A Vida Solteira Mais Doce e Significante romance Capítulo 3

Miguel Serra sentou-se e comeu algumas garfadas, franzindo a testa involuntariamente.

Não que estivesse ruim, mas simplesmente não agradava ao seu paladar.-

Lucas Serra, esfregando os olhos, aproximou-se, lançando um olhar ao relógio e exclamou, como se o céu estivesse desabando: "Vou me atrasar para a escola, mãe, por que você não me acordou?"

Ninguém respondeu.

Seu rostinho logo se encheu de irritação, e suas pequenas pernas o levaram correndo para a cozinha, onde acabou esbarrando em Dona Joana, que estava ocupada com os afazeres.

"Ai, meu jovem, tenha cuidado, se eu cair não tem problema, mas e se você se machucar?"

"Cadê minha mãe?"

"Deve ter ido para o trabalho."

"Ah, que bom, ela não está aqui, então não tem problema eu me atrasar! Dona Joana, eu quero um sanduíche de carne louca."

"Claro, jovem senhor, vou preparar para você."

"Essa carne desfiada está estranha, não?"

"Imagina, comprei hoje cedo no supermercado."

"Eu quero a carne desfiada de antes!"

"Mas a de antes acabou, foi a sua mãe quem fez, e eu não sei fazer."

"Senhor, por que você não comeu?"

Dona Joana olhou para a pequena figura que saía batendo a porta, com uma expressão de confusão dirigida a Miguel Serra.

Miguel Serra, colocando de lado seu garfo, também se levantou para ir embora.

"Presidente Miguel, espere!"

Dona Joana, com um tapa na testa, lembrou-se: "Havia um documento para o senhor na mesa de jantar."

Ela abriu a gaveta ao lado e retirou o envelope.

Sendo uma governanta, ela naturalmente não ousava olhar o conteúdo, sem saber do que se tratava.

Miguel Serra franziu a testa.

Ele não tinha o hábito de deixar documentos fora do escritório.

Será que era de Nádia Lacerda?

Ele discretamente pegou o documento, deu uma olhada e viu quatro palavras chocantes — Acordo de Divórcio!

Nádia Lacerda, por outro lado, estava indiferente; decidida a desistir, ela já havia se preparado para enfrentar quaisquer consequências.

Ela seguiu para o trabalho de bicicleta, não por falta de opção, mas porque era mais rápido devido ao trânsito intenso até o hospital.

Depois da reunião matinal, ao sair do escritório, foi abruptamente puxada para o vão da escada.

Instintivamente tensa, quase gritou por ajuda, mas ao reconhecer o familiar aroma de cedro, relaxou.

"O que você está fazendo?"

Ela franziu a testa, afastando a mão de Miguel Serra.

Miguel Serra estava visivelmente perturbado: "Acordo de Divórcio!"

Ela compreendeu imediatamente: "Então você voltou para casa ontem à noite."

Uma expressão desconfortável cruzou o rosto de Miguel Serra.

Na noite anterior, ela havia dito que só esperaria até as dez.

Ele pensou que fosse apenas um desabafo, não levando a sério.

Afinal, no passado, não importava quão tarde ele voltasse, ela sempre o esperava, e se ele tivesse bebido, ela ainda preparava algo para que se recuperasse.