A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 49

No dia do engavetamento na via elevada, dona estava lá, seu Porsche era um dos carros envolvidos no acidente.

Marcelo Lopes estreitou os olhos, erguendo o olhar de repente.

Pedro passou os documentos que estavam no assento do passageiro.

"Estes são os registros médicos da senhora, ela e a Srta. Carvalho foram atendidas no mesmo hospital."

Marcelo Lopes manteve a face tensa enquanto folheava os papéis.

Fratura na décima primeira costela direita; múltiplos hematomas nos tecidos moles, mobilidade limitada no pulso direito; hemorragia e contusões na testa, dores de cabeça, náuseas entre outros sintomas, recomendação de observação hospitalar...

Tudo o que aconteceu naquela noite desfilou diante dos olhos dele, Marcelo Lopes sentiu um nó na garganta.

Ela não havia o dito uma palavra sobre o acidente.

Marcelo Lopes fechou os olhos.

Seria essa a razão do pedido súbito de divórcio?

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Durante o caminho, Aline Lopes estava sempre retocando a maquiagem no espelho.

Ela havia pedido ao maquiador o tom mais claro de base, que até ficava bom, mas temia que saísse e revelasse a verdadeira cor de pele, que daria uma impressão de baixa qualidade.

Ela só podia aplicar mais pó, na esperança de evitar que a maquiagem derretesse.

Por acaso, o espelho refletiu Flávia Almeida, que estava sentada por trás, e Aline Lopes não pôde evitar sentir inveja.

A pele de Flávia Almeida era como jade, exótica e suave, e mesmo vestindo um terno que suavizava suas características femininas, ela ainda chamava atenção.

Ela iria entrar e ser ofuscada por essa mulher?

Com esse pensamento, quanto mais olhava para Flávia Almeida, mais desagradável ela ficava.

O carro logo chegou ao local da festa beneficente – o Estádio das Maravilhas.

O chefe da Maravilhas, também organizador do evento, tinha uma vasta rede de contatos no comércio da Cidade Viana, convidando uma elite de políticos, empresários, celebridades e executivos de grandes empresas.

Embora fosse um evento de caridade, era mais justo dizer que era um coquetel de negócios, para compartilhamento de informações e troca de recursos entre elites.

Era um evento importante, pois, Marcelo Lopes não a levaria se qualquer secretária pudesse o acompanhar.

Porquê Aline Lopes estava tão determinada a participar dessa vez? Ela costumava detestar esse tipo de eventos cheios de interesse comercial.

Aline Lopes era como uma celebridade entre as socialites de Cidade Viana, a mãe foi uma das maiores socialites da cidade e a avó a ex-presidente da associação comercial de Cidade Viana, enquanto o irmão dela era um dos empresários mais bem sucedidos da época, com um poder familiar enraizado e respeitado por todos.

Assim que entrou no hotel, muitas pessoas foram a cumprimentar.

"Aline, onde você mandou fazer esse vestido? É lindo demais!"

"Eu estava prestes a dizer isso, quando você entrou, mal pude te reconhecer."

"Você não estava de viagem de formatura? Todos nós voltamos mais morenos, mas sua pele parece ainda mais clara."

As garotas falavam e elevavam Aline Lopes aos céus.

Ela gostava desses elogios, dizendo com orgulho, "Esse vestido foi presente do meu irmão, ele tem bom gosto, nê?"

"Não é apenas bom, é sensacional!" Quando mencionaram Marcelo Lopes, os olhos de todas brilharam.

Marcelo Lopes era lendário entre os famosos, rico, bonito e capaz, com uma vida pessoal limpa, diferente dos herdeiros que viviam em meio a festas e excessos, naturalmente ele era o objeto de desejo de muitas herdeiras.

Quando o casamento dela com Marcelo Lopes foi anunciado, uma socialite até tentou se matar por não conseguir aceitar.

Claro, ela ouviu isso de Marcos Rocha, que era famoso por contar histórias, então a verdade por trás disso ainda precisava ser verificada, mas a popularidade de Marcelo Lopes entre as socialites era inegável.

Ela já estava casada com Marcelo Lopes há três anos e, de vez em quando, ainda encontrava na caixa de correio da casa dela algumas cartas anônimas com palavras cheias de insinuações; os mais ousados chegavam a mandar fotos picantes diretamente para ele.

Ela descobriu isso enquanto mexia no computador de Marcelo para ajustar as configurações de som.

Naquela época, eles tinham menos de um ano de casados e ainda não tinham consumado o casamento. Quando viu aquelas fotos, ela ficou atônita, pensando que Marcelo Lopes estava traindo ela.

Jovem e ingênua como ela era, imaginou que Marcelo não a tocava porque preferia o tipo de mulher das fotos. Sentiu-se irritada, magoada e, ao mesmo tempo, um pouco desafiada. Então, fez algo que até nessedia, ao se lembrar, tinha vontade de cavar um buraco e se enterrar de tanta vergonha.

Ela foi a uma sex-shop e comprou um conjunto de lingerie idêntico ao da mulher da foto. Em uma noite, depois de beber meia garrafa de vinho para criar coragem, ela se enfiou debaixo do cobertor de Marcelo Lopes.

O que aconteceu depois... na verdade, ela mal se lembra...

Quando acordou no dia seguinte, Marcelo já tinha ido embora, e ela estava toda desarrumada, mas por dentro, estava radiante.

Naquela tarde, Marcelo ligou, perguntando onde ela tinha comprado o que usou na noite anterior.

Flávia Almeida imaginou que ele tivesse gostado e estava flertando com ela em plena luz do dia, toda sem jeito para responder. Foi quando Marcelo disse, "O departamento de design me enviou as imagens do produto final a alguns dias atrás, ainda nem lançamos e já apareceu uma falsificação, estamos rastreando a origem do vazamento."

Flávia Almeida...

"Você está falando da amostra que enviaram pro seu e-mail?"

Marcelo pausou, "Como você sabe?"

Flávia Almeida...

Mais tarde, ela descobriu que, de fato, Marcelo Lopes recebia várias fotos privadas de mulheres, mas a que ela tinha visto era de um novo produto da linha de lingerie de uma das filiais da empresa, e o que ele tinha recebido eram as imagens de divulgação...

Naquela noite mesmo, ela jogou fora a lingerie, mas, dias depois, Marcelo trouxe para casa um conjunto idêntico... o original, dizendo seriamente que era um produto de teste da empresa.

Aquela lingerie ainda estava pendurada no closet, zombando dela por ter se entregado de bandeja naquela noite de Ano Novo.

"Aline, quem é essa?"

Depois de conversarem por um bom tempo, finalmente alguém perguntou sobre Flávia Almeida, que ficou em silêncio.

Aline Lopes deu uma olhada nela e disse despretensiosamente, "Ah, ela é minha cunhada."

A animação do grupo esfriou um pouco, e uma moça de olhos alongados comentou sorrindo, "Neste evento onde todos estão de gala e ela de terno, sua cunhada é mesmo cheia de estilo."

Aline deu de ombros, "É, sem etiqueta e sem modos, mas, de certa forma, também é um estilo."

Flávia deu um sorriso e disse, "Não precisa se degradar assim tão abertamente."

Aline Lopes...

Mesmo sendo alvo de chacota, ela conseguiu responder com um sorriso e uma leveza que desarmou a todos. Os comentários anteriores sobre a "fragilidade" da Sra. Lopes claramente foram precipitados.

Rodeada de conhecidos do meio social, Aline Lopes, contendo a irritação, entrou no elevador com o rosto tenso.

Flávia a seguiu de perto.

Ao chegarem ao décimo segundo andar, Aline disse que ia ao banheiro.

Sem convite para o evento, Flávia ficou esperando do lado de fora.

Depois de mais de dez minutos, Aline não apareceu. Flávia estava prestes a ligar quando, de repente, um grito agudo veio do banheiro.

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