Christina finalmente sorriu. Ela pegou o laptop e fixou os olhos na tela por três segundos enquanto seus dedos se moviam agilmente no teclado para invadir o sistema de vigilância, limpando todos os vestígios da existência de Christina Silva.
No dia seguinte, quando os criados foram limpar o quarto, não encontraram ninguém.
"Senhor, a senhora Silva foi embora!"
Uma sensação de vazio inexplicável tomou conta de Adolph quando recebeu a notícia. Ao correr para casa e abrir a porta do quarto ao lado, foi recebido por um leve aroma floral. Por uma fração de segundo, pensou que ela ainda estivesse ali, mas não havia ninguém. Era apenas as cortinas se mexendo.
O sol iluminava o chão através das cortinas de renda branca. Havia diversos travesseiros rosa sobre os lençóis brancos, e o acordo de divórcio estavam na mesa de cabeceira; ele foi até lá e os pegou.
O cartão bancário caiu do meio das páginas, e, ao se abaixar para apanhá-lo, ele descobriu o amuleto de jade.
Um frescor revigorante emanava da peça bem polida. Com sua espessura fina e textura suave, tratava-se de uma bela pedra de jade rara. Mais raras ainda eram as palavras entalhadas ao fim: os traços eram nítidos, e os ideogramas bem gravados; isso sem comentar sua cor cinabre. O artesão deve ter precisado de dias de paciência para pintá-los com tamanha perfeição.
Adolph colocou o amuleto na palma da mão e o esfregou. Ao ver o cartão que continha vinte milhões de dólares, ele se lembrou de que aparentemente não tinha dado nada a ela em três anos de casamento.
Nem sequer um buquê de flores.
Dentro da caixa do amuleto estava um pequeno pedaço de papel. Ele o desdobrou devagar e viu as palavras de Christina, como se a visse. "Feliz aniversário de casamento de quatro anos! Adolph, que você seja sempre feliz."
Aniversário de quatro anos... Ele levantou a cabeça e seus olhos recaíram sobre a data circulada de caneta vermelha no calendário da mesa de cabeceira — 5 de maio.
O tempo passava depressa, e eles realmente tinham sido marido e mulher por três anos.
No entanto, não demorou para que ele, que estava em uma posição social alta havia muitos anos, pensasse em uma ideia inapropriada: esse amuleto de jade é bem valioso, como a Christina ganhou tanto dinheiro?
Ele não se importava com o que ela gastava no dia a dia, apenas a deixava comprar o que quisesse, mas ela se vestia de maneira simples e não parecia ser uma compradora compulsiva.
Um mordomo o informava das despesas. Esta pedra de jade valia pelo menos milhões de dólares. O mordomo com certeza o avisaria de um gasto desses.
O olhar de Adolph escureceu. Ele chamou um assistente especial e ordenou em tom sombrio: "Peça alguém para seguir a Christina e reinvestigar cuidadosamente o passado dela. Quando descobrirem que ela é uma espiã enviada pelos nossos oponentes, traga-a aqui imediatamente."
Ela parecia ser uma órfã que cresceu pobre. Será mesmo?
Todos os funcionários deram grande importância ao acontecimento, formando uma fila organizada na entrada para dar as boas-vindas ao novo presidente. Poucos minutos depois, apareceu um Bentley preto, que estacionou lentamente.
Primeiro, o vice-presidente saiu do carro e correu para abrir a porta.
Enquanto a porta se abria, todos ficaram na ponta dos pés e olharam, perguntando a si mesmos se era homem ou mulher...
Um salto alto vermelho despontou do veículo, trazendo consigo a perna da mulher, branca como a neve.
Em seguida, uma figura de cabelo curto e arrumado se levantou lentamente, segurou os óculos escuros e os tirou enquanto inclinava a cabeça. O rosto estonteante foi então revelado.
Por um segundo, o mundo pareceu parar.
Os executivos que trabalhavam no Granger Group foram os primeiros a reconhecê-la. Depois de longo tempo, não puderam deixar de exclamar: "Vo-você é a senhorita Granger..."
Christina passou os óculos para o vice-presidente a seu lado, comportando-se de maneira chamativa, como uma rosa com espinhos. "Sou eu. Voltei."

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