A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 178

Vinda de uma família tão prestigiada quanto a família Matos, Mônica cresceu ouvindo histórias de mulheres que competiam ferozmente pelo amor de um homem.

Na casa ao lado da sua, havia um homem que trouxe uma amante sem status oficial para viver com eles após se casar.

O dia a dia daquela família era permeado por disputas amargas, onde as duas mulheres competiam por atenção, transformando o ambiente em um campo de batalha emocional.

Para Mônica, esse tipo de casamento não passava de um fardo tedioso.

Na sua visão, quando um homem observa impassível você lutar por seu afeto com outra mulher, já perdeu tudo naquela relação.

Ela sempre teve uma visão pura sobre o amor: se não pudesse ter um amor pleno e verdadeiro, preferia não ter nenhum.

Foi exatamente essa convicção que a fez partir de Jardim de Gaivota.

Na penumbra do quarto, Leonardo acariciava os cabelos de Mônica com delicadeza.

Seus dedos deslizavam suavemente entre os fios, e sua voz soava calorosa ao pé do ouvido dela:

"Sra. Cruz, se você não falar sobre o que está incomodando, vai continuar remoendo isso. Não apenas perderá o sono esta noite, mas em muitas outras noites também."

Mônica se surpreendeu. As palavras saíram de seus lábios antes que pudesse evitá-las:

"Como você sabia que eu não falei?"

"A Sra. Cruz sempre faz uma pausa de vários segundos antes de cada pergunta, como se estivesse escolhendo cuidadosamente o que perguntar.

No entanto, se estivesse simplesmente expressando o que realmente pensa, não precisaria dessa demora para refletir."

Pega por Leonardo, Mônica ficou atônita.

Ela sentiu como se não pudesse esconder nenhum pensamento na frente dele.

Ela sabia que, se não fizesse a pergunta que martelava em sua mente, acabaria perdendo muitas noites de sono, como ele havia alertado.

Mônica conhecia bem a sensação de insônia. Quando estava no Jardim de Gaivota, passou longos períodos sem conseguir dormir.

Ela tremia só de pensar na palavra "insônia". Durante aquele tempo, enfrentou noites intermináveis em claro, virando de um lado para o outro na cama enquanto esperava o sol nascer.

A experiência era exaustiva, deixando-a emocionalmente e fisicamente debilitada para o dia seguinte, e parecia que vários dias de bom sono não eram suficientes para recuperar-se.

Finalmente, ela reuniu coragem e fez a pergunta que há muito tempo ecoava em sua mente:

"Leonardo, você gosta de mim?"

"Eu só queria ter certeza."

Na penumbra, Leonardo a puxou para mais perto e depositou um beijo suave em seus cabelos:

"Agora está bem, Sra. Cruz. Tente descansar."

"Tudo bem."

Sentindo um pouco de frio, ela instintivamente se aninhou mais perto de Leonardo.

A uma curta distância, ela podia ouvir o batimento cardíaco de Leonardo, firme e forte.

De repente, ela sentiu como se o mundo fosse perfeitamente pacífico.

Com o queixo apoiado em seu cabelo, Leonardo disse com uma voz baixa e suave:

"Boa noite, Sra. Cruz."

Embora sua voz permanecesse calma e habitual, seus olhos estavam cheios de emoções que ele ainda não havia expressado.

O que ele sentia por ela era muito mais do que um simples gostar.