A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 119

A mulher que veio buscar Mônica tinha cabelos curtos e práticos, óculos de armação preta e um terno preto impecável que ressaltava sua postura profissional. Cada gesto transbordava competência.

Era Larissa Lima, uma produtora experiente com quem Mônica havia trabalhado durante seu período como atriz.

"Mônica? Você é a pintura do Estúdio Pincelada Criativa?"

O olhar penetrante de Larissa, por detrás dos óculos de armação preta, avaliava Mônica.

Ela esperava que um estúdio renomado como a Pincelada Criativa enviasse um artista mais velho, com uma bagagem significativa de experiência.

Larissa jamais imaginou que seria a Mônica.

Larissa tinha uma impressão marcante de Mônica por causa do histórico profissional entre elas.

Naquela época, Mônica era apenas uma artista de escassa visibilidade, e Larissa estava diretamente envolvida na coordenação de uma cena de intimidade significativa para um projeto…

Essas cenas, muitas vezes controversas, eram geralmente evitadas pelas estrelas de primeira linha. Mesmo atrizes menos conhecidas costumavam recusá-las, pois podiam comprometer a carreira a longo prazo, optando geralmente por artistas com o perfil de Mônica.

O ideal era alguém atraente, com um charme natural e distinto, mas que ainda não tivesse muita influência na indústria.

Afinal, qualquer artista que desejasse continuar na indústria evitaria esse tipo de papel, já que mesmo alcançando sucesso futuro, isso deixaria uma mancha indelével em sua carreira.

Os mais inteligentes certamente não arriscariam seu futuro dessa forma.

Mônica recusou categoricamente.

Ela se encaixava no perfil desejado pelo diretor, e Larissa, insistente, chegou a ligar várias vezes para confirmar. A resposta foi sempre a mesma: não.

Naquele momento, Larissa ficou impressionada. Para ela, Mônica não era apenas bonita, mas também inteligente e cheia de princípios.

Ela tinha uma boa impressão de Mônica.

No entanto, essa imagem se desfez rapidamente:

Para ascender socialmente, Mônica se associou ao filho paraplégico do Grupo Machado.

Com um sorriso cortês, Mônica respondeu: "Sim."

Durante aqueles três anos, Mônica realmente manteve seus princípios.

Não apenas recusava cenas de intimidade, mas também evitava anúncios de lingerie ou produtos considerados mais explícitos.

Embora aceitar esses trabalhos garantisse estabilidade financeira, a educação que recebera não a permitia seguir esse caminho.

Larissa, tendo se aventurado na sociedade por vários anos, compreendia o básico das relações humanas. Apesar de sua surpresa interna, ela não prosseguiu com mais perguntas.

"Sem dúvida. Um bom partido não é fácil de conquistar. Se não fosse pela deficiência dele, quem mais se interessaria por ela?"

Enquanto os comentários irônicos continuavam, uma voz calma e afiada interrompeu:

"Mesmo sendo um deficiente, não é como se ele fosse se interessar por vocês, certo?"

Algumas pessoas estavam tão envolvidas na discussão que nem perceberam quem havia falado.

Concordaram prontamente: "É verdade. Provavelmente, mesmo que fosse deficiente, ainda assim não conseguiríamos nos aproximar de uma família rica."

"Exatamente, exatamente, é preciso ter autoconsciência. Com a nossa sorte, mesmo se o alvo fosse deficiente, ainda assim seria difícil entrar para uma família rica."

Porém, logo sentiram que algo estava errado. Quase que em uníssono, todos se viraram para encarar a origem da voz.

Ao perceberem que quem falava era Mônica, todos ficaram com uma expressão extremamente desagradável no rosto.

Era como se estivessem dando tapas em suas próprias faces, e os golpes eram de fato dolorosos.

Larissa, que havia iniciado o assunto, ficou particularmente desconcertada. Seu rosto oscilava entre vermelho e pálido, sem conseguir esconder a culpa.

Mônica lançou um olhar frio para Larissa.