A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 623

"Antônia, a amante desgraçada, foi presa!"

Francisca Ferreira levantou-se excitada do seu esconderijo na árvore. "Eu pensava que ela era apenas uma pessoa de mau caráter, mas não imaginei que ela também violasse a lei! Realmente, toda estrela que desmorona acaba se tornando um caso para a justiça!"

Marcos Rocha se assustou com o movimento dela e apressou-se em dizer: "Fique quieta aí em cima, esse galho é fino como uma vara, não aguenta muito movimento!"

Francisca Ferreira não ouviu uma palavra do que ele disse, sua mente estava cheia de pensamentos sobre Antônia finalmente caindo em desgraça, uma verdadeira satisfação para todos.

"Ela dominou o cenário por tanto tempo, finalmente alguém vai lidar com ela! Isso pode render quantos anos de prisão? Se for uma pena leve, não será justo."

Francisca tagarelava, "Ela é capaz de incitar abuso sexual contra colegas, como não iria sonegar impostos? Ela é tão próxima de Nádia Morais, aposto que também consome substâncias proibidas! Não posso deixar isso passar, tenho que denunciar."

Dizendo isso, ela mudou de posição, agachando-se enquanto digitava em seu telefone, "Qual é mesmo o número para denunciar evasão fiscal?"

"Conta gov.br", Marcos Rocha assistia, alarmado, aos pés de Francisca pressionando o galho até quase atingir seu limite de elasticidade, e insistiu: "Desça primeiro e depois ligue, não é seguro aí em cima."

"Só um segundo!" Francisca disse, enquanto digitava o número, prestes a ligar, quando de repente um "crack" soou com o galho quebrando, e após um breve grito de Francisca, ela caiu.

Marcos Rocha, com o coração na mão, largou a cesta de maçãs e esticou os braços para pegá-la.

Mas não conseguiu tocar nem a bainha de sua roupa, e Francisca caiu direto no chão, na frente dele.

Marcos Rocha...

Olhando para as próprias mãos vazias, ele correu para verificar como Francisca estava.

"Você está bem?"

Francisca, esfregando o traseiro, reclamou: "Por que você jogou as maçãs no chão? Me machucou toda."

A queda não foi de uma altura grande, e ela caiu sobre a grama macia, então não doeu tanto. Mas as maçãs que Marcos deixou cair, essas sim a incomodaram.

Vendo que ela estava bem, Marcos respirou aliviado, ajudando-a a limpar a terra de suas roupas, enquanto dizia: "Eu te avisei para não se mexer tanto lá em cima. Você não percebeu que seu peso era demais para aquele pobrezinho do galho aguentar?"

Francisca o encarou com irritação e o empurrou, fazendo-o sentar-se no chão, "Se você não fosse tão inútil e tivesse me pegado, você acha que eu teria caído?"

Marcos, apoiando-se no chão com as mãos, riu baixo: "Você acha que isso é uma novela? Por mais rápido que eu corresse, não conseguiria vencer a gravidade."

"Sempre com uma desculpa!"

Francisca se levantou, batendo a terra da calça, pegou seu telefone e voltou a ligar para denunciar.

Marcos, enquanto recolhia as maçãs caídas, comentou: "Não precisa se incomodar, o que você pensou, Marcelo também pensou. Vamos aproveitar nossas férias tranquilamente."

Francisca pausou, "Você está dizendo que isso tudo foi obra do Marcelo Lopes?"

"Quem mais seria?"

Francisca franzia a testa, de repente perguntou: "Então o que Bernardo Melo fez para ajudar a Flávia na assessoria de imprensa?"

Marcos piscou, disfarçando: "Uma carta de desculpas, ué. Você realmente acha que foi aquele pai que escreveu aquilo? Tão profissional."

"Ah." Francisca Ferreira deu-lhe um olhar de relance e, de repente, encaminhou a carta de desculpas para Bernardo Melo.

Marcos Rocha recolheu as maçãs, sentindo a cintura cansada de tanto esforço, e olhou para longe, perguntando: "Quantas macieiras a senhora plantou afinal?"

Eles haviam chegado ao pomar às oito da manhã e só de ver os trabalhadores colhendo as frutas, eram mais de cem.

"Não são tantas assim." Francisca Ferreira olhou para trás rapidamente, o local estava cheio delas.

"Quando é que podemos voltar?"

Dona Ferreira, toda equipada contra o sol e apenas com os olhos à mostra, os observava, franzindo a testa ao ver as cestas de maçãs no chão, "Só colheram isso tudo pela manhã?"

Marcos Rocha estava prestes a falar quando Francisca Ferreira interveio, "Até gostaríamos de colher mais rápido, mas aquela sua chute de ontem não teve piedade, ele passou a noite com dor nas costas, mal conseguia se levantar."

Enquanto falava, ela deu uma cotovelada sutil na parte inferior das costas de Marcos Rocha, que quase caiu de joelhos com o choque.

"Só por um chute ele ficou assim? Um rapazão desse tamanho tão frágil?"

Marcos Rocha...

Francisca Ferreira, tentando evitar o trabalho, inventou uma desculpa: "Na cidade, os pais mimam seus filhos, não são como a senhora, que cria a filha como se fosse um menino e o menino como se fosse um animal de carga."

Dona Ferreira...

"Então vocês dois parem de colher."

Francisca Ferreira pensou que havia conseguido escapar graças à sua astúcia, até ouvir Dona Ferreira dizer: "Vão lá ajudar o Seu Luís a carregar o caminhão, lá não precisam se abaixar."

Francisca Ferreira...

Assim, os dois foram designados para o local de carregamento.

Havia muitos agricultores por lá, as mulheres responsáveis pela seleção e os homens pelo encaixotamento, ao lado havia uma máquina de imprimir pedidos, cuspindo ordens sem parar. Depois de encaixotadas, uma etiqueta era colada nas caixas, prontas para serem enviadas diretamente ao destinatário.

Era um envio direto do produtor.

Os fruticultores da região parecem todos conhecer Francisca Ferreira. Assim que ela chega, eles a cumprimentam calorosamente, "Francisca, quando você voltou?"

"Sua avó disse que você trouxe um namorado para casa, é esse rapaz aqui?"