A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 430

Mas essa coisa sempre lhe incomodou.

Naquela época, ele ainda pensava que o avô de Lucas, como os outros colegas, não gostava dele porque sua família enriqueceu com o negócio de frutos do mar, o que era visto de forma inferior.

Só depois de se formar e começar a empreender, alcançando sucesso em seu campo, ele começou a entender.

O que o avô de Lucas desprezava era sua origem. Mesmo tendo alcançado sua posição atual através de muito esforço, aos olhos dele, ainda era alguém de sangue não nobre, indigno de sua atenção.

O velho Sr. Ramos era um exemplo clássico de alguém moldado por doutrinas feudais, diferente daqueles que bajulam os bem-sucedidos.

Para o velho Sr. Ramos, a hierarquia social era tudo.

Famílias como a de Marcelo Lopes eram consideradas nobres, enquanto alguém como ele, que fez sua própria fortuna, sempre seria visto como inferior.

Ele se perguntava como, mesmo depois de tanto tempo desde o fim do Império, ainda existiam pessoas que mantinham altares ancestrais em casa.

Ele não era tão próximo de Lucas Ramos quanto Marcelo Lopes era, estando praticamente inseparável da antiga família Ramos.

Um verão, ele foi encontrar Lucas Ramos para pescar no rio.

Naquela época, Lucas estava matriculado em várias atividades extracurriculares e sempre tinha lição de casa para fazer.

Marcos Rocha, cujos estudos nunca foram supervisionados, como esperado, sempre foi um dos últimos da classe até o ensino médio.

Então, ele convenceu Lucas Ramos a matar aula, e eles foram pescar no Rio Levi a tarde inteira.

Quando voltaram à Mansão dos Ramos, o velho Sr. Ramos não o deixou entrar.

Ordenou que um empregado trouxesse uma faca, dizendo que, já que gostava tanto de peixes, deveria aprender como eles eram por dentro.

Ele mandou Lucas usar a faca para limpar os peixes, um por um.

A imagem de Lucas chorando enquanto fazia isso ficou gravada em sua memória.

Limpar peixes não era nada para ele, já que sua família vivia disso.

Mas para Lucas Ramos, que sempre teve uma vida confortável, aquilo foi como quebrar suas barreiras psicológicas.

Assim que Marcos Rocha entrou no carro, o telefone de Francisca Ferreira tocou.

Marcos Rocha sorriu, "Pequena bandida, está com saudades do seu irmão?"

"Morrendo de saudades!"

Francisca Ferreira respondia com a cara fechada, claramente irritada.

Esse desgraçado! Até a comida do último mês tinha sido uma mentira!

"Quando você volta para casa?"

Francisca Ferreira perguntou.

Marcos Rocha sorriu e disse, "O que foi? Por que está me perguntando quando vou voltar para casa? Está com medo de eu não voltar hoje à noite?"

"Vou fazer frango na panela esta noite, se você voltar tarde, não vou guardar para você."