A Viagem de Divórcio romance Capítulo 38

Na outra ponta da ligação, João fez uma breve pausa antes de dizer que entendeu a mensagem e desligar. Isaque ficou olhando para seu telefone por um tempo até erguer uma sobrancelha para Sofia e dizer: “Você viu isso? Era da intenção dele que eu te seguisse afinal”. Sofia não respondeu a ele enquanto simplesmente tentava acompanhar as passadas de Tiago. No fundo, ela sentia que João estava apenas ignorando Isaque com aquela resposta.

Havia um carro alugado aguardando-os do lado de fora, que Tiago reservou mais cedo. Isaque foi rapidamente pro banco de trás enquanto Sofia foi para o banco do passageiro. Tiago caminhou silenciosamente em direção ao banco traseiro, mas estava claro que os dois homens sentados atrás não tinham o mínimo de interesse um no outro, pois sequer trocaram olhares no carro.

Sofia lembrou-se de quando Tiago chamou-a de sua namorada. Porém, suas palavras não pareciam ser confiáveis já que ele não agia como namorado dela de maneira alguma. Apesar disso, ele havia planejado todo o passeio deles e o carro rumou em direção à Baía Oeste. Ao longo da viagem, Sofia não perguntou aonde eles estavam indo e somente observava a rota que faziam. Apesar de terem saído cedo, já havia uma grande número de pessoas no momento em que estavam próximos a seu primeiro destino. “Aonde vamos primeiro?” perguntou ela conforme olhava pela janela.

Tiago respondeu rapidamente: “A Borda do Mundo é um ponto turístico bastante famoso. Pensei em te trazer aqui, pois você nunca visitou essa região antes”. Ele automaticamente ignorava a presença de Isaque conforme falava.

Isaque fechou a cara ao pegar seu telefone e mandar uma mensagem a João. Este, por outro lado, tinha acabado de sair da cama e estava se trocando. Seu telefone estava ao lado da cama antes dele pegá-lo para ler a mensagem. ‘Aquele homem trouxe sua ex-esposa para ver a Borda do Mundo,’ dizia o texto de Isaque. João imediatamente apagou com uma expressão agitada em seu rosto.

Ele saiu do quarto e foi para o restaurante do hotel após se arrumar. Logo que entrou no restaurante, seu telefone tocou novamente. Ele ficou olhando para quem estava ligando antes de ignorar a chamada. Eu ainda nem lidei com o problema que aconteceu na noite passada durante o banquete. Como essa pessoa ousa me ligar agora sem vergonha nenhuma?

Ele pediu sua refeição e estava comendo quando uma mulher apareceu na entrada do restaurante. Ela vestia uma roupa de verão, com um vestido floral longo e um chapéu de palha. Ele viu a mulher no minuto em que ela entrou no restaurante, mas não reagiu à presença dela. A mulher, por outro lado, logo viu João já que o restaurante estava bastante vazio. Ela hesitou e deu alguns passos em círculo até que caminhou até ele com sorriso perfeito no rosto. “Presidente Constâncio”, chamou ela assim que se aproximou dele. Ele fingiu não ouvi-la ao passo que engolia outra garfada de comida.

A mulher deu uma leve lambida nos lábios antes de continuar: “Eu te liguei mais cedo, mas você não atendeu, Presidente Constâncio”. Ele parou de comer e limpou sua boca com um guardanapo antes de inclinar-se para trás e encarar a mulher sem falar nada. A garota não ousou se sentar à mesa dele. Porém, ela continuou com o sorriso no rosto enquanto falava: “Presidente Constâncio, não consegui conversar bastante com você no jantar ontem à noite antes de você desaparecer. O Presidente Martins procurou você por todo lugar. Até ficamos um pouco preocupados quando você não atendeu as ligações”.

João lançou um sorriso frio e perguntou de maneira direta: “Estava preocupada com o quê? Tinha receio de que cometesse algum ato indecente depois de meu corpo reagir às drogas?”

A expressão da mulher ficou trêmula e seu sorriso parecia bastante artificial quando ela disse: “O que você quer dizer com isso, Presidente Constâncio? Não estou entendendo o que você está falando.”

Com seus braços cruzados na frente, ele respondeu: “Tenho certeza que você sabe bem do que estou falando. Eu nunca gostei de fazer rodeios e acho que devíamos parar de desperdiçar nosso tempo já que o Presidente Martins não parece interessado em trabalhar comigo”.

A mulher ficou atordoada ao ouvir o que acabara de dizer. Ela estendeu um braço e quase agarrou o braço dele antes de parar e voltar à sua postura inicial. “Acho que deve haver algum mal-entendido, Presidente Constâncio. O Presidente Martins tem claras intenções de trabalhar como o senhor e nossa empresa fez vários preparativos para essa parceria, de verdade”. Ela estava claramente confusa e não parecia estar fingindo de maneira alguma.

Ele olhou para ela com curiosidade enquanto dizia: “Eu mesmo peguei aquele copo de bebida e não acho que seria possível vocês terem combinado de tal maneira que eu coincidentemente escolheria o copo batizado. Como o Presidente Martins fez isso?” Ele mostrando uma expressão entretida. “Eu me lembro que você mesmo pegou o copo e até bebeu dele na mesma hora”.

Depois de um momento de hesitação, ela acenou com um olhar inocente em seu rosto quando disse: “Definitivamente não há nada de errado com nossa bebida alcoólica. Por isso não entendo o que quer dizer, Presidente Constâncio”.

Com um sorriso leve, João levantou-se gradualmente, pois tinha perdido seu apetite. “Está bem. "Fale o que quiser”. Ele começou a se mover. Num ataque de pânico, a mulher agarrou o braço dele e o chamava: “Presidente Constâncio! Presidente Constâncio!”

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