Sofia dormiu durante o dia e somente acordou na parte da tarde.
Quando saiu do quarto, nem João nem Isaque estavam por lá.
Ela coçou a cabeça e saiu, sem saber aonde queria ir. Desde a noite passada, ela vinha sentindo-se em conflito.
Por razões que desconhecia, ela teve um sonho na noite anterior e foi sobre coisas que aconteceram há muito tempo. Coisas que ela pensava ter esquecido há tempos.
Mas pareceram tão vívidas naquele sonho: brigas, xingamentos, acusações, atribuições de culpa.
Eram coisas horríveis.
Ela sentia-se até relativamente sufocada ao pensar sobre aquilo neste momento.
Então, sentou-se no sofá do saguão do hotel e ficou olhando para a entrada.
Era como se houvessem vozes em sua cabeça, mas não conseguia dizer com certeza o que falavam.
Ela sentiu-se sem ter para onde ir e não fosse por João ou Isaque, não saberia qual seria o próximo passo.
Pensar nesse assunto a fez sentir-se inútil.
Pouco tempo depois, ela ouviu a voz relativamente ansiosa de Isaque. "Por que saiu do quarto? Achamos que tinha sido abduzida quando não te vimos no quarto ao chegarmos".
Antes que percebesse, Isaque tinha aproximado-se e parado à sua frente.
Sofia abriu um sorriso. “Quantos anos acha que eu tenho? Sou tão burra a ponto de ser abduzida?"
Isaque gostou daquele tom.
Ele ficou todo sorridente e caminhou até ela, dando um tapinha em seu ombro. "É isso que gosto de ouvir. Seu comportamento de manhã me fez sentir extremamente apreensivo".
Ela afastou-o e se levantou. "Não estava totalmente acordada aquela hora".
Isaque mediu-a de cima a baixo. "Você ainda não está totalmente recuperada. E deveria descansar mais ao invés de ficar andando por aí".
Ela assentiu conforme andava em direção ao elevador. "Sim, Sr. Intrometido".
Enquanto isso, João ainda estava no apartamento do hotel. Ao que parece, Isaque era a única pessoa preocupada com ela.
Após Sofia entrar, foi direto para o quarto antes de João ir em seguida, após alguns minutos. "Isaque e eu comemos. O que gostaria de comer? Podemos pedir serviço de quarto".
Sofia apenas resmungou.
A este ponto, João considerou que não havia mais nada que pudesse dizer, então deu meia volta e saiu.
Um ficou dentro do quarto e outro na sala. Ninguém falava nada .
Era exatamente assim no passado, esse era seu modelo de vida padrão. Nunca tinham nada a dizer um ao outro.
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