A Segunda Noiva romance Capítulo 253

Ela levantou a cabeça, olhando para Antonella. Ela disse, Enrico a perseguia sem parar?

Ela era realmente bonita, mas isso não mudava o fato de ela ter aproveitado o incidente de Enrico para abandoná-lo quando ele mais precisava. De onde ela tirou essa confiança toda para achar que Enrico ainda ia querer ela de volta?

Esse tipo de discurso era simplesmente uma humilhação para com o Enrico.

Foi aí que ela olhou para Enrico ao seu lado, e viu que ele permanecia em silêncio, encarando Antonella com uma expressão nada boa.

Qualquer um em seu lugar ficaria furioso com essa, não é mesmo!

Vendo que Enrico não a respondia, Antonella continuo persistindo:

- O que você diz, Rico?

- O que você espera que eu diga? - disse Enrico pegando sua xícara de chá, seu olhar parecia enegrecido.

Ele estava bravo, sim. Mas depois de ouvir toda essa palhaçada, acabou rindo por dentro.

Antonella não tinha vindo sozinha hoje. Ao seu lado, tinha um ajudante em pé, escutando a conversa deles.

A cena era como se realmente temessem que Enrico fosse fazer alguma coisa com ela se ela viesse sozinha.

Antonella olhava para Enrico com piedade ao dizer:

- Você tirou as terras de meu pai, e fica dificultando as coisas em seus negócios, mas isso não tem graça nenhuma.

Quando eles cancelaram o casamento, a família Salles devolveu o dote em dobro para a família Camargos, então Antonella achava que não devia nada a Enrico.

Ele estar numa cadeira de rodas não era culpa dela!

Ou ele realmente achava que ela ia dar fim à felicidade da vida toda casando com um deficiente?

- Eu acho que tem bastante graça. - disse Enrico em um tom sombrio, zombando dela. - O seu papaizinho faz negócios há tantos anos, e foram apenas alguns meses, e ele já não está aguentando mais? Chamou até a sua filhinha querida de volta para ajudá-lo? Ele está admitindo a derrota?

Suas palavras eram venenosas!

Antonella tinha vindo para implorar por misericórdia, então apenas teve que aguentar. Ela continuou pedindo:

- Eu sei que você acumulou muitos aliados nesses anos. Mas você usá-los contra a minha família, isso é uma atitude muito infantil! Você não devia ser uma pessoa tão infantil assim.

- Então foi erro de seu julgamento, eu sou sim, uma pessoa muito infantil. - disse Enrico. - E eu vou continuar sendo muito mais infantil daqui pra frente.

Então quer dizer que ele ia continuar com isso?

Pensando nos seus pais, Antonella franziu o cenho e disse um pouco sem paciência:

- Nós nos conhecemos há tanto tempo, você deve saber como eu sou. Eu não vou voltar para o seu lado, e mesmo que você acabe com a minha família, nunca me terá de volta. Eu admito, tivemos um acordo de noivado antes, mas e daí? Eu queria me casar com Enrico de antes, não com Enrico de agora que está numa cadeira de rodas, precisando de alguém para cuidar de você o tempo todo. Eu ainda sou jovem, tenho direito de escolher a minha felicidade, vamos nos separar em paz, pode ser? Por que você tem que ficar assim forçando a barra?

Enrico olhava para essa mulher tola sem saber o que dizer. Como ela era confiante de si!

Antonella suspirou, dizendo:

- Eu vim aqui para conversar numa boa com você, mas parece que não tem mais jeito. O seu jeito agora realmente me deixa muito decepcionada. Tivemos tantas histórias juntas, e agora você usa esses truques sujos para forçar a barra, sem seu importar com o nosso passado. Como você é egoísta!

- Eu sou egoísta? - disse Enrico, os nódulos de seus dedos ficando brancos com a força que seguravam a xícara.

Então ele virou o egoísta da história?

Ele nunca imaginou que aquela pessoa que vivia grudada nele na época, agora tinha virado uma coisa nojenta dessas!

Só porque ele quebrou as pernas?

Como se em seu mundinho, ela já fosse uma mulher inalcançável para ele.

Ele colocou a xícara na mesa e disse:

- Então tá, eu sou egoísta. Então desejo à senhorita Salles um caminho de sucessos e um futuro brilhante.

Antonella se levantou e disse ao seu ajudante:

- Vamos embora daqui.

Depois que seu pedido foi recusado por Enrico, ela já não tinha mais vontade de jatar com a presença dele.

Ela não gostava mais dele, e não queria que ele tivesse falsas esperanças por ela.

Eles logo saíram pela porta. Chloé segurava o cardápio nas mãos, olhou para a porta, e por fim, olhou para Enrico ao seu lado.

Ele não tinha dito nada, mas ela podia ver em seu olhar, ele estava muito bravo e também muito triste.

Se ela não voltasse nunca mais até seria melhor.

Mas agora ela estava de volta, e ainda disse aquelas coisas todas.

Como se o fato de ter sido noiva de Enrico fosse apenas um peso para ela.

Ela desprezava o seu Enrico!

Quem a deu toda essa confiança?

Com que direitos ela tinha de desprezar o seu senhor?

Eles dois quase se casaram, e mesmo que não tenham sentimentos um pelo outro, ela também não deveria abandoná-lo no momento em que ele sofreu acidentes!

Antonella saiu pela porta junta ao seu ajudante, e ele perguntou um pouco preocupado:

- Senhorita, o que vamos falar para o seu pai agora que vamos voltar?

- Vamos pensar em algo quando chegarmos. - disse ela suspirando, sua expressão séria. - Eu sabia desde pequena que essa carinha bonita ia me arranjar problemas um dia. Eu cancelei o nosso casamento, e ele acabou se casando com uma mulher qualquer, como poderia não se sentir injustiçado? Claro que vai buscar por vinganças.

E justamente foi por ter medo de Enrico continuar a assediando, que ela só voltou depois que ele se casasse. Seu ajudante disse:

- Quando ele estava completamente bem, nem dava bola pra você. Agora que sofreu acidente, vem te perseguir sem parar. Que cara louco!

...

- Srta. Salles! - Antonella e o seu ajudante estavam prestes a entrar no elevador quando escutaram uma voz feminina ecoando atrás deles.

Os dois pararam e se viraram, vendo Chloé vindo em sua direção.

Antonella tinha um sorriso educado no rosto, e disse carinhosamente:

- O que foi?

Chloé não se apressou em falar, apenas ficou encarando aquele lindo rosto que escondia tanto veneno por baixo e sentiu uma pontada de dor em seu coração por Enrico.

- Ouvi os meus pais dizerem ontem que você chama Chloé, o sobrenome Santana, certo?

Ela a tratava carinhosamente, como era ontem tratou Rita no refeitório.

Mas diante de seu sorriso, Chloé não conseguia sorrir de volta.

Suas mãos se fecharam em punhos, e ela perguntou contendo a raiva dentro de si:

- Eu tenho umas perguntas, você se daria o trabalho de me responde-las?

- Hum, posso sim. - acenou ela de acordo.

O tom de Chloé era muito frio, sem conseguir controlar as suas emoções:

- Enrico sofreu acidente e ficou na cadeira de rodas, mas isso não foi a culpa dele. Ele ficou mais triste do que todo mundo nessa história. Como você pôde dizer aquelas palavras na frente dele? Você era a noiva dele, não acha que você foi cruel demais da conta?

Antonella ficou um pouco surpresa com a braveza toda de Chloé, mas sorriu e disse:

- Eu não fui cruel com ele, você que é boba demais. O que Enrico te disse para você sair o defendendo assim? Mas é, ele só pode mesmo iludir garotinhas inocentes como você agora!

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