A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 564

A intenção de Márcia Ferreira era clara.

Ela estava disposta a cuidar do filho ilegítimo de João Almeida, mas em troca, João Almeida precisava manter a aparência decente do seu casamento.

Ela própria havia subido de posição por ser "a outra", e agora enfrentava a situação de ser substituída. Se isso viesse a público, ela se tornaria motivo de chacota.

O propósito de realizar novamente a cerimônia de casamento era simplesmente evitar que o assunto do filho ilegítimo de João Almeida viesse à luz, para não se tornar a piada entre os círculos sociais de Cidade Viana.

Este motivo era suficiente para convencer João Almeida.

Preservar sua dignidade era muito mais eficaz do que dizer "eu te amo" uma centena de vezes.

Embora Márcia Ferreira fosse gentil e atenciosa diante dele, João Almeida sabia que ela era uma pessoa de aparência amável, mas de coração duro. Se ela aceitasse tudo por estar apaixonada, ele teria mais motivos para se preocupar.

Mas, se a razão fosse o orgulho e o desejo de não se tornar uma piada, era algo aceitável.

Após refletir por um momento, ele disse em voz baixa, "Você realmente pensou em tudo, mas... você está grávida agora, e organizar um casamento pode ser muito complicado. Estou preocupado que isso possa te cansar."

Márcia Ferreira suspirou, "No fim das contas, é apenas para dar um status a esse filho. Podemos simplificar a cerimônia de casamento, não me importo como será."

Ao ouvir isso, João Almeida sentiu-se culpado por suas ações em relação a Márcia Ferreira.

Ele ponderou por um momento antes de dizer, "Não fale assim. Sei que esta situação é desconfortável para você. Você sempre esteve ao meu lado, se sacrificando. Você costumava dizer que o vestido de noiva é o sonho de toda mulher, mas você nunca teve a chance de usar um. Quando éramos mais jovens, eu não pude realizar esse sonho para você, mas agora que temos condições, não há razão para não fazê-lo. Se vamos celebrar o casamento, então que seja uma grande celebração. Deixe que eu cuide de tudo, você só precisa descansar em casa e cuidar da gravidez. Deixe o resto comigo."

Márcia Ferreira, sem expressão, mas com uma voz suave e calorosa, respondeu, "Obrigada, João."

João Almeida, com um olhar mais suave, disse, "Eu vou voltar logo. Quer comer alguma coisa? Eu posso trazer para você."

Ao mencionar comida, Márcia Ferreira lembrou-se de João Almeida cozinhando para outra mulher, o que a fez sentir náuseas.

"Não precisa, João. Não estou com muita fome esses dias. Não consigo comer muito."

"Então, vou levar algumas frutas para você. Mesmo que você não coma, não pode deixar nosso filho passar fome."

Márcia Ferreira deu uma risada fria, como esperado, ele só pensava no filho.

Após desligar o telefone, Beatriz Almeida, que estava segurando sua língua ao lado, finalmente falou, "Mãe, você ficou louca por causa daquela pirralha? Você vai deixar ela ter o filho para você criar? Você está bem?"

Márcia Ferreira colocou o celular de lado e olhou para ela calmamente, "E então? Você tem alguma ideia melhor para lidar com ela?"

"Podíamos colocar alguém para vigiá-la. Os seguranças dela têm que relaxar em algum momento. Aí é só esperar a oportunidade certa para levá-la ao hospital."

Márcia Ferreira olhou para ela como se olhasse para uma idiota, "Você acha que o hospital é seu? Acha que pode simplesmente levar alguém lá e os médicos vão fazer o que você quer? Use seu cérebro! Se você pudesse se aproximar dela, teria vindo me procurar?"

Beatriz Almeida ficou atônita, e então murmurou, "Mãe, o que você quer dizer?"

Márcia Ferreira olhou para ela friamente. Ela conhecia a filha que tinha criado; sabia exatamente o que passava pela cabeça dela.

Desde que soube da gravidez, a insatisfação de Beatriz Almeida era evidente. A perspectiva de ter que dividir a herança com mais alguém era algo que ela claramente detestava.

Na presença de Márcia Ferreira, ela ainda se mostrava controlada, mas ao descobrir que Bruna Castro estava esperando um menino, sua expressão distorcida era impossível de esconder.

Márcia Ferreira estava cansada de desmascarar, contanto que se apresentassem unidos, ela não se opunha à ambição de seus filhos.

Com uma voz grave, Márcia disse, "Se eu não falar em organizar um casamento, como teria a chance de me aproximar daquela desgraçada?"

Dizendo isso, ela se aproximou de Beatriz Almeida e sussurrou algo em seu ouvido.

Beatriz Almeida ficou surpresa, então entendeu de repente, "Mãe, você quer..."