A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 210

Ao amanhecer, as nuvens se dispersavam. Ao entardecer, a chuva caía, refletindo a constância do dia a dia, cheio de significados profundos.

Quando Mônica começou a escrever, seu olhar ficou fixo nas palavras por um longo tempo.

Dia após dia, ano após ano.

Foi nesse instante que ela percebeu, de coração aberto, que queria passar o resto de sua vida ao lado de Leonardo.

Ao sair do estúdio, o celular de Mônica se iluminou brevemente, sinalizando que havia novas mensagens de Samuel. Três mensagens consecutivas:

[Mônica, você poderia descer? Eu preciso falar com você.]

[Eu viajei de muito longe para te encontrar. Por favor, não seja tão cruel, tudo bem?]

[Se você não descer, vou continuar te esperando. Vou esperar até você vir até mim.]

Da janela panorâmica, Mônica avistou uma sombra vaga sob o poste de luz, uma silhueta solitária e desolada.

Não precisaria adivinhar para saber que era Samuel.

Mônica desceu e mostrou as mensagens para Leonardo.

Ela perguntou: "Gostaria de notificar a administração para lidar com isso?"

Mônica soltou um suspiro pesado, sentindo o peso das palavras. "Já falei tudo o que precisava, e, sinceramente, não sei mais o que dizer a ele, nem o que ele ainda quer me dizer."

Sob a luz, os cílios densos de Leonardo se abaixaram: "A Sra. Cruz ainda tem coisas a dizer a ele. Sobre minha posição, a Sra. Cruz nunca fez uma apresentação formal..."

Nos olhos baixos do homem, havia um vestígio de tristeza, e um sentimento de culpa por Leonardo subitamente aumentou.

Mônica olhou para fora, falando em um tom suave: "Talvez eu deva sair agora e apresentá-lo formalmente?"

"Não há pressa para isso." - Leonardo respondeu com um sorriso leve. Sob a luz suave, seus olhos profundos transbordavam ternura.

"A Sra. Cruz não havia dito que iria entregar um convite de casamento a ele? Mas hoje ele a irritou, e eu realmente não gostaria de entregar o convite tão facilmente.

Se ele conseguir esperar do lado de fora até amanhã, por dificuldade, entregaremos o convite. Se não esperar, o convite será descartado."

Sua voz era baixa, tingida de descontentamento.

Ela cuidou dele em todos os aspectos por três anos, sem receber a gentileza que merecia em troca.

Agora era a vez dele, insistindo repetidamente que havia viajado milhares de quilômetros…

Parecia que ele finalmente havia compreendido o quanto era difícil a viagem da Cidade das Araucárias até a Ilha da Pedra Pintada, enfrentando adversidades e a dificuldade de adaptação, entendendo o esforço necessário para cruzar tantos quilômetros.

Antes, provavelmente porque a dificuldade não o afetava diretamente, ele podia se dar ao luxo de ser indiferente.

A dor nunca é real até que a faca esteja cravada na própria pele.

Mônica refletiu sobre a ironia da situação.

Na verdade, ela sabia muito bem que Samuel também não a amava tanto assim.

As pessoas sempre serão atormentadas pelo que não conseguem ter.

Samuel não era uma exceção.

Antes era Débora, agora ela.