A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 175

Mais de uma hora depois.

O entusiasmo que dominava a mente de Samuel desapareceu, e o efeito do álcool praticamente havia passado.

Após o frenesi de indulgência, ele olhou para Débora ao seu lado e, de repente, sentiu um vazio. Não era nada extraordinário.

Quando Débora parecia inalcançável, Samuel a enxergava como o vento: fugaz e desafiadora.

Agora que a tinha, percebeu que, comparada às outras mulheres que conheceu, Débora não tinha nada de especial - era facilmente conseguida.

Aquilo que vem sem esforço costuma ser tedioso e desinteressante.

Com as roupas desarrumadas, Samuel pegou o telefone e pediu que alguém trouxesse roupas limpas. Além disso, solicitou que comprassem uma pílula do dia seguinte.

Vindo de uma família de renome, desde pequeno seu pai lhe dizia que era permitido aventurar-se, mas sempre tomando as devidas precauções.

Não era aceitável permitir que descendentes indesejados maculassem a reputação da família Machado, trazendo desonra e vergonha para a casa.

Como havia se descuidado com Débora, o único caminho era garantir que ela tomasse a pílula.

Ele retirou um charuto do bolso das roupas que acabara de trocar, jogando-as em seguida no lixo. Com gestos tranquilos, acendeu o charuto, levando-o aos lábios. Inspirou suavemente, e, ao expirar, a fumaça densa desenhou formas etéreas à sua frente.

O ar se encheu com o aroma forte e familiar do charuto.

Débora, deitada na cama após ser intensamente explorada, pensou em perguntar o que Samuel estava fazendo ao levantar. Mas, ao sentir o cheiro do charuto, optou por não se mover.

Ela já sabia, sem que ele precisasse dizer, que ele se levantara apenas para desfrutar daquele charuto.

Parecia que muitos homens gostavam de fumar um charuto após o ato, algo que ela já estava acostumada e não via necessidade de questionar.

Quando terminou o charuto, alguém bateu à porta trazendo as coisas que Samuel havia pedido.

Ele se trocou, ajeitando a gravata.

Fechou o botão superior da camisa branca com precisão meticulosa.

A imagem refletida no espelho mostrava um homem jovem e vigoroso, completamente diferente da aparência desleixada de antes, devido à embriaguez.

Samuel pegou um copo, encheu-o com água, abriu a embalagem da pílula do dia seguinte, retirou o comprimido e o colocou na palma da mão.

Aproximando-se da cama, levantou Débora com cuidado. Sua voz era suave: "Tome este medicamento."

Débora, instintivamente desconfiada da veracidade das palavras de Samuel, encontrou um semblante tão gentil e um olhar tão sincero nele que acabou por afastar suas suspeitas.

Finalmente, ela acenou com a cabeça.

Seus olhos mostravam apego e relutância, e com uma voz suave, disse: "Então vá... mas tenha cuidado. Ligue para mim assim que chegar."

"Claro."

Samuel respondeu gentilmente, com uma expressão serena.

Débora se vestiu e acompanhou Samuel até a porta.

A cena parecia um eco do passado. Na despedida, ele a abraçou com delicadeza, demorando-se um instante antes de soltá-la.

Por um breve instante, Débora sentiu-se profundamente amada por Samuel, como se todo o afeto dele estivesse voltado apenas para ela.

Ao mesmo tempo, uma sensação de vitória tomou conta de seu coração. Era evidente que Samuel havia aceitado suas explicações, dissipando qualquer mal-entendido entre eles.

Além disso, o fato de terem se entregado um ao outro fez com que o relacionamento desse um salto inesperado, como se tivessem voltado à intensidade dos primeiros momentos juntos.