A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 682

Ela ainda o culpava?

Ele disse para ela não usar calças rasgadas, mas como ele disse isso?

Ele disse com uma cara de desdém: “Quanto custa para não usar roupas rasgadas? Isso te faz economizar tanto? A Aline, por ser jovem, até vai, mas você que já é casada, não pode se vestir de forma mais madura?”

Naturalmente, ela ficou irritada. Afinal, ela era apenas três ou quatro anos mais velha que Aline Lopes, por que não poderia usar?

Então, ela comprou mais algumas e começou a usá-las diariamente, fazendo questão de desfilar na frente de Marcelo Lopes.

Coincidentemente, estava começando o outono e choveu por mais de meio mês. Flávia Almeida gostava de suas roupas secas ao sol; as secas na sombra ficavam com cheiro e as na secadora não ficavam frescas. Então, a empregada acabou acumulando as roupas sujas sem lavar.

Quando finalmente fez sol, a empregada lavou todas juntas. Mas as calças rasgadas ficaram com os buracos ainda maiores devido à lavagem, e algumas até perderam pedaços, transformando-se em trapos.

Marcelo Lopes, ao lado, bebia seu café tranquilamente, fazendo troça: “Economizou no dinheiro de comprar vestidos, não é à toa que a vovó dizia que você é econômica.”

Ela ficou tão irritada com ele a ponto de desejar explodir o planeta. Quem se importa se ele não queria que ela usasse por possessividade?

Flávia Almeida o repreendeu irritada: “Sua forma de expressar é tão ridícula que só um louco entenderia!”

Marcelo Lopes...

Ele tentou outra abordagem: “Então, da próxima vez, devo falar diretamente?”

Flávia Almeida assentiu: “Fale diretamente.”

Ela fez uma pausa, lançou-lhe um olhar e acrescentou: “De qualquer forma, eu não vou ouvir.”

Marcelo Lopes...

Então, ele estava errado em ser sarcástico?

Dizendo isso, Flávia Almeida logo mudou para uma expressão de grande ressentimento e começou a conspirar com Marcelo Lopes em voz baixa: “Aqueles cinquenta milhões do João Almeida, não deveríamos encontrar uma forma de extorqui-lo novamente?”

Marcelo Lopes franziu a testa, inclinando-se para perto: “Como vamos extorquir?”

“Ah, já sei!” Ela teve um estalo. “Podemos fingir sequestrar a Bruna Castro. Na idade do João Almeida, ter outro filho é quase impossível, e essa é a sua única ‘filha’. Ele com certeza pagaria.”

Marcelo Lopes olhou de relance para essa mulher cheia de ideias mirabolantes e disse calmamente: “Você sabe a pena para extorsão?”

“Podemos pedir ajuda ao Gustavo Cavalcanti. Assim como o João Almeida, criamos uma conta no exterior...”

Antes que terminasse, Marcelo Lopes lhe deu um toque na testa.

Ele disse, exasperado: “A tecnologia existe para facilitar a vida, não para ser usada em atividades ilegais.”

Flávia Almeida, esfregando a testa levemente tocada por Marcelo Lopes – ele de fato não tinha coragem de bater forte –, mas ainda assim fez uma cara de dor e protestou: “E o dinheiro que você enviou para o João Almeida não usou um método especial também?”

Marcelo Lopes respondeu calmamente: “Nossa situação é completamente diferente. Eu sou a vítima da extorsão, e você é a extorsora.”

Flávia Almeida torceu o nariz, que argumento mais sem lógica!

Na verdade, as preocupações de Flávia Almeida eram meio sem fundamento, pois Marcelo Lopes não era nenhum tolo para simplesmente dar cinquenta milhões para João Almeida sem ter como lavar esse dinheiro primeiro.

A instituição que João Almeida usava para lavar dinheiro já havia sido comprada secretamente por Marcelo Lopes. Já se passaram mais de dois meses, e João Almeida ainda não conseguiu pegar os cinquenta milhões, e essa era a razão de sua pressa em adotar Flávia Almeida.

Vendo que o horário de trabalho de Marcelo Lopes estava se aproximando, Flávia Almeida se apressou em insistir para que Marcelo Lopes ligasse para João Almeida.

Flávia Almeida...

Inacreditável!

Comprar uma propriedade dois meses antes do aniversário como presente era uma mentira tão grande que se alguém mais falasse, seria inacreditável. Mas vindo de Marcelo Lopes, na visão de João Almeida, parecia completamente normal.

“Ora, essa propriedade é da mãe da Flávia, eu só estava cuidando dela. Não é questão de comprar ou não, somos todos uma família, você está sendo muito formal.”

Depois de um momento de silêncio, Marcelo Lopes continuou: “Ela ainda não aceitou meu pedido de namoro. Eu sei que ela sempre quis essa propriedade, só quero vê-la feliz.”

Enquanto Marcelo Lopes falava, sem mudar sua expressão, passava a mão pelos cabelos de Flávia Almeida.

Flávia Almeida ainda estava pensando em como enganá-lo, mas Marcelo Lopes foi ainda mais direto, propondo comprar a propriedade.

João Almeida estava ansioso por aproximar-se de Marcelo Lopes e naturalmente apoiava a atitude “cachorrinho apaixonado” de Marcelo.

“Na verdade, já tinha falado com Flávia antes, que passaria a propriedade para o nome dela quando encontrássemos um tempo. Mas você sabe,” ele deu uma risada amarga, “com tantos problemas em casa, acabou sendo adiado.”

Depois de uma pausa, ele adicionou: “Marcelo, não se preocupe com isso. No máximo até amanhã, eu e Flávia resolvemos a papelada, será como um gesto de carinho de minha parte por acolhê-la como filha adotiva.”

Marcelo Lopes nem se deu ao trabalho de ser modesto, apenas disse calmamente: "Então, serei incomodado."

"Claro," João Almeida fez uma pausa de alguns segundos, limpou a garganta e perguntou, "Marcelo, tem algo que eu queria te perguntar."

"O que é?"

Flávia Almeida pensou que João Almeida ia aproveitar a oportunidade para pedir a Marcelo Lopes uma colaboração em algum projeto, mas em vez disso, João Almeida disse: "Você tem o contato daquele Dom Henrique da Providência em quem sua Vovó Lopes acredita? Eu gostaria de fazer uma consulta espiritual antes do meu filho nascer."