A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 678

A situação estava ficando bastante embaraçosa.

Felizmente, Marcelo Lopes estava acostumado a manter a aparência de superioridade, e com um ar natural, colocou sua mão na gola dela, ajudando-a a tirar o casaco enquanto se aproximava e sussurrava baixinho, "Pedro ainda está aqui, me faça esse favor."

Flávia Almeida lançou-lhe um olhar rápido, e depois que ele tirou seu casaco, casualmente passou seus braços ao redor da cintura dele, "Não podemos nos abraçar se tem gente por perto?"

Marcelo Lopes sorriu levemente, "Podemos, sempre que você quiser."

Pedro permaneceu em silêncio.

Seu profissionalismo exemplar o impedia de fazer qualquer comentário sobre a obsessão amorosa de seu chefe.

Meia hora depois, quando o equipamento estava todo instalado e configurado, Pedro e sua equipe saíram.

Flávia Almeida correu imediatamente para o estúdio para ver seu novo equipamento.

Marcelo Lopes a seguiu com um copo térmico em mãos.

Flávia Almeida tocou nos fones de ouvido, testou o microfone, e gostou de tudo o que viu. Em seguida, ligou o equipamento e virou-se para Marcelo Lopes, perguntando, "Quer um presente especial?"

Marcelo Lopes hesitou, "Que tipo de presente?"

Flávia Almeida sorriu maliciosamente, "Um presente para os ouvidos. Me diga quem é sua musa e eu imitarei a voz dela para você ter uma experiência de proximidade com 'ela'."

Ela era vibrante e confiante em seu próprio domínio, irradiando brilho por todos os lados.

Marcelo Lopes sentiu seu coração bater descompassadamente, seus olhos escureceram por um momento antes de perguntar com voz baixa, "Você consegue imitar qualquer um?"

Ah, ele realmente tem uma musa!

Flávia Almeida manteve a compostura, "Dubladores são como monstros, só há o que você não pode imaginar, nada que não possamos fazer."

Marcelo Lopes baixou os olhos, parecendo ponderar, e depois de alguns segundos, olhou para cima e disse, "Na verdade, não tenho uma voz em particular de que goste, mas gosto de ouvir histórias. Isso serve?"

Ao perceber que não havia musa, Flávia Almeida imediatamente sentiu-se melhor, "Narradores de audiobooks nem sempre são dubladores. Me pedir para narrar é desperdiçar talento."

Audiobooks exigem que o narrador tenha uma voz adequada para contar histórias, enquanto os dubladores usam suas vozes para dar vida aos personagens. Você não precisa ver suas faces, apenas ouvir suas vozes já é suficiente para imaginar os personagens.

Marcelo Lopes disse, "Então vamos nessa, eu adoro ouvir histórias."

Ingrato!

Ela queria se exibir na frente dele, mas acabou sendo solicitada apenas para narrar um audiobook.

Flávia Almeida fez uma careta, resignada, "Tudo bem, que tipo de conteúdo?"

Marcelo Lopes pegou seu celular, abriu um aplicativo de leitura e entregou para ela.

Flávia Almeida folheou algumas páginas, achando o conteúdo bastante monótono. O protagonista masculino parecia ser um professor que veio da capital, enquanto a protagonista feminina era a viúva proprietária de uma taberna.

O livro descrevia a mulher como recém-casada e recentemente viúva, voluptuosa e com uma personalidade ardente, gerenciando a taberna sozinha com os irmãos do falecido marido. O protagonista masculino, um homem da cidade, por várias razões, foi enviado à vila para ensinar.

Desiludido, ele frequentemente visitava a taberna para comprar vinho e comer, e com o tempo, tornou-se amigo da proprietária.

Ela perdeu o interesse depois de algumas páginas. Marcelo Lopes parecia gostar de histórias com grandes temáticas, críticas sociais, ou artigos que questionavam o status quo.

Ela preferia as simples histórias românticas sem complicações.

"Já acabou de ler?" ela perguntou.

Marcelo Lopes assentiu, "Não é longo, apenas alguns milhares de palavras."

Marcelo Lopes, que até então estava atrás dela, a abraçou pela cintura, encostando o queixo em seu ombro, falando em um tom baixo, "E de repente o quê?"

E de repente aquilo emergiu, aquele tamanho impressionante, como um dragão em repouso...

As palavras no celular eram inapropriadas demais, até para alguém com a pele grossa como Flávia Almeida, isso era demais para ser lido em voz alta.

Ela, irritada e envergonhada, reclamou, "Está brincando comigo, não está?"

Ela, uma renomada dubladora, chamada para ler esse tipo de literatura erótica, que absurdo!

Marcelo Lopes riu baixinho, dando-lhe um beijo no ouvido, "Você que disse que ia dar uma 'ajuda'."

Flávia Almeida o encarou, "Mas não era esse tipo de 'ajuda' que eu estava falando!"

De repente, ela se lembrou de outra questão importante, "Por que você tem esse tipo de coisa no celular?"

Marcelo Lopes falou baixinho, "Foi o Marcos que escreveu."

Flávia Almeida sem expressão, "Você acha que eu acredito?"

Marcelo Lopes riu, "Sério, foi ele quem começou..."

Flávia Almeida, surpresa, inquiriu mais detalhes, e Marcelo Lopes acabou contando tudo sobre a gafe de Marcos Rocha.

Marcos Rocha, na universidade, para impressionar uma garota, se inscreveu em um curso de apreciação literária com ela.

Ele estava lá apenas para flertar, então naturalmente não prestou atenção nas aulas. Quando chegou a hora de entregar o trabalho final, que consistia em continuar uma história iniciada pelo professor, com apenas duzentas palavras dadas, e desenvolver a partir dos temas discutidos em aula, Marcos estava perdido. Após uma semana tentando, desesperado e vendo o prazo se aproximar, ele ouviu que poderia contratar alguém para escrever por ele.

Então, encontrou na internet uma "organização" especializada em escrever trabalhos de conclusão de curso e outros trabalhos acadêmicos para estudantes.