A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 77

João Almeida estava com a cara fechada quando desligou o telefone. "Presidente Santos, eu não tô por dentro desse assunto, deixa eu ver com a Beatriz o que está pegando. Deve ter alguma confusão aí."

"Confusão? Que confusão que nada! Minha filha falou tudo, foi a tua filha. Ou desenrola essa história do bracelete, ou banca o valor. Se não, o bicho vai pegar!"

Assim que Presidente Santos desligou, João Almeida, visivelmente irritado, largou o celular e encarou Beatriz Almeida. "Que história é essa que o Presidente Santos está falando, Beatriz? Que papo é esse de bracelete de trinta milhões?"

Beatriz Almeida, depois de praguejar Adriana Santos por dentro, contou a verdade pro João Almeida – claro, sem mencionar a parte que ela tinha dado uma força pra Adriana Santos.

Terminou dizendo, com cara de quem não queria nada, "Realmente, eu devia ter pensado melhor. Eu sei que a minha irmã não vai com a minha cara, não devia ter entrado na loja com a Srta. Santos. A loja é do Presidente Rocha, que tem má relação com meu cunhado. O Presidente Santos não queria peitar o Presidente Rocha nem a família Lopes, aí sobrou pra mim. Mas eu não tenho esse poder todo pra influenciar a Srta. Santos a comprar nada, nê?"

A mulher ao lado, passando um lenço para Beatriz, confortou, "Isso não é sua culpa. Gastar mais de trinta milhões num bracelete só pra tirar onda? Quem ela pensa que é?"

Essa era Márcia Ferreira, a secretária de João Almeida e a mesma que Flávia Almeida tinha visto com ele no estacionamento.

João Almeida lançou-lhe um olhar e falou, "De que adianta falar disso agora? O Santos quer que a gente pague pela filha dele!"

"E a gente vai pagar só porque ele mandou?" Márcia Ferreira debochou. "A filha dele que arrumou a confusão, porquê a gente tem que arcar? Essa empresa fundo de quintal só está se achando porque a irmã casou bem. Só porque chamam ele de Presidente Santos, ele já se acha a última bolacha do pacote."

"Vocês mulheres não entendem. Naquele terreno do Pátio das Palmeiras, dependemos do José Santos pra fechar negócio. A licitação ainda não saiu, e se a gente se estranhar com ele agora, ele pode virar a casaca. Um projeto de bilhões, não dá pra deixar escapar assim, na reta final."

Márcia Ferreira não entendeu, "Mas ele vai deixar isso passar?"

João Almeida riu com sarcasmo, "Claro que não quer, mas ele não pode resolver sozinho. O cunhado dele é o chefe do projeto, ele bem que queria, mas as regras não deixam."

Pra garantir esse projeto, João Almeida já tinha passado adiante mais de dez milhões pro José Santos, que ainda queria mais.

Márcia Ferreira franzia a testa, "E agora? Trinta milhões não é troco de bala, a gente vai ter que cobrir isso?"

João Almeida não estava nem um pouco afim de entrar nesse prejuízo. Pegou no celular e disse, "Vou ligar pra Flávia, ver se o Presidente Lopes não pode dar uma força."

Márcia Ferreira fez uma careta, mas não falou nada.

Logo que Flávia Almeida entrou no carro, o celular dela começou a tocar.

O nome na tela era João Almeida, e ela meio que não tava afim de atender.

Chamada de João Almeida, geralmente não era sinal de boa coisa.

Mas João Almeida não era tipo de desistir fácil, se ela não atendia, ele continuava insistindo.

Sem saída, Flávia Almeida acabou atendendo, "Alô, pai."

"Flávia, que demora pra atender, o quê está acontecendo?", ele perguntou.

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