A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 695

As demais senhoritas se olhavam, sem saber o que dizer.

Não era segredo para ninguém que Renata Ramos tinha um interesse especial por Antônio Martins. Sua proximidade com Juliana Martins não era exatamente por uma grande amizade, mas sim uma forma de estar mais perto de Antônio Martins. Uma união entre duas famílias poderosas normalmente seria encorajada por ambas as partes. A família Ramos realmente via com bons olhos esse casamento e recentemente intensificou os encontros com a família Martins, mas era visível para todos que Antônio Martins aparentemente não tinha interesse na ideia.

Juliana Martins mudou de assunto, “A tia lá embaixo fez um mingau de ninho de pássaro, está chamando a gente para comer.”

Ao mesmo tempo, num canto esquecido da interface de mensagens do celular de Marcelo Lopes, uma conta nomeada como “Vendedor de Âmbar do Sul” e configurada para apenas receber mensagens sem notificações, acumulava várias mensagens não lidas.

No dia seguinte, o incidente na Creche Amanhecer teve seus resultados de investigação divulgados oficialmente. Todas as acusações foram direcionadas a Lilian Camarillo e a um dos diretores da creche, com múltiplas evidências e testemunhas indicando que todos os arranjos na cozinha eram controlados por eles. Apesar de questionamentos, as ameaças de demissão impediram qualquer oposição. Com a justiça já envolvida no caso, as atualizações continuariam sendo publicadas oficialmente.

A discussão fervorosa na internet era palpável. Enquanto muitos comemoravam, a preocupação sobre o futuro das crianças da creche emergia. Rapidamente, boatos surgiram de que a Creche Amanhecer estava na lista para se tornar uma instituição pública, provavelmente passando para a administração governamental. Essa notícia, embora inesperada, trouxe um alívio, mas sua veracidade ainda precisava de confirmação. As pessoas começaram a questionar freneticamente o departamento de educação local online, esperando uma resposta que acalmasse os ânimos dos pais.

Após persistente insistência, perto do meio-dia, o departamento de educação finalmente emitiu uma breve declaração: "De privado para público, em processo." Seis palavras que soaram como um gongo. Isso não seria uma virada de sorte? Com a garantia de qualidade de ensino e segurança alimentar sob a supervisão do governo, a maioria dos pais preferiria sem dúvida a educação pública para seus filhos.

A surpresa veio acompanhada de curiosidade sobre o motivo do departamento de educação assumir uma creche com reputação comprometida. Logo veio à tona que Flávia Almeida havia assinado um acordo com o governo. Após resolver uma disputa de propriedade, ela devolveria o direito de uso do terreno ao estado. No caso de vitória na justiça, o prédio também seria doado ao governo, com a única condição de que os problemas educacionais das crianças fossem resolvidos. Ela até se ofereceu para financiar a renovação da escola até sua reabertura.

Quem conhece os preços dos terrenos em Cidade Viana sabe que ela não teria motivos financeiros para tomar tal decisão. No entanto, ela o fez, buscando apenas "justiça". Como figura pública, enfrentou muitas críticas, mas mesmo que alguns digam que seu ato foi por busca de boa reputação, essa atitude não é algo que muitos teriam coragem de fazer. Desejamos à Sra. Almeida sucesso em sua carreira e uma vida sem preocupações.

Este artigo foi amplamente compartilhado, e coincidentemente, também foi o dia do episódio final de Lenda da Vitória. A rainha descobre a verdadeira razão de sua infertilidade e se enforca no palácio abandonado. Essa cena, o último clímax da série, foi magistralmente interpretada por Flávia Almeida, que deu vida a uma rainha abandonada e usada como peão político. Sua vida foi uma mistura de tragédia, ódio e pena.

Uma antagonista dessas deveria ser irritante, mas Flávia Almeida, com seu talento excepcional, deu vida à personagem de tal maneira que, mesmo sabendo das maldades que ela fez, você simplesmente não consegue detestá-la. O carisma de sua atuação brilha intensamente nela. Quando duas coisas se combinam perfeitamente, o termo "talento e virtude" foi naturalmente associado a Flávia Almeida. Ao se deparar com esse termo, Flávia quase deixou seu copo cair.

"Quem inventou isso? É assustador. Não me coloquem em um pedestal assim, tenho medo de revelar minha verdadeira natureza..."

"Flávia, seus fãs já têm um nome," disse Francisca Ferreira, aproximando-se com o celular em mãos. "Estrela de Zíwei."

Flávia riu baixinho. "Só diga isso na minha frente, se espalharem por aí, vai virar uma grande confusão."

"Entendi," Francisca pausou antes de adicionar, "Embora saiba que você foi adotada e seu pai só se casou anos depois, toda vez que penso em alguém de fora sendo tão amada pela família Martins enquanto você, a verdadeira filha, sofreu tanto com aquele João Almeida, não consigo me sentir bem com ela."

"Mesmo sem muita interação, naquela vez na festa de aniversário da avó de Marcelo Lopes, ela insistiu em escrever contigo, isso me incomodou. Parecia tão forçado. Se você não tivesse mostrado seu talento além da escrita, ela teria te superado só para se destacar."

Francisca suspirou. "Quando você foi reconhecida pela sua família, eu fiquei feliz, mas agora estou preocupada. Não sei que tipo de pessoa é sua madrasta na família Martins, espero que não seja alguém horrível como a Márcia. Se for trocar um inferno por outro, melhor casar logo com o Marcelo Lopes. Pelo menos com Marcelo e a avó Lopes por perto, ninguém ousaria te maltratar na família Lopes."

Flávia sorriu, abraçando-a pelo ombro. "Você acha que sou tão fácil de ser maltratada? Nem o Marcelo Lopes conseguiu tirar vantagem de mim, quem mais teria essa capacidade?"

Francisca olhou para ela e resmungou, "Marcelo está te poupando, ele nunca seria duro contigo, mas os outros são diferentes. Você é resistente às armadilhas óbvias, mas vulnerável às sutis, sua capacidade de discernir pessoas é fraca."