João foi claramente pego de surpresa. Olhando fixamente para Sofia, ele não respondeu de imediato.
Por sua vez, Sofia riu alto e disse com uma voz baixa: “Você não tocaria uma mulher por quem não sente nada. Então, quando você fez comigo…”
Mexendo as sobrancelhas, ela sorriu.
Ele a estudou por um breve período, então riu com sarcasmo. Encostando-se na cadeira, ele cruzou as pernas, tornozelo sobre o joelho. “Você é diferente”.
“Ah?” Disse ela em tom leve. “De que maneira sou diferente?”
Ele colocou uma mão em sua coxa. Ele dava tapinhas em seu dedo inconscientemente. “Eu me acostumei com seu corpo, então não acho repugnante”.
Em outras palavras, ele está dizendo que não importa se sente ou não algo por ela.
Assim, ela riu bem alto e inclinou-se para frente, colocando um cotovelo na mesa e apoiando seu queixo. Em seguida, ela disse com um olhar travesso: “Então, o que vai fazer no futuro? Você pode simplesmente…continuar sentindo-se confortável com meu corpo, não pode?”
Algumas palavras, quando faladas e combinadas com um tom ambíguo, verdadeiramente passam uma sensação de um flerte pretensioso. Até ela sentiu isso. Mesmo assim, era uma boa sensação de se ter.
Neste exato momento, tudo que ela disse e fez foram coisas que nunca teria ousado fazer antes. Havia tantas regras na Família Constâncio, principalmente quando se tratava dela—havia até mais regras especificamente para ela. Naquela época, ela pisava em ovos todo santo dia por receio de cometer algum erro e envergonhá-los. Agora, não precisava temer mais nada—não havia mais ninguém que poderia algemá-la.
O olhar dele ficou mais sério. “Você não precisa se preocupar com isso. Sempre haverá alguém no futuro”.
Ela ficou olhando nos olhos dele por um longo tempo antes de acenar concordando. “É isso mesmo. Você sempre terá outra pessoa”. Ponderando sobre algo, ela acrescentou: “Isso é bom, isso é bom”.
Bem naquele momento, o garçom trouxe a comida deles e foi colocando na mesa, uma a uma.
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