A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 66

A Srta. Santos ainda é muito jovem, e eu não acho nada de errado em ser dona de casa. Também não acho que ganhar meu próprio dinheiro me faz muito mais nobre, é apenas uma divisão de tarefas no casamento. Meu marido trazi pão para casa e eu cuido do nosso lar. Se um dia ele se cansar e não quiser mais trabalhar, podemos inverter os papéis sem problemas. Eu poderia sustentar ele e não desprezaria ele por ser o responsável do lar. Mas, mudando de assunto, o que eu realmente detesto são aqueles que não têm capacidade de ganhar seu próprio dinheiro e, mesmo adultos, continuam gastando o dinheiro de seus pais, falando de independência, mas sem sair do ninho.

A joalheria estava tranquila e a voz de Flávia Almeida, nem muito alta nem muito baixa, era suficiente para que todos ao redor ouvissem.

Naquela manhã, a maioria das pessoas presentes na loja era de donas de casa casadas, como Flávia Almeida. Algumas, como ela, vinham de famílias com uma situação financeira confortável que não exigia que trabalhassem fora, enquanto outras haviam escolhido, ou melhor, sido forçadas a escolher, a vida de dona de casa por causa dos filhos.

As mulheres sacrificam suas carreiras para cuidar da família e ainda têm que ouvir que "não ganham um centavo" ou que "dependem de um homem". Essas palavras irritavam qualquer um.

O discurso de Flávia Almeida tocou o coração de todos ali.

Não demorou muito para que alguém comentasse: "Você é tão nova, mas pensa de um jeito tão antiquado."

"Antes era pés enfaixados, agora é cérebro enfaixado. Em que era estamos que ainda rotulamos as mulheres assim?"

"Trabalhar fora é tão fácil. Se meu marido quisesse ser o responsável da casa, eu daria meu cartão de crédito para ele sem pensar duas vezes."

"Que moral tem um parasita para desdenhar de uma dona de casa em tempo integral?"

...

Adriana Santos ficou cheia de raiva, e gritou: "Calem a boca, vocês todos! Não é da conta de vocês!"

Um vendedor interveio: "Moça, por favor, sem gritaria na loja."

Beatriz Almeida não esperava que Adriana Santos reagisse de forma tão tola. Sem sequer uma luta justa, ela já estava irritada e envergonhada pelas palavras de Flávia Almeida.

Ela sentiu que precisava intervir: "Mana, minha amiga costuma ser muito direta. Ela gostou bastante dessa pulseira. Se você não for comprar, pode deixar ela experimentar primeiro?"

Flávia Almeida olhou para ela e disse: "Que lógica é essa? Se eu não comprar, tenho que deixar ela experimentar? E se ela experimentar, será que vai comprar? Temos que respeitar a ordem, eu ainda não decidi. Se ela quer experimentar, que espere sua vez."

Flávia não queria ceder e Beatriz não tinha o que fazer. Se estivessem na família Almeida, com João Almeida ao seu lado, talvez Flávia desse o braço a torcer, mas ali, fora de casa, Beatriz não tinha como argumentar com ela.

Adriana Santos estava furiosa e disse entre dentes: "Faça o favor de tirar essa pulseira, eu vou comprá-la!"

Flávia Almeida parou por um segundo, um sorriso malicioso apareceu em seus lábios.

"Tem certeza, senhorita?" perguntou o vendedor, tentando ser útil. "Este bracelete é bastante caro, e uma vez vendido, sem problemas de qualidade, não é possível trocar ou devolver."

Adriana Santos ficou ainda mais irritada: "Um miserável bracelete... Está duvidando que eu possa comprá-lo?" Ela tirou um cartão de crédito da bolsa e o jogou no balcão: "Pode passar a conta agora!"

"Não foi isso que eu quis dizer," o vendedor se viu obrigado a perguntar pra Flávia Almeida, "E a senhora, o que acha?"

Flávia deu de ombros: "A qualidade e a cor estão boas, mas o tamanho não é perfeito para mim. Já que a Srta. Santos quer comprar, deixe que ela compre."

Ela sinalizou para o vendedor tirar o bracelete.

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