A Viagem de Divórcio romance Capítulo 63

O cantor ergueu a cabeça, olhando para o céu. “Desculpe-me, não prestei atenção no calor”. Guardando seu violão, continuou: “Vamos. Por que não voltamos juntos? Te pago uma bebida”.

Sofia levantou as sobrancelhas. “Claro".

Os dois, então, caminharam e conversaram sobre alguns dos lugares que cantor já esteve.

Sofia conhecia pouquíssimo do mundo afora. Portanto, estava muito curiosa sobre tudo.

Eles chegaram no pequeno bar do hotel enquanto ainda conversavam.

O bar ainda não estava aberto àquela hora, porém, o cantor era um rosto conhecido por lá. E com isso, tinha alguns privilégios especiais.

Então, entrou com ela. O bartender limpava seu equipamento de preparo naquele momento. E quando viu o cantor entrando com Sofia, sua mente viajou em pensamentos vulgares. E assim, deu boas vindas ao cantor: “Venha aqui! “O que você quer beber?” É por minha conta”.

Sofia tinha visto um bartender em ação somente em programas de TV, por isso estava bastante interessada. Inclinando em direção ao bar, ela abriu um sorriso largo. “Faça algo que seja teu forte. Algo que seja um tanto difícil”.

O bartender sorriu e na hora começou a preparar um drink.

Quando saiu do quarto, João não achou Sofia. O que deixou-o meio atônito. Entretanto, ele sabia que com o temperamento atual dela, de jeito nenhum ela ficaria fechada obedientemente.

Às vezes, ele não conseguia entender. Sofia mudou tanto. Será que aquela mulher do passado era sua versão de mentira? Ou a de mentira é a atual?

Ele pegou seu computador e entrou no quarto para analisar documentos. Porém, logo começou a sentir-se irritado e não conseguia mais continuar lendo.

Ao ver a hora, percebeu que não fazia nem 20 minutos. Ele suprimiu sua irritação e olhou para o relógio novamente. Mas no fim, não aguentava mais olhar aqueles documentos e então, fechou o computador.

No mesmo instante, veio de fora uma batida na porta—era Isaque. Ele veio dizer que a comida que trouxeram não deveria ficar na geladeira. Comidas como frutos do mar devem ser comidos frescos. Se ficasse muito tempo na geladeira, eles teriam intoxicação alimentar.

João sequer havia pensado nisso, até sobre isso precisou ser avisado por Isaque. E então, João perdeu a paciência. “Se estiver estragado, jogue fora! É tão difícil tomar essa decisão?”

Isaque pressionou seus lábios um contra o outro. Ele conseguia notar que João estava de péssimo humor naquele momento. E por isso, abaixou a voz: “O que quero dizer é que… não devemos deixar para fora. Mas estamos no hotel agora. Por que não bebemos um pouco e acabamos com essa comida? Foi Sofia que pediu, não sei se ela ficará aborrecida se jogarmos fora”.

Por um tempo, João ficou olhando para Isaque—foi tanto que Isaque pensou que João ia dizer algo duro novamente. Mas para sua surpresa, ele acenou. “Ok”.

João não respondeu. Pelo contrário, observou Sofia abrir um sorriso tão largo que deixava até seus olhos mais abertos—ela parecia bastante feliz. Talvez sua versão do passado era uma parte dela. Assim como a versão atual é também uma parte dela. Ambas versões da verdadeira Sofia—ela apenas teve uma mudança de identidade.

E assim passou-se um longo tempo antes que ele entrasse.

Quando o bartender viu mais pessoas entrando, apressou-se em falar em voz alta. “Sinto muito, cavalheiros. Não estamos abertos ainda”.

Isso fez Sofia virar o corpo para olhar também. E ficou bastante surpresa quando viu que eram João e Isaque. “Por que estão aqui?”

Isaque apenas contraiu os lábios sem dizer nada.

Enquanto João caminhou diretamente até o balcão do bar e disse: “Você preparou um drink para ela. Por que não prepara dois para mim?”

Havia, de fato, um coquetel frente a Sofia—era rosa e com aspecto bastante feminino. Sofia tomou um gole. O sabor era bem leve mas não estava ruim. Ela, então, voltou-se para olhar para João. “Vai beber? Você raramente bebe durante o dia”.

Na sequência do que ela disse, João estudou Sofia por um momento até dizer com uma voz neutra: “Eu também não sabia no passado que você era tão paqueradora!”