A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 420

Fabio Batista hesitou por um momento, soltou a cadeira que caiu, balançou a cabeça tentando se recompor, e ao ver suas mãos cobertas de sangue, escureceu os olhos e desabou no chão.

Patrícia Batista, ao ver Fabio Batista caído, ficou pálida de imediato, chamando seu nome enquanto corria em sua direção.

Flávia Almeida sentiu um frio percorrer sua espinha, apressadamente arrancou o vaso de flores das mãos de Francisca Ferreira, dizendo, “Como você veio parar aqui?”

Francisca Ferreira, ao ver sangue, ficou momentaneamente mais lúcida, pálida, falou, “Eu… Eu matei alguém?”

Flávia Almeida acalmava suas costas, sussurrando, “Você não sabe de nada, você estava bêbada. Fui eu quem quebrou o vaso. Vamos chamar a polícia primeiro.”

“Sim, isso, vamos chamar a polícia primeiro.”

Francisca Ferreira, em um frenesi, correu de volta para dentro, pegou o celular, mas ao invés de chamar a polícia, ligou para Marcos Rocha.

Enquanto Marcelo Lopes tomava banho, Marcos Rocha jogava videogame do lado de fora.

Ele jogou duas partidas, ambas mal jogadas.

Um amigo de jogatina perguntou, “Você não está no seu melhor hoje, o que aconteceu?”

Marcos Rocha, que geralmente falava pouco com amigos do jogo, hoje sentia uma necessidade de desabafar.

Afinal, era um amigo do jogo, não o conhecia pessoalmente, então decidiu abrir o coração.

“Tenho um amigo que ultimamente tem estado sempre junto de uma garota, jogando e saindo para comer, inseparáveis. Ele sempre a tratou como um irmão, mas agora, vendo ela correr atrás de outro cara, ele está incomodado. O que você acha que é?”

O amigo respondeu, “Está apaixonado, o que mais poderia ser?”

Marcos Rocha franziu a testa, “Mas ele não quer ir para cama com ela, isso conta como estar apaixonado?”

O amigo demorou um pouco para responder, “Cara, você nunca namorou na vida, né?”

Marcos Rocha estava prestes a negar, mas rapidamente se corrigiu, “Estou falando de um amigo.”

O amigo, “Então seu amigo nunca namorou?”

“Claro que sim, várias vezes.”

“Então ele só pensa com a libido, não com o coração.”

Marcos Rocha…

Ele argumentou, “Ele tratava bem as ex-namoradas, gastava dinheiro com elas, levava para passear, como pode não ser de coração?”

“E esse seu amigo, com essas ex-namoradas, tinha aquela ansiedade de querer vê-las a todo momento, e ficava agoniado quando não podia?”

Marcos Rocha hesitou.

Parece que… realmente não.

Mesmo nos momentos de paixão, nunca sentiu aquela necessidade urgente de estar com alguém.

E quanto a Francisca Ferreira?

Um dia sem falar com ela e já se sentia inquieto.

Ele insistiu, “Mas não querer dormir com alguém, também é amar?”

O amigo disse, “E se outro dormir com ela?”

Marcos Rocha congelou, a imagem de Francisca Ferreira com outro homem lhe veio à mente, apertando seu peito, seu rosto endureceu.

“Cara, você não entendeu nada sobre namorar. Quando você gosta, mesmo sem sexo, só de estar junto já é ótimo. Quando você encontra alguém que realmente gosta, a última coisa que pensa é em sexo.”

Marcos Rocha apertou os lábios, sem saber se estava tentando convencer o amigo ou a si mesmo, “Talvez eu esteja confundindo as coisas por estar muito próximo a ela ultimamente. Talvez seja melhor a gente se afastar um pouco.”

O amigo…

Ela estava preocupada que Patrícia tentasse arrastar Francisca para o problema, mas parece que superestimou sua inteligência.

Marcelo Lopes apenas deu um olhar rápido para ela antes de se dirigir diretamente a Flávia.

Ao se aproximar, notou o rosto levemente inchado de Flávia, e seu semblante escureceu, "Foi Fabio que fez isso?"

Flávia apenas murmurou um "sim", antes de acrescentar, "Mas ele não levou a melhor, eu dei um jeito nele."

Marcelo Lopes...

De repente, ele pensou que, considerando a vez anterior em que Flávia havia jogado um copo d'água nele, ela realmente tinha sido bastante contida.

Se ela realmente quisesse fazer mal, ele provavelmente teria que visitar um urologista.

Marcelo pegou as flores das mãos de Flávia, examinando cuidadosamente a palma de sua mão.

O vaso não era de rosas, não havia ferido suas mãos.

Marcelo cuidadosamente limpou a poeira da palma da mão dela.

Patrícia observava Marcelo cuidando de Flávia com uma expressão de quem não podia acreditar no que via, "Marcelo, você viu o estado do seu tio? Foi essa mulher que o atacou! E você ainda se preocupa com ela?"

Marcelo lançou um olhar frio para ela, sem responder, mas questionou, "Por que vocês estavam aqui?"

Patrícia hesitou por um momento, mas logo se encheu de coragem novamente, "Por quê? Por causa da Aline! Se você não vai me deixar pagar a fiança, então eu tenho que encontrar outra maneira. Não posso simplesmente assistir minha filha sofrendo naquele lugar!"

Marcelo ficou sério, "Aline jogou água quente em alguém, isso é agressão intencional. Como mãe, você não apenas falhou em corrigi-la, como ainda incitou seu comportamento. Se a soltarmos facilmente hoje, quem garante que ela não fará algo pior no futuro?"

"Você está delirando!" Patrícia retrucou furiosa, "Aline ainda é uma criança, ela não sabe o que faz. Se você a soltar, ela vai aprender com o erro. Como ela poderia repeti-lo?"

Marcelo Lopes soltou uma risada irônica. "Criança? Desde quando alguém com 23 anos ainda é considerado criança? Flávia tinha apenas 22 anos quando se casou comigo. Seguindo sua lógica, ela também não seria uma criança? Quando Aline Lopes aprontou enviando-a para o quarto de Daniel Lopes, por que você não a protegeu?"