, e ela propositalmente não os cortou.

Lucas Ramos parecia bastante contente, conversando baixinho com ela sobre os problemas de seguimento do caso de direito de imagem.

Flávia Almeida ouvia atentamente, respondendo de vez em quando.

Marcelo Lopes, ouvindo ao lado, mal conseguia conter o amargor.

"Está na hora de acompanhar Antó em sua corrida," Marcelo Lopes falou casualmente, lançando um olhar para Lucas Ramos. "Deve levar uma hora ou duas, e seu escritório de advocacia é tão ocupado que não vou te reter."

Flávia Almeida olhou para o relógio. Já haviam passado duas horas desde que Antó havia comido, e segundo o costume, era realmente hora de ir ao hipódromo para um exercício.

Lucas Ramos largou o garfo de frutas. "Quando estou em tribunal, geralmente não há outros compromissos no escritório, então hoje está bem tranquilo. Já faz um tempo que não vejo Antó, estou com saudades. Se não se importar, podemos ir juntos dar uma olhada," então ele disse a Flávia Almeida, "E depois posso te dar uma carona para casa."

Flávia Almeida aceitou imediatamente. "Claro que sim." Pegar uma carona e economizar no táxi, que maravilha? Lucas Ramos não só ganhou o caso de difamação para ela como também estava ajudando-a a economizar dinheiro. Se ele não fosse um anjo, certamente seria um deus da fortuna.

Com o caso de direito de imagem ganho, ainda havia a questão da divisão de bens entre João Almeida e Fernanda Nunes. Era essencial manter uma boa relação com o Dr. Ramos. Se ganhassem a divisão de bens, não significaria mais dinheiro entrando?

Marcelo Lopes observou Flávia Almeida sorrindo para Lucas Ramos, e sua expressão inevitavelmente escureceu.

Antó, tendo terminado sua refeição, já estava inquieto na estrebaria.

Quando o grupo de Marcelo Lopes chegou, ele não conseguiu conter um relincho empolgado.

O nariz de Antó bufava enquanto ele respirava ofegante, e os cascos batiam no chão com passos curtos e nervosos. Seus olhos eram negros, brilhantes e penetrantes, e a crina macia e elegante brilhava com o pelo escuro e lustroso do corpo.

Flávia Almeida começou a entender por que sua avó lhe deu o nome de "Antó" - ele realmente tinha uma aparência nobre.

Marcelo Lopes trocou de roupa, vestindo-se apropriadamente para montar, abriu a cerca e levou Antó para fora.