A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 344

Depois de falar, Flávia Almeida teve vontade de dar um tapa na própria boca.

Aquela boca sem filtro!

Marcelo Lopes olhou para ela com uma vontade quase irresistível de rir, mas pensou melhor e decidiu que, se ele realmente risse, Flávia Almeida provavelmente daria meia-volta e se esconderia dentro do carro imediatamente.

Ele tossiu um pouco, cobriu a boca com o punho direito e disse: "Junte-se ao Felipe para a refeição, se você não comer, ele vai ficar com vergonha e não vai tocar na comida".

Felipe Monteiro...

O orgulho de Flávia Almeida se debateu por um breve momento, mas no final ela cedeu, fingindo relutância: "Tudo bem, então. Eu o acompanharei".

Dez minutos depois, ao ver Flávia Almeida servir-se de mais uma porção, Felipe Monteiro não conseguiu se conter e disse: "Sra. Flávia, artistas não precisam se preocupar com a forma física—"

Ele não conseguiu terminar a frase, pois seu tornozelo foi chutado por baixo da mesa.

Felipe Monteiro engoliu as palavras com um sorriso amarelo e fechou a boca.

Sentada ao lado dele estava Flávia Almeida, e Marcelo Lopes estava sentado à frente; era óbvio quem tinha dado o chute.

"O que você estava dizendo?"

Flávia Almeida olhou para ele.

Felipe Monteiro apertou os lábios: "Nada, não é nada".

Ao ver que ele não continuava comendo, Flávia Almeida perguntou: "Você está satisfeito com tão pouco? A prova só termina às onze e meia, você acha que vai aguentar até lá?".

Felipe Monteiro respondeu com seriedade: "Um pouco de fome deixa o cérebro mais alerta. Se eu comer demais, vou me sentir lento".

Flávia Almeida resmungou: "Que desculpa esfarrapada".

Após a refeição, Pedro Ribeiro chegou dirigindo a van.

Flávia Almeida olhou para a van Lincoln e revirou os olhos.

Uma van para fazer um exame?

Ela queria encontrar alguma desculpa para criticar, mas ao entrar no veículo e ver a configuração interna, com mesa e cama, permitindo que Felipe descansasse ali mesmo, ela teve que se calar. Realmente era mais conveniente do que seu pequeno carro.

Hoje, devido a restrições de trânsito em alguns trechos, eles enfrentaram um pouco de congestionamento, mas felizmente saíram cedo.

Quando chegaram ao local do exame, eram quase oito horas.

Pedro era definitivamente um assistente excepcional. Na manhã anterior, ele já havia providenciado para que um amigo guardasse uma vaga de estacionamento para eles.

Assim que chegaram, o amigo de Pedro moveu o carro e o deles entrou na vaga sem problemas.

Os pais, que haviam chegado tarde, ainda estavam procurando uma vaga para estacionar.

Flávia Almeida virou-se para Felipe Monteiro: "Você não vai orar um pouco antes?"

"Não precisa." - Felipe Monteiro, enquanto verificava sua carteira de identidade e o cartão de registro, respondeu: "Eu acredito em Deus".

Flávia Almeida...

Às oito e vinte, o local do exame foi aberto, e os candidatos começaram a entrar.

Flávia Almeida, usando um chapéu para se proteger do sol e uma máscara, completamente coberta, acompanhou Marcelo Lopes na entrega de Felipe Monteiro na entrada.

"Espere um segundo."

Lembrando-se do conselho do diretor, Flávia pegou o celular e disse: "Faça uma pose, vou tirar algumas fotos suas."

"Não quero" - Felipe Monteiro recusou.

Fazer uma pose na frente de tantas pessoas? Que ridículo, ele definitivamente não queria fazer isso.

"O diretor perguntou, você não vai nem ouvir o que ele disse?" - Flávia sabia que não conseguiria convencer o garoto sozinha, então, de forma inteligente, trouxe o diretor para a conversa.

Felipe Monteiro olhou para ela: "Foi você quem prometeu ao diretor, o problema não é meu".

Flávia Almeida, com as mãos nos quadris, estava prestes a discutir com o jovem ingrato, quando ouviu Marcelo Lopes dizer: "Tire algumas fotos e vá fazer o exame logo".

Felipe Monteiro estava um tanto relutante, virou a cabeça para olhar para Flávia Almeida: "Então tira uma foto comigo."

Flávia Almeida passou o braço por cima do ombro dele: "Vamos tirar!"

Dizendo isso, jogou o celular para Pedro: "Pedro, tira uma foto nossa, por favor."

"Senhora, eu não sou bom com fotos, melhor pedir para o Presidente Lopes tirar." - Dizendo isso, passou o celular para Marcelo Lopes.

Marcelo Lopes olhou para Pedro, pegando o celular.

Pedro sabia, só por aquele olhar, que seu bônus do mês estava garantido.

Flávia Almeida claramente não tinha muita fé nas habilidades fotográficas de Marcelo Lopes, mas naquele momento ela não tinha escolha a não ser confiar nele.

Felipe Monteiro não teve tempo de ver os dois flertando, então interrompeu: "Vou entrar".

Flávia Almeida então lhe trouxe duas garrafas de água.

Depois de mostrar sua identidade, Felipe Monteiro foi liberado.

Ele mal havia entrado quando Flávia Almeida gritou seu nome de repente.

"Felipe Monteiro! Felipe Monteiro!"

Felipe Monteiro, confuso, se virou.

Flávia Almeida já tinha colocado de volta toda a proteção contra o sol, levantou o braço, formando um coração enorme acima de sua cabeça, gritou alto: "Felipe Monteiro, seja o número um! Felipe Monteiro, seja o número um!"

Agora, todos no local voltaram seus olhares para Felipe Monteiro.

Felipe Monteiro ficou furioso, desejando poder se enterrar ali mesmo.

Essa mulher que não deixa passar uma!

Não foi nada além de um confronto verbal, mas ela conseguiu me expor ao ridículo!

Felipe Monteiro, de cabeça baixa, correu em direção ao prédio da sala de aula, com medo de ser reconhecido por conhecidos. Sua silhueta parecia um pouco envergonhada.

Flávia Almeida curvou os lábios em um sorriso malicioso, com um brilho astuto nos olhos.

Esse moleque vai ver o que é bom para a tosse dele!

Após a entrada de Felipe Monteiro, Flávia Almeida e Marcelo Lopes voltaram para o carro.

Não tinha como, estava muito quente lá fora.

O carro com motorista tem suas vantagens: uma cama, um frigobar com muitas bebidas geladas e, o mais importante, ar condicionado.

Assim que entrou no veículo, Flávia Almeida enviou as fotos que tirou de Marcelo Lopes para o Professor Duarte do orfanato, pedindo que as mostrasse à diretora para tranquilizá-la.

Marcelo Lopes olhou para ela por um momento e, com voz baixa, perguntou: "Você ainda está brava?"

Flávia Almeida parou de mexer no celular, sem responder.

Marcelo Lopes continuou, em tom apaziguador: "Tenho pensado muito sobre o que aconteceu aquele dia."