A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 185

Henrique conhecia bem as pessoas presentes e sabia que não era sensato provocar nenhuma delas, independentemente de quem fossem.

Pensar em arriscar ofender tantas pessoas por causa de Fabiana simplesmente não parecia uma ideia inteligente.

Além do mais, o problema poderia ser resolvido facilmente se ela apenas pedisse desculpas. Não era nada complexo. Uma simples palavra resolveria tudo. Por que Fabiana tinha que complicar tanto as coisas?

Ele também percebeu os olhares curiosos de várias pessoas ao redor deles enquanto passavam.

Embora fossem apenas estranhos, Henrique ainda sentia uma onda de desconforto e constrangimento, querendo apenas resolver a situação rapidamente e ir embora.

Ele puxou levemente a manga da roupa de Fabiana, com uma expressão fria e distante no rosto.

Sua voz era igualmente indiferente, sem revelar nenhum sentimento: "Fabiana, apenas peça desculpas."

As pessoas ao redor de Mônica a protegiam incondicionalmente.

Por outro lado, as pessoas próximas a ela não demonstraram nenhum interesse em defendê-la. Pelo contrário, pressionavam-na a se retratar.

A diferença entre elas era óbvia.

Mais uma vez, estava perdendo para Mônica.

Sentindo um misto de raiva e humilhação, ela mordeu os lábios, sem dizer nada.

Contudo, ao lançar um olhar furtivo para Henrique, percebeu um lampejo de impaciência em seus olhos.

Parecia que Henrique também estava descontente com ela.

Um calafrio percorreu sua espinha.

Se aquilo causasse uma má impressão duradoura em Henrique, comprometendo o relacionamento deles, era algo que Fabiana simplesmente não podia permitir.

Anos atrás, ela e Henrique se envolveram depois de um incidente.

Fabiana sabia melhor do que ninguém que a virtude de uma mulher era de extrema importância nas famílias tradicionais. Além de se casar com Henrique, ela não tinha outra escolha.

Depois de pesar os prós e contras, Fabiana teve que se submeter, engolindo seu orgulho e dizendo com dificuldade: "Me desculpe. Eu não estava prestando atenção, e acabei não vendo por onde andava."

Mônica respondeu levemente: "Da próxima, lembre-se de levar os olhos juntos com você."

O tom de zombaria era inconfundível.

Fabiana sentiu a raiva ferver dentro dela, com os dedos cravando-se na palma da mão.

Henrique, por sua vez, manteve-se indiferente, como se nada daquilo o afetasse. Seu olhar calmo e distante não revelava qualquer emoção enquanto dizia apenas: "Vamos, Fabiana."

Finalmente, Leonardo desviou o olhar casualmente, e a sensação opressiva desapareceu.

Fabiana rapidamente baixou a cabeça, sem ousar ficar mais tempo, seguindo os passos de Henrique para sair.

Após alguns passos, alcançou-o e viu uma expressão sombria em seu rosto. Subitamente, sentiu-se incapaz de dizer qualquer coisa.

Depois de tantos anos ao lado dele, conhecia bem o temperamento de Henrique.

Ele, sem dúvida, estava aborrecido com o ocorrido - que o incidente havia envergonhado ele.

Para os homens, especialmente em situações públicas, preservar a própria reputação era fundamental. Henrique não era diferente.

Durante o caminho, ambos permaneceram em silêncio, seguindo a viagem sem trocar palavras até chegarem ao pé do morro.

Henrique dirigiu diretamente para a Enseada dos Coqueiros. Como de costume, parou o carro a certa distância do lugar.

Não muito à frente, havia um acesso.

Esse acesso levava ao estacionamento subterrâneo, um caminho estreito e até mesmo precário que os proprietários comuns evitavam usar.

Todavia, sempre que ela e Henrique retornavam de seus encontros, ela precisava entrar por esse acesso, movendo-se cuidadosamente através do estacionamento subterrâneo para chegar em casa.