A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 96

"Agarra logo esse cheque antes que eu me arrependa."

Marcelo Lopes encarou-a por um instante, antes de falar, "Me responda e o cheque é seu."

"O quê?" Flávia Almeida levantou os olhos.

"O que o João Almeida falou com você?"

Flávia Almeida hesitou, apertando os lábios, "Sua mãe não recebeu as trufas brancas. Se você está atolado, poderia ter me dado um fora ao invés de ficar me enrolando."

Marcelo Lopes ficou surpreso, com o semblante fechado, "Você acha que eu não mandei de propósito?"

"Seja lá por ter esquecido ou de caso pensado, é melhor não fazer promessas que não pode cumprir."

Marcelo Lopes franziu a testa, parecia querer dizer mais alguma coisa, quando Pedro bateu na porta e entrou.

"Presidente Lopes, senhora, todos os procedimentos estão prontos." Ao ver que não obtinha resposta, Pedro perguntou baixinho, "Vamos embora então?"

No caminho, os dois permaneceram em silêncio.

Pedro estava meio desconcertado, ele estava acostumado a ouvir discutindo. Esse silêncio todo o dava um arrepio estranho.

Ele lançou um olhar discreto pelo retrovisor.

Marcelo Lopes estava com a testa franzida, pensativo, enquanto Flávia Almeida olhava pela janela, com uma expressão distante.

O que teria acontecido entre eles?

"Pedro," Marcelo Lopes de repente falou, "aquelas trufas brancas que pedi para você levar para a minha mãe, você entregou?"

Flávia Almeida moveu ligeiramente as orelhas.

Pedro assentiu, "Entreguei."

"Foi a minha mãe quem recebeu?"

"A senhora não estava, quem pegou foi a empregada."

"Você disse que foi a gente que mandou?"

"Fiz como você mandou e deixei claro."

Marcelo Lopes franziu ainda mais a testa.

Pegou no celular e ligou para a residência de Patrícia Batista.

Logo atenderam, "Sou eu."

A empregada reconheceu imediatamente a voz de Marcelo Lopes, "Senhor, porquê está ligando pra casa? A patroa e a moça não estão."

"É com você que eu quero falar."

"Diga."

"As trufas brancas que mandei o Pedro entregar, ele disse que passou para você. Como que minha mãe disse que não recebeu?"

A empregada ficou nervosa, gaguejando, "Talvez… talvez eu tenha esquecido."

"Esquecido?"

A voz de Marcelo Lopes se aprofundou, "Vá procurar agora que eu estou passando aí para pegar."

Mas o que Aline Lopes tinha feito foi esmagar e jogar fora as trufas, onde ela iria encontrar agora?

"Senhor, eu... eu não sei aonde coloquei..."

"Sem problema, ainda demoramos um pouco para chegar, procura direito, não é possível que tenha sumido."

A empregada estava em brasas, não ousando dizer que tinha sido Aline Lopes que jogou fora, só pôde mentir, "Me lembrei, dias atrás estava arrumando o depósito, as coisas mofaram e eu joguei fora."

"Jogou fora?" A voz de Marcelo Lopes esfriou, "Aqueles dois pacotes são caros, você jogou fora ou está se fazendo de esperta com o que não é seu?"

Essa acusação pesada deixou a empregada em pânico, ela negou apressada, "Não fui eu, eu não roubei! Senhor, trabalho há quase vinte anos para a família Lopes, você sabe como eu sou, jamais ousaria mexer nas coisas da casa sem permissão."

"E aonde está então?"

Flávia Almeida olhou para Marcelo Lopes.

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