Ela levantou a cabeça, olhando para Antonella. Ela disse, Enrico a perseguia sem parar?
Ela era realmente bonita, mas isso não mudava o fato de ela ter aproveitado o incidente de Enrico para abandoná-lo quando ele mais precisava. De onde ela tirou essa confiança toda para achar que Enrico ainda ia querer ela de volta?
Esse tipo de discurso era simplesmente uma humilhação para com o Enrico.
Foi aí que ela olhou para Enrico ao seu lado, e viu que ele permanecia em silêncio, encarando Antonella com uma expressão nada boa.
Qualquer um em seu lugar ficaria furioso com essa, não é mesmo!
Vendo que Enrico não a respondia, Antonella continuo persistindo:
- O que você diz, Rico?
- O que você espera que eu diga? - disse Enrico pegando sua xícara de chá, seu olhar parecia enegrecido.
Ele estava bravo, sim. Mas depois de ouvir toda essa palhaçada, acabou rindo por dentro.
Antonella não tinha vindo sozinha hoje. Ao seu lado, tinha um ajudante em pé, escutando a conversa deles.
A cena era como se realmente temessem que Enrico fosse fazer alguma coisa com ela se ela viesse sozinha.
Antonella olhava para Enrico com piedade ao dizer:
- Você tirou as terras de meu pai, e fica dificultando as coisas em seus negócios, mas isso não tem graça nenhuma.
Quando eles cancelaram o casamento, a família Salles devolveu o dote em dobro para a família Camargos, então Antonella achava que não devia nada a Enrico.
Ele estar numa cadeira de rodas não era culpa dela!
Ou ele realmente achava que ela ia dar fim à felicidade da vida toda casando com um deficiente?
- Eu acho que tem bastante graça. - disse Enrico em um tom sombrio, zombando dela. - O seu papaizinho faz negócios há tantos anos, e foram apenas alguns meses, e ele já não está aguentando mais? Chamou até a sua filhinha querida de volta para ajudá-lo? Ele está admitindo a derrota?
Suas palavras eram venenosas!
Antonella tinha vindo para implorar por misericórdia, então apenas teve que aguentar. Ela continuou pedindo:
- Eu sei que você acumulou muitos aliados nesses anos. Mas você usá-los contra a minha família, isso é uma atitude muito infantil! Você não devia ser uma pessoa tão infantil assim.
- Então foi erro de seu julgamento, eu sou sim, uma pessoa muito infantil. - disse Enrico. - E eu vou continuar sendo muito mais infantil daqui pra frente.
Então quer dizer que ele ia continuar com isso?
Pensando nos seus pais, Antonella franziu o cenho e disse um pouco sem paciência:
- Nós nos conhecemos há tanto tempo, você deve saber como eu sou. Eu não vou voltar para o seu lado, e mesmo que você acabe com a minha família, nunca me terá de volta. Eu admito, tivemos um acordo de noivado antes, mas e daí? Eu queria me casar com Enrico de antes, não com Enrico de agora que está numa cadeira de rodas, precisando de alguém para cuidar de você o tempo todo. Eu ainda sou jovem, tenho direito de escolher a minha felicidade, vamos nos separar em paz, pode ser? Por que você tem que ficar assim forçando a barra?
Enrico olhava para essa mulher tola sem saber o que dizer. Como ela era confiante de si!
Antonella suspirou, dizendo:
- Eu vim aqui para conversar numa boa com você, mas parece que não tem mais jeito. O seu jeito agora realmente me deixa muito decepcionada. Tivemos tantas histórias juntas, e agora você usa esses truques sujos para forçar a barra, sem seu importar com o nosso passado. Como você é egoísta!
- Eu sou egoísta? - disse Enrico, os nódulos de seus dedos ficando brancos com a força que seguravam a xícara.
Então ele virou o egoísta da história?
Ele nunca imaginou que aquela pessoa que vivia grudada nele na época, agora tinha virado uma coisa nojenta dessas!
Só porque ele quebrou as pernas?
Como se em seu mundinho, ela já fosse uma mulher inalcançável para ele.
Ele colocou a xícara na mesa e disse:
- Então tá, eu sou egoísta. Então desejo à senhorita Salles um caminho de sucessos e um futuro brilhante.
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