A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 110

"Você sabia a verdade, mas optou pelo silêncio, me isolou como todos os outros, se afastou e até me desprezou."

Ao dizer isso, Mônica fez uma pausa.

"Na verdade, eu coloquei minhas maiores esperanças em você durante aqueles três anos. Mas, no final, tudo que recebi foi desapontamento."

Aqueles três anos.

Ela esperava que Francisco, que sabia de tudo, pudesse entendê-la.

Quando chegou à Cidade das Araucárias, ela realmente queria que Francisco viesse falar com ela, mesmo que fosse apenas um consolo superficial.

Mas não houve uma palavra sequer.

Francisco percebeu claramente a decepção nos olhos de Mônica.

Ele instintivamente abriu a boca, mas sua garganta parecia estar bloqueada, e ele não conseguiu falar.

Naquele momento, ao ouvir Mônica expressar seus sentimentos, ele precipitadamente pensou que eram apenas desculpas dela.

Pensou em deixar Mônica enfrentar dificuldades na Cidade das Araucárias, para que, sentindo dor e aprendendo a lição, ela pudesse reconsiderar.

Com os lábios trêmulos, Francisco falou, cheio de culpa.

"Mônica, você poderia me dar outra chance?"

"Eu já dei a vocês muitas e muitas chances."

"Você deve se lembrar do que aconteceu quando eu tinha oito anos, não é?

Eu caí no lago e pedi ajuda, mas vocês nem olharam para trás, foi a primeira vez que me abandonaram. Eu perdoei vocês."

"Depois veio a segunda, a terceira, a quarta vez. Para vocês, eu sempre fui a descartável e pude ser abandonada como quiser."

Ao dizer isso, Mônica falou.

Os lábios de Francisco ficaram pálidos.

Ele podia perceber, Mônica estava realmente decidida a abandoná-lo também, mesmo sendo um parente de sangue próximo.

Mas ele não conseguiu dizer uma palavra de repreensão.

Quando Mônica caiu no lago gelado aos oito anos, tudo que ele pensou foi em fugir por ter causado problemas.

Depois, quando Mônica foi punida, ele permaneceu calado para que Isabela não soubesse que tinha sido ele quem havia a levado até o lago gelado.

Ele também sabia do quão perto Mônica esteve da morte, se não tivesse sido levada ao hospital a tempo.

Depois, por culpa, ele tratou Mônica bem por um tempo, período em que ela mais gostava de ficar ao lado dele, conversando.

Mônica realmente não guardava rancor por qualquer pequeno gesto de bondade, sem qualquer malícia.

Também foi por perceber que Mônica não guardava ressentimentos contra ele que, posteriormente, ele passou a pensar que aquilo não tinha sido tão grave.

Aos poucos, qualquer culpa que ele sentia por Mônica desapareceu completamente com o tempo.

Agora ele percebeu que tinha perdido todas as chances que Mônica lhe deu.

Ao se dar conta disso, o rosto de Francisco se cobriu de uma morta palidez.

"Mônica, eu sei que disse algumas coisas erradas antes, peço desculpas."

Leonardo não veio sozinho, Beatriz e Antônio também o acompanharam.

Beatriz, visivelmente irritada, falou com firmeza.

"Mônica não precisa necessariamente do apoio da família de vocês. Nossa família Oliva também é a família dela."

Ao mesmo tempo.

Uma voz cheia de autoridade ecoou no ambiente.

"O que é isso, por acaso eu morri? Não posso apoiar Mônica?"

Felipe apareceu vindo do corredor ao lado da casa principal.

Ele acabara de arrumar os itens usados para o ritual de homenagem e ouviu o absurdo dito por Márcio.

Estava tão furioso que tremia.

Felipe era velho, mas não era tolo.

Quando Luciana pediu na noite anterior para ele ligar para a família Santos pedindo que não viessem, ele já suspeitava que eles certamente houvessem feito algo terrível contra Mônica.

Felipe sempre teve suas críticas sobre como a família Santos tratava o aniversário de morte de Mariana. Agora, com Márcio agindo assim nesse dia de lembrança, ele estava furioso.

"Sua família se mostrou bastante capaz durante todos esses anos."

"Já que são tão capazes, não precisam mais perder tempo nem esforço com este velho aqui. Não tenho espaço para pessoas tão 'ilustres' quanto vocês."

Então, elevou a voz e chamou por Talita: "Talita, venha aqui, por favor, acompanhe os convidados à saída."