A Vida Solteira Mais Doce e Significante romance Capítulo 245

Ainda bem que ela tinha a palma da mão voltada para baixo, senão seria difícil explicar.

E mesmo que ela realmente quisesse, ele daria?

Afinal, aquilo não era algo que a mãe dele havia deixado?

Tinha valor sentimental e de coleção, não era algo para dar a qualquer um.

Se ela tivesse algo tão valioso, certamente não deixaria ninguém ver.

Vladimir Souza guardou silenciosamente a caixa e pousou a mão sobre a mesa de café.

Nádia Lacerda rapidamente concentrou-se para sentir o pulso.

A situação estava melhor do que ela havia imaginado.

Pelo visto, era um paciente que seguia as orientações médicas direitinho.

"Certo."

Depois de terminar o que tinha que fazer, Nádia cedeu à sua curiosidade.

"Sr. Jaime, como ele consegue controlar cobras?"

Embora vivesse no meio das montanhas, as cobras de lá não atacavam pessoas.

Naquele momento, a adrenalina subiu e, para salvar vidas, ela ousou usar um pacote de remédios para lidar com as cobras.

Agora, pensando bem, estava um pouco assustada.

Se soubesse desde o início que Jaime Ramos podia controlar cobras, jamais teria descido do carro.

Claro, ela não estava culpando Jaime Ramos.

Era só pura curiosidade.

Vladimir Souza não retirou a mão, mantendo a mesma posição de antes, enquanto era diagnosticado.

"Ele estudou no exterior por três anos."

Nádia Lacerda lembrou-se do primeiro encontro com Jaime Ramos.

Jaime Ramos estava gravemente ferido, e, se não fosse pela acupuntura de emergência, ele não teria sobrevivido.

Ela não pôde deixar de sentir respeito por Jaime Ramos, pois só com um grande sacrifício ele havia aprendido tal habilidade.

Um silêncio se seguiu.

O ambiente dentro do carro estava extremamente quieto.

Nádia Lacerda sentiu-se um pouco sufocada e decidiu puxar conversa.

"Aquelas pessoas, sofrerão ainda mais, certo?"

Ela não conhecia bem Vladimir Souza.

Mas não era possível que ele permitisse que os membros da família Souza agissem de forma tão imprudente.

Vladimir Souza parecia completamente relaxado, recostando-se na cadeira.

Ele falou em um tom descontraído.

"Sim, o que aconteceu agora foi só o começo, eles merecem uma retaliação cem vezes pior."

O coração de Nádia Lacerda deu um salto.

"Infelizmente, neste mundo, apenas o papel de pai e mãe não exige qualificação."

"Portanto, nem todos os pais conseguem cumprir suas responsabilidades de maneira adequada."

Ela suspirou.

Lembrando-se de sua infância sombria, um sorriso amargo surgiu em seus lábios.

"A família pode não ser um porto seguro, mas sim um pesadelo."

"Esses laços de sangue, na verdade, não são um vínculo, mas uma prisão."

"Não somos nós que estamos errados, mas sim aqueles que têm a mente distorcida."

"Então, o que importa o que eles gostam ou sentem?"

Ela olhou para ele.

Seus olhos brilhavam como estrelas.

Capazes de dissipar toda a escuridão.

Vladimir Souza assentiu.

"Sim, não tem nenhum significado."

Seja uma pessoa ou um objeto, se não tem significado, então não tem razão para existir.

"Muito obrigado."

Ele falou em um tom suave.