Estava em completo silêncio dentro do carro. Gabriel vendo o jeito de Chloé, não teve coragem de falar nada, apenas continuava se fazendo de paisagem.
Enrico olhava para a garota enterrada em seu colo, seus braços finos enlaçavam sua cintura, o abraçando com muita força.
Ela parecia como se tivesse andado uma maratona e cansada a ponto de desmaiar, caída em seu colo. Ele acabou esquecendo todas as palavras de raiva que tinha tido, e teve uma vontade repentina de protege-la.
Gabriel acabou descendo do carro, dando espaço aos dois.
Enrico apenas olhava para a garota nos seus braços, sem ter pressa de fazer perguntas.
Chloé estava quieta, como se estivesse adormecida, deitada em seu colo.
Depois de um tempo, Enrico ouviu Chloé tossindo de leve. Ele abaixou a cabeça, encostando sua testa na dela, e percebeu que ela estava muito quente.
- Você está com febre? - perguntou sério.
- Acho que não, só estou com um pouco de dor de garganta. Estou com muito sono, quero dormir um pouco. - disse ela, se esfregando em seu peito, e se contorceu para achar uma posição mais confortável. No fim, deitou a cabeça em seu peitoral e começou a dormir.
Meia hora depois, Benício abriu a porta do carro e entrou. Olhando para a garota nos braços de Enrico, perguntou:
- Por que me chamou até aqui, hein?
Benício ficava sem jeito. Ele tinha acabado de sair do trabalho, e nem tinha chegado em casa ainda, no meio do caminho foi chamado para vir até aqui.
Claro que Enrico não se sentiu culpado com o fato de tê-lo feito vir, ele tinha apenas olhos para Chloé.
- Ela está com febre. - disse ele. Benício o estendeu um termômetro. - Meça a temperatura dela.
Neste mundo, só ele mesmo podia mandar assim nele.
Depois de medir a temperatura, Benício pegou alguns remédios e disse ao Enrico:
- Está tudo bem, é apenas uma febre leve, deixe ela descansar e ficará bem.
Depois que Benício desceu do carro, Chloé abriu os olhos. Quando Enrico viu que ela acordou, disse carinhosamente:
- Tome o remédio primeiro.
Chloé pegou o remédio, colocou na boca e bebeu um bocado de água, o engolindo.
Estava muito frio nestes dois dias. O cuidado e a atenção de Enrico eram como uma fogueira em meio à neve, esquentava todo o seu coração.
Ela levantou a cabeça e seus olhos se encontraram. Ele a encarava, e disse:
- Volta comigo pra casa?
Ela não voltou para casa há dois dias.
E acabou desse jeito.
- Hum. - Chloé acenou, de acordo.
Ela estava realmente muito ansiosa nesses dias. Mesmo que estivesse se esforçando para tuitar todos os dias, estava muito abatida por dentro.
Esforçou-se por tanto tempo, e quando finalmente viu um pouco de luz, tudo acabou retrocedendo, e ela só via a esperança escapando diante de seus olhos, pouco a pouco.
Mas agora, diante de Enrico, ela sentia que nada era demais.
Se não der certo dessa vez, tudo bem. Ela pode recomeçar tudo de novo.
A vida era muito longa. Se não tiver a coragem de aceitar as derrotas e enfrentar as dificuldades, como vai continuar andando para frente?
Não precisou de muito tempo para que Natália trouxesse a mochila e o notebook de Chloé até o carro. Ela deu uma olhada em Chloé e disse ao Enrico:
- Chloé dormiu muito pouco esses dias, também não comeu direito. Você a leve de volta pra casa e deixe-a descansar bem.
Apesar de não saber no que Chloé estava se ocupando, a vendo assim, Natália também se preocupava muito.
Chloé olhava para Natália que havia a entregue de bandeja, protestou:
- Quem disse que eu não dormi nem comi direito?
Ela estava com medo da reação de seu senhor ao escutar isso. Com certeza levaria broncas, afinal, ele a mantinha sob um controle rigoroso.
Natália revirou os olhos, segurando o riso, e disse:
- E eu ainda posso errar com você, hein?
Gabriel olhou para Natália, dizendo:
- Muito agradecido, Srta. Natália.
- Não precisa.
Logo, o carro se distanciou da escola.
O tempo esfriou ultimamente. Tapetes felpudos foram estendidos pela casa e o aquecedor foi colocado para funcionar. Se fosse comparar, a casa era o céu e o dormitório era o inferno.
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