A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 439

"Você faz o seu, não deixe que atrapalhe o seu trabalho."

Flávia Almeida respondeu com um aceno, despediu-se e então devolveu o celular para Antônio Martins, falando baixinho, "Vou me trocar."

Antônio Martins acenou, pegando o celular.

Depois de Flávia Almeida retornar ao quarto e fechar a porta, ela se sentou de repente. ✿

Os Goulart eram muito gentis, falando com ela de uma maneira afetuosa, o que, de alguma forma, a fez lembrar do seu avô.

Quando ela saiu, já vestida, Antônio Martins tinha desligado o telefone.

Ele estava sentado no sofá, observando enquanto a empregada lhe servia chá.

Ao ver Flávia Almeida sair, ele levantou os olhos.

Ela estava vestida de maneira casual, com uma camiseta, calças compridas e um casaco leve, e o cabelo preso num rabo de cavalo alto.

Isabela levantou-se imediatamente para ajudá-la a ajustar a roupa.

"Antônio, Milton, quando vamos?"

Milton Matos olhou para o relógio, "Saímos às dez."

Ainda faltavam alguns minutos.

De repente, Antônio Martins perguntou, "Onde você encontrou esse robô cabeçudo?"

Robô cabeçudo?

Flávia Almeida demorou um segundo para entender, mas a empregada já tinha captado, "Não sou um robô cabeçudo, sou um assistente doméstico, tenho nome, me chamo Luna, Luna!"

Todos...

Antônio Martins curvou o dedo médio, batendo com a parte de trás do dedo na carcaça metálica de Luna, "Robô cabeçudo."

Luna...

"Irmão, isso é muito rude."

Antônio Martins zombou, "A cortesia é para os humanos. Você, um robô, no final das contas é uma ferramenta, assim como a tigela para comer ou a xícara para beber, todos são feitos para serem utilizados. Você já viu alguém ser cortês com uma tigela ou uma xícara?"

Luna não foi enganada por essa, replicando, "Luna não é apenas uma ferramenta, mas também um companheiro de vida para os humanos, que merece ser tratado com cortesia."

Antônio Martins arqueou uma sobrancelha.

Bem mais esperto do que os que ele tinha brincado antes.

Os que ele tinha comprado antes talvez não cometessem erros nos comandos, mas em termos de raciocínio lógico e capacidade de entendimento, deixavam muito a desejar.

Diante de uma conversa tão longa e cheia de armadilhas, eles não conseguiam responder de maneira fluente.

"Tudo bem," ele bateu novamente na cabeça de metal de Luna, "Peço desculpas, então, pequeno robô."

Luna...

Decidiu não dar mais atenção para Antônio Martins e foi para o canto carregar.

Antônio Martins então perguntou a Flávia Almeida, "E então, onde você conseguiu esse robô?"

"Foi Marcelo Lopes quem trouxe, pediu para eu testar as funcionalidades."

Antônio Martins parou por um momento.

Durante o tempo que ele estava fora de Cidade Viana, Marcelo Lopes tinha se tornado tão íntimo assim?

Ele disse, sem demonstrar emoção, "A Império Inovação também está estudando robôs inteligentes?"

Flávia Almeida respondeu, "Ele sempre esteve envolvido nisso, apenas ainda está em fase de testes, sem produção em massa. Marcelo Lopes disse que este assistente doméstico tem uma nova função de alarme de segurança, muito adequada para pessoas que moram sozinhas, por isso me deixou testá-lo."

Antônio Martins manteve a expressão neutra, mas por dentro, zombou.

Esse Marcelo Lopes, essa mentira pode enganar Flávia, mas a mim, ele ousa afirmar que definitivamente colocou algo indevido dentro desse robô.

"Parece bom," Antônio Martins mudou de assunto, "Posso brincar com ele por alguns dias?"

"Ah?"

Flávia Almeida hesitou por um momento.

Após uma breve espera, Tiago chegou em um BMW, tirou uma caixa de papelão com espuma do porta-malas, colocou Luna dentro, e juntos, colocaram Luna no porta-malas.

Depois, Tiago foi embora dirigindo.

Marcelo Lopes...

"Puta que pariu, Antônio Martins simplesmente sequestrou a pequena robô?"

Marcelo Lopes não disse nada, Flávia também estava lá, ela definitivamente concordou com isso.

Antônio Martins não levaria Luna sem motivo, esse malandro, será que ele descobriu algo?

Depois que Luna foi embalada e levada, Flávia Almeida e seu grupo foram embora em outro carro.

Pedro seguiu logo atrás.

"Intriga Fatal" afinal era um grande filme, a cerimônia de abertura era muito mais formal do que as filmagens anteriores da "Lenda da Vitória".

Muita mídia e fãs se reuniram no local.

Algumas mídias foram convidadas, outras vieram por conta própria, como alguns veículos de imprensa de fofocas.

Primeiro, porque este filme era o primeiro grande filme em que Antônia Carvalho era a protagonista, segundo, porque era a segunda vez que ela trabalhava com Narciso Goulart.

E terceiro, por causa daquela postagem que Narciso Goulart fez no Twitter há alguns dias atrás, que foi muito sugestiva, qualquer nova fofoca seria bem-vinda.

Com tanta gente, o local estava especialmente barulhento.

Os fãs de Narciso Goulart e de Antônia Carvalho eram numerosos, cada um com seus próprios cartazes de apoio, ocupando cada um um lado, enquanto outros fãs estavam espalhados por aí, alguns sem sequer ter cartazes, nem sabendo a quem apoiavam.

Flávia Almeida olhou ao redor e surpreendentemente viu alguém segurando um cartaz de apoio a ela.

Era um cartaz pequeno, um pequeno grupo de fãs sob o forte sol, espremido entre os grandes grupos de fãs, parecendo jovens e quase vulneráveis.

O olhar de Flávia Almeida tornou-se inadvertidamente mais ameno. Ela virou-se para Isabela e disse, "Isabela, daqui a pouco traga algumas garrafas de água para aquelas crianças. Está muito quente hoje, melhor deixá-los voltar para casa mais cedo para não sofrerem de insolação."

Isabela ficou bastante surpresa.

Ela conheceu muitos atores, mas poucos demonstraram tanto cuidado com os sentimentos de seus fãs.