A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 459

Gustavo Cavalcanti ligou o computador e acessou o e-mail de Marcelo Lopes, começando a operar.

Marcelo Lopes permanecia ao lado, com uma expressão tensa.

Gustavo Cavalcanti, calmamente, empurrou a xícara de chá em direção a ele, "Sente-se. Não vai ser tão rápido. Você pode pensar quem teria mais probabilidade de usar aquelas fotos para chantageá-lo."

Marcelo Lopes talvez não soubesse quem possuía as fotos, mas diante da exorbitante quantia exigida na chantagem, ele tinha um suspeito em mente: João Almeida.

Este último havia perdido quase um bilhão de reais em ações para Marcelo, coincidentemente o mesmo valor pedido na chantagem.

Um chantagista comum não teria a audácia de fazer uma exigência tão grande baseando-se apenas em algumas fotos. O chantagista certamente estava confiante de que Marcelo poderia pagar essa quantia e estava determinado a não deixar o assunto passar.

Além disso, as fotos eram de Flávia Almeida na adolescência. Normalmente, um chantagista usaria fotos mais recentes para maior impacto.

A pessoa que possuía essas fotos tinha que ter sido muito próxima de Flávia Almeida, tornando João Almeida um suspeito provável.

Marcelo não esperava que esse desgraçado, desesperado, recorresse a medidas tão extremas, usando a reputação de Flávia Almeida para chantageá-lo. ❄✶

Pensando nisso, a expressão de Marcelo Lopes tornou-se ainda mais sombria, "Eu preciso de provas concretas para incriminá-lo."

Gustavo Cavalcanti mal olhou para as fotos antes de desviar o olhar, extraiu as características presentes nelas e iniciou um programa de comparação.

"Você perguntou a ele quantas fotos ele tem, qual o tamanho dos negativos, e depois de transferir o dinheiro, como você vai saber se ele realmente destruiu tudo?"

Seguindo o conselho, Marcelo Lopes redigiu e enviou a mensagem.

A resposta veio quase que imediatamente, repleta de cautela, "Eu vou enviar um vídeo da destruição para você, mas se você chamar a polícia, vou espalhar essas fotos pela internet."

Gustavo Cavalcanti digitava rapidamente, "Ele pode não ter os negativos."

Marcelo Lopes olhou para Gustavo Cavalcanti, que então disse, "Essas fotos estão relacionadas a um caso de voyeurismo de doze anos atrás."

Ele abriu algumas imagens para Marcelo Lopes ver, "Um vestiário e banheiro de uma escola de dança extracurricular foram equipados com dispositivos de espionagem, focados em meninas adolescentes. Tudo estava sendo feito de maneira muito discreta, mas a namorada de um dos voyeurs descobriu as fotos e as copiou para chantagear os pais dos estudantes. Um dos pais denunciou, e os dois homens foram presos."

"O caso foi bastante sério na época. Esse desgraçado era um pedófilo, envolvido não só em voyeurismo mas também em abuso sexual. Para proteger a privacidade das crianças, o caso não foi julgado publicamente, e os negativos apreendidos pela polícia foram ou arquivados ou destruídos. Assim, não deveria haver mais cópias desses negativos, a menos que..."

Gustavo Cavalcanti fez uma pausa, "A única possibilidade seria um dos pais que foi chantageado na época."

Tudo apontava para João Almeida.

Marcelo Lopes perguntou com uma voz fria, "Podemos rastrear o endereço exato?"

"Edifício Amazonas, bloco B, quarto andar," Gustavo Cavalcanti comprimiu os lábios, "É um salão de beleza."

"Informações do proprietário."

Gustavo Cavalcanti fez um som de desaprovação, "Rastrear informações pessoais de alguém é ilegal."

Marcelo Lopes lançou-lhe um olhar penetrante, "Você é um cidadão que segue a lei?"

"Sou flexível com a lei."

Após dizer isso, ele digitou rapidamente, e todas as informações do proprietário, incluindo detalhes de familiares, endereços residenciais, ocupações e relações sociais, apareceram na tela.

Marcelo Lopes leu rapidamente o arquivo, identificando uma mulher de sobrenome Magalhães, que era funcionária do escritório do secretário da empresa de João Almeida.

Seu celular vibrou novamente, com o quarto e-mail de extorsão.

Marcelo Lopes olhou para o cronômetro que marcava vinte minutos.